sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Zeca e Joca em: Depois do Natal.

Aconteceu num belo dia nublado de 26 de dezembro, num velho asilo para soldados da borracha, lá ainda viviam Zeca e Joca.

_ ô Zeca!
_ Que foi Joca?
_ Que que tu ganhou de natal cumpadi?
_ Um Panetone do governo.
_ Olha aí eu também, ah, que pena que o natal passou.
_ E por que?
_ Ué, é um epoca bonita de amor, de paz, de confraternizações.
_ Realiza Joca, somos velhos, decrépitos, inúteis, nossos parentes nos jogaram esquecidos aqui, e nem mesmo telefonaram pra desejar feliz natal. A gente tá é esquecido aqui.

Eis que vem uma voz do outro lado da varanda.

_ Olha que coincidência, eu também to esquecido, aquele barrigudo vermelho, o que ele tem que eu não tenho? Distribui presentes, e eu? Distribuí Paz, Amor, Salvação eterna para a alma, porra, fui crucificado pra salvar esses ingratos, olha que o Cão inda me avisou, mas não, eu estava cheio de amor pra dar, é assim, é assim. Mas eu to legal, pelo menos ainda tenho os religiosos.... eu to fudido mesmo.

_ Esse aí fica rabugento no Natal, afinal o Zeca, quem é esse velho?
_ O bicho burro, tu num ta reconhecendo Jesus Cristo não?
....
_ Nunca ouvi falar.
_ Hum...
_ Mas o Zeca?
_ Que foi Joca?
_ Se esse Jesus Cristo ta aqui.ISSO NUM QUER DIZER QUE A GENTE TA MORTO NÃO?!!!!!
_ É, veja bem...


Gildson Góes.
Feliz dia depois do Natal.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Adeus Totó


Dias 13 e 14 de Dezembro foram dias muito tristes pra mim. Meu cachorro, o Totó, amanheceu muito doente, não conseguia mais nem se levantar, isso no dia 13, desde desse dia então já sabia que ele não viveria por mais muito tempo, afinal ele já tinha 16 anos de idade, dizem que isso é muito pra um cachorro, e eu acabei acreditando já que realmente ele estava com aparência e atitudes de um velho gagá, o que nos fazia ultimamente ri muito, quando ele ia mijar fazia uns ziguezagues por todo o quintal e deixava um rastro engraçado. Passava mais ou menos uns cinco minutos pra se deitar porque ficava rodando em volta de si mesmo, acho que era pra ficar tonto e ter um motivo pra deitar, dentre outras coisas que não vieram somente com sua velhice.

Eu pensava que ele nunca ia morrer, já que escapou da morte várias vezes, muitas das vezes quem salvou foi minha mãe, que vivia chamando ele de fila da puta, mas quando acontecia alguma coisa com ele se derramava em prantos.

Em prantos foi como fiquei durante o sábado e o domingo e agora toda vez que lembro dele. Minha mãe hoje acordou dizendo que sonhou com ele, ele tava com sede e ela ia até a casinha dele pra por água, e quando abria a porta ele saia cambaleando, como fazia ultimamente, já que mal estava conseguindo andar era o peso da velhice. – ai Meu Deus, nunca vou esquecer daquele cachorro – disse ela, e é provável que nuca mais vá criar um, pois quando tínhamos um periquito e ele morreu, ela disse que quando o Totó morresse também ela não ia criar mais bicho nenhum, porque morria e deixava saudades.

Pois é, criamos o Totó por 95% da minha vida, já que eu tinha cinco anos quando o ganhei, e graças ao meu bom senso desde criança, ^_^, ele se chamou Totó, porque se fosse pelo meu irmã ele ia se chamar Bradock ¬¬, sinceramente eu não imagino ele como Bradock.

Domingo de manhã meu pai o enterrou, minha, mãe tava com os olhos vermelhos e nem comendo tava, mas fazer o que? É a vida, e segundo o meu digníssimo: a morte só é ruim pra quem está vivo. E eu me esforço a acreditar que isso seja verdade e ele esteja em um lugar melhor agora.

Se eu pudesse enterrá-lo no cemitério, com certeza teria colocado uma lapide: SAUDADES DE SEUS FAMILIARES.

Elynalia Lima

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto Sexto parte 2

Chico Moreno puxou as armas
Mandou logo umas quatro balas
Derrubou três camaradas
Em resposta lá veio uma saraivada
Da multidão ainda embasbacada.

Chico Moreno e seus amigos
Se esconderam dentro do bar
Pra não morrerem com tanto tiro
Mas nosso herói não aceita de desaforo
Da sua arma veio um pipoco
Lá se foi mais quatro tiro
E em resposta quatro grito.

Passou a arma pra Tadeu
Que logo o atendeu
“Recarregue sem demora
Enquanto atiro com a outra pistola”
E assim a batalha continuava
Secava a pistola
Tadeu a carregava.

“O bar vamos cercar
Pra infeliz não escapar!”
Ordenava o Sereno
“É a melhor a gente parar
Esse sujeito vai é nos matar!”
Replicou um homem tremendo.

“Deixa de tremer seu corno manso
E vai logo fazer o que mando!”
Gritou o Sereno furioso
E la se foi o bando medroso.

O moreno não dava descanso
Era toda hora atirando
E os defunto se acumulando
Os homi tudo afrouxando
O cerco tava ficando bambo.

O Sereno viu que ia da em merda
Resolveu por logo fim nessa baderna
“Oh Chico Moreno!
Quem lhe fala aqui é o sereno”
Vem cá pra fora
Vamo resolver isso e ir logo embora!”

Por um minuto faltal
Houve um silêncio sepulcral
Todos os olhos fixos no bar
Pra ver no que aquilo ia dar.


Com um grito infernal
Surgiu o Moreno mortal
As armas disparando
Quem estava na frente ia matando

A multidão ficou em polvorosa
Desesperou-se a gente medrosa
Era uns “Ai Meu Deus” e “Ave Maria”
Nunca se viu tão bizarra gritaria

Nenhuma bala de Moreno se perdia
Nunca se viu tão boa pontaria
Os homens desesperados
Corriam desembestados
Mas perto ou longe
Por Chico eram alvejados.

Alguns tentaram revidar
Mas a Chico não conseguiam acertar
Sempre batiam no alvo errado
Parecia que o homem tinha corpo fechado

Vendo Chico que ainda tinha muita gente
Resolveu bolar um plano inteligente
Fingindo-se amedrontado
Correu ao armazém desembestado
O Sereno riu-se todo
Até mesmo o Moreno era medroso.
Resolvido ordenou
E todo mundo junto no armazém entrou.

Porém lá dentro a Chico não encontraram
Em todos os cantos procuraram
O Sereno ficou cismado
De armadilha estava desconfiado
Num repente fecha a porta
E o povo ficou encurralado

Chico Moreno com muita destreza
Escapou do armazém na sutileza
Mas não sem antes preparar armadilha pavorosa
Deixou aceso lá dentro um barril de pólvora.

Imensa foi a explosão
E o armazém todo foi ao chão
E voou pedaço de madeira e vidro
Quem viu correu aos gritos
Fogo logo se espalhou
A cidade toda incendiou
E enquanto ela ardia
A população toda fugia

Quando a tragédia terminou
Apenas o bar em pé restou
De lá saiu o velho embriagado
Ao ver seu lar incendiado
Caiu de joelhos e gritou desesperado
Mas num olhar mais apurado
Viu que algumas moedas tinham se salvado
Alegre o velho as pega e corre
Volta ao bar e toma outro porre.

Chico Moreno e companhia
Rumo a floresta seguia
Pra achar o tal varadouro assombrado
“Chefe incendiar a cidade foi meio exagerado”
Perguntou Tadeu impressionado
“Em terra de homem cagão
Não se tem consideração”
Disse o Moreno encerrando a questão
“E agora vamo se embora
Ou o narrador não termina mais essa história”.

Gildson Góes.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O Jogo Do Bicho


Tudo estava preparado: a cachaça, o charuto e um plano. Tinha que dar tudo certo, afinal o jogo do bicho já era no dia seguinte, não tinha nenhuma idéia de qual animal apostar, e até que o prêmio era uma boa grana.
Embaixo da mangueira à meia noite de lua cheia os amigos estavam de prontidão, a oferta e o livro com as instruções, aparentemente tudo certo. Um dos rapazes começou a oração de invocação, enquanto o outro treinava o diálogo. Após a quinta citação da oração, já perdendo as esperanças, algo estranho começa a acontecer: a noite fica mais fria, um vento com aroma de cinza e pólvora circula por entre eles, e de repente um clarão! Ambos fecharam os olhos, e quando os abriram avistam aquela aparição! Um homem alto, músculos definidos, trajava calças militares e um rifle a tira colo, sem blusa e uma boina na cabeça. Era o que os rapazes estavam esperando.
“Que sorte!” Pensou um deles. Às vezes era necessária mais de 20 tentativas, e talvez nem desse certo, mas eles conseguiriam invocar o Soldado!
- O que vocês querem? Pergunta o soldado - E com o pavor de ver aquele ser que não era humano, todo o ensaio do diálogo sumiu da cabeça, só o que restava era o medo.
- na..na.. nada não.
E com um semblante diabólico, o Soldado mudou sua feição e como um rugido ordenou: - então saiam daqui!!!!!!
Às pressas os meninos saíram tropeando sem olhar para trás. Nunca mais inventaram de saber o resultado do jogo do bicho por meio desconhecidos.

POr Elynalia Lima

Como prometido estou aqui ^_^
A origem para essa historinha foi de um acontecimento contado por Jaime Tyrietê, um índio da tribo Kaxinauá quando ele ainda não sabia que era índio e morava em Fortaleza. Aí eu fiz algumas alterações e ta aí ^_^.
Também pretendo manda-la pro Terror Zine

terça-feira, 11 de novembro de 2008

As Rosas Vermelhas.

Num dia chuvoso um casal andava vagarosamente pelo parque. Camila e Flavio eram seus nomes. Camila não fazia a mínima idéia do porque deveriam passear naquele frio, ambos molhados e tremendo, não era o tipo de diversão que ela curtia. É aqui, anunciou ele, O que fazemos aqui, perguntou ela. Havia uma bela roseira branca. As flores não murcharam mesmo sob os pingos de chuva. Uma poderosa planta, pensou Camila, e de uma beleza contagiante também. Flávio catou uma rosa e lhe deu. O espinho da rosa cortou seu dedo. Uma gota de sangue caiu e tingiu a pétala de uma flor, mas esta logo absorveu o sangue, e somente o mais perfeito branco restou. Camila estranhou aquilo. Essa flor representa o amor, que nem mesmo a morte pode abalar, falou Flávio, mesmo morta eu a amo. Mas não estou morta, respondeu Camila. E eu não falava de você, ele olhou para a roseira. Você ama uma roseira? Perguntou ela olhando na mesma direção, mal pôde conter o grito, dentro da roseira havia olhos, de um vermelho faminto, braços ensangüentados a puxaram para dentro, os espinhos rasgaram sua carne e a fizeram verter sangue, mas Camila teve certeza que eram dentes que o sugavam. Quando a chuva passou as rosas estavam vermelhas.

Gildson Góes.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto sexto, parte 1

De como Chico Moreno, em uma tarde, matou cem homens.

Meus senhores e minhas senhoras
vou cantar a segunda parte dessa história
mas antes devo cantar esse episódio
por ser feito muito heróico.

Mal sairam Chico Moreno e companhia
para o forte e quente sol do meio dia
ouviram misteriosa gritaria
e viram se aproximar multidão enraivecida

vinham homens até os dentes armados
com espingardas, pistolas e até mesmo machados
vinha a frente um homem com cara de brabo
pra fazer com Chico Moreno um certo trato

"Oh famoso Chico Moreno
Eu sou Alberto Sereno
precisamos ter um conversação
pra que você desista dessa missão"

"E o que lhe faz pensar senhor Cristão
Que vou desisitir de missão"

"Acontece que aqui o Bicho Feio é amigo
nos livrou dos machões e do perigo
nós agora vivemos em paz
viver com medo não queremos mais
mas se o senhor vem ao Bicho Feio ameaçar
aqui mesmo vamos te matar!"

"Que bando mais corajoso
feito só de homem medroso
- replicou o Moreno desdenhoso -
que pra matar só um cidadão
é preciso montar um cento de multidão.
Então se querem me matar,
venham, pois pra cova vos irei mandar!"

Foi assim que começou o heroico tiroteio
de Chico Moreno com aqueles
que tinham o Bicho Feio como padroeiro
e pra que não se tire crédito de minha canção
cantarei como ocorreu a ação"

Gildson Góes.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A casa das janelas de vidro.

“Senhor Antônio, definitivamente preciso comprar esta casa!” falou o Senhor Juvenal, insistia em comprar a casa, com belas janelas de vidro, cobertas por cortinas brancas. Seu Antônio, não a vendia por nada, era da sua família havia anos, não a venderia por nada. Naquela noite desabou uma forte tempestade, e Seu Antônio foi se deitar mais cedo. Lá deitado, começou a escutar uns murmúrios, como unhas arranhando a janela de vidro. Ele resolveu sair para investigar, foi lá fora na chuva, rodeou a casa. Nada. Já na sala novamente ouviu, os arranhados, vinham lá de fora, sem dúvida, mas de onde ele não sabia, esperou, e aquele arranhado nos vidros continuava, como não era homem de sentir medo, verificou as janelas, nada, apenas escuro e chuva lá fora, só então percebeu que o som vinha da janela de cortinas fechadas, num repente abriu as cortinas, qual não foi seu horror, havia ali uma face ensangüentada de mulher, molhada pela chuva o rosto deformado pela dor, as sangrentas unhas arranhando o vidro da janela. No dia seguinte Juvenal abre a porta de sua casa. “Pensei bem, achou que vou vender” falou Antônio.

Gildson Góes.
J uro que o Juvenal desse conto não tem nada a ver com o Juvenal da tirinha abaixo.
enfim, Feliz Dia das Bruxas!!!!!!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

SEPULTURA!!!!!!!!!!!!




Tirinha do blog Vida Besta.
Sei que não costumo postar coisas de outros blogs aqui, mas essa eu achei demais, não deu pra passar batido.

Gildson Góes.

Sem falar que mantem o blog atualizado sem muito esforço, hehehehe

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A Balada de Chico Moreno e Bicho Feio. Canto quinto - parte 2

“Ô velho do capeta

Tu ta fazendo a gente de besta?”

Bradou Bento enraivecido

Chico acalmou o amigo

“Te acalma bento

Esse velho de trapaceiro tem talento

Mas não posso esquecer a missão

Mandar o Bicho Feio pro cão

Anda sua desgraça

Pede logo tua cachaça”

Retardando ainda mais o conto

O velho tomou gole mais longo

Não se fazia de rogado

Esvaziava a garrafa num só trago

“Então meu generoso senhor

Agora lhe conto ainda com pavor

Do que fez o cabra afoito

Agiu que nem um doido

Frustrada a sua vingança

Se voltou contra a criança

A filha mais jovem chamada Esperança.

Bebe ainda novo

Tomou-a nos braços a atirou no fogo!

Que tamanha tragédia!

A mãe ficou histérica

Pulou em cima de Camargo com um grito

E na testa levou um tiro

O filho mais velho pra mata tentou escapar

No intuito de seu pai avisar

Mas para não deixar testemunho ocular

Camargo correu atrás para o capturar

Rápido correu o fugitivo

Mas Camargo foi expedito

Pelos cabelos o agarrou

O ergueu do chão e o degolou

Gostaria muito dessa história continuar

Mas minha garganta seca está”

“Pede mais uma garrafa

Mas me termine agora a história velho canalha

Ou o próximo porre vai ser de bala”

Falou o Moreno apontando na cara do velho a espingarda

O velho bebeu tremendo

Até ele conhecia a fama de Chico Moreno

Mesmo com medo de parecer atrevido

Falou algo que não podia passar despercebido

“Mesmo nesta situação

Devo pedir ao senhor de coração

Se o senhor não se importar

Deixa eu ir no banheiro mijar?”

“Vai logo vei mole

E não me demore!”

“Devo também dizer pois

Que preciso fazer o número dois

E pra não ficar me demorando

Conto essa história mesmo cagando!”

“Paulo voltou e viu a matança

Gritou de ódio e quis vingança

Correu num desesperar

Sem perceber Camargo

Na tocaia o esperar

Tão de repente foi o tiro

Que Paulo nem mesmo soltou um grito

E no chão a tombar

Ainda viu Camargo gargalhar

‘Você destruiu minha alegria

Agora mato e você e sua família’

E Paulo morreu afogado em ódio

Na cidade Camargo contava o episódio

Por semanas se vangloriou de seu feito

Até por fim, encontrar o BICHO FEIO!

Ah, meu senhores essa parte é de arrasar

Um clímax de arrepiar

Pois Camargo não esquecia

Da lembrança de Ilza a falecida

E tentava nas mulheres da vida

Apagar aquela paixão maldita

Mas na hora do gozar

A imagem de Ilza o vinha assombrar

E não podia Camargo da mulher desfrutar

Frustrado com sua loucura

Matava a mulher com força bruta

Logo todas temiam seu furor

Mas numa noite de luar

Seu destino Camargo iria encontrar

Pois ao raptar uma rapariga

Uma moça na cidade desconhecida

A levou para mato

Para mais uma tentativa

Mas na hora do vamo ver

Um fenômeno fez seu pau amolecer

Das matas veio um grito medonho

E surgiu um bicho bisonho

E Camargo gritou em seu medo

‘Eita mas que Bicho Feio!’

‘Sou feio e não nego,

Mas pior é tua alma que vou jogar no inferno!’

Replicou-lhe o bicho esquisito

Treplicou-lhe Camargo aflito

‘Mas que lhe fiz eu Seu Bicho

Pra merecer tamanho castigo’

‘Tu me matou mas resolvi voltar

Só para de você me vinga

Você matou a mim e a minha família

Agora deve morre em agonia’

‘Paulo tem piedade

Não me faça essa maldade’

O Bicho Feio riu um riso insano

E das matas veio um pranto

de mortos sem descanso

dos cadáveres assassinados

das mulheres de Camargo

que vinham para o inferno

levar a alma do danado

medroso o homem correu

mas o Bicho o deteu

o pegou com suas garras

e o jogou para as mulheres esfomeadas

e ali o valentão Camargo

foi por suas mulheres devorado

o Bicho Feio ergueu as mãos

e jurou que seria a maldição

de todo o homem valentão

e aqui vou terminar

pois minha garganta seca está!”

“O vei bebo

Pelo menos contou a história direito”

Falou Chico bento

Pois a história lhe estava a contento

“Outra garrafa vou te pagar

Mas me diga onde o Bicho Feio encontrar!”

“Se quer mesmo fazer essa loucura

Lhe direi onde encontrar a criatura

Pois ele ainda mora na casa assombrada

A casa da família assassinada

Mas o senhor esteja certo

Entrar lá é entrar no inferno”

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Silverinha - O Editor

Em mais um estressante dia de trabalho Silverinha entra em seu escritório, com a caneca de café na mão apagando a ressaca de mais um final de semana. Sim, é plena segunda feira. Dia de notícia boa, furo de reportagem, alguma coisa lhe dizia que algo extraordinário iria lhe acontecer naquele dia.
Ora, mal sentou na cadeira, a porta se abre num estrondo, Daniel, o repórter que Silverinha mais detesta entra na sala, há meses Silverinha está atrás de demitir o infeliz, mais um daqueles filhos da puta com maniazinha de jornalista investigativo, até o zelador já tava sendo processador por causa dele. Quem sabe hoje não era o dia, mas o infeliz sempre dava um jeito de convencer Silverinha a manter ele alí, de fato, as reportagens que davam mais ibope vinham dele. Então foda-se.
_Diga lá Daniel, quem o corrupto da vez. - falou Silverinha, servindo-se de um bom gole de café.
_ Nenhum Silverinha, é um artigo político que escrevi, bastante interessante, acho que o senhor devia dar uma olhada, vai fazer as pessoas pensarem e...
_ Candidatos do segundo turno pedem apoio do Presidente, porém partirdos de oposição aliados do governo federal pressionam. E agora Presidente? Essa é a questão que tem tirado o sono e blá, blá, blá. Besteira, o que mais você tem?
_ Mas chefe, o senhor nem...
_ O que mais?
_ Bem, tem esse aqui....
Silverinha começou a folhear os papeis entediado e, seus olhos se arregalaram, largou o café, leu tudo num átimo. Novamente o Daniel tinha conseguido.
_ Menina burguesa e bonita sequestrada por namorado feio obsecado por amor! Caralho Daniel! Isso aqui é que eu chamo de furo! Ta meio cru mas já dá pra lançar, quero edição especial, e na edição da tarde quero mais material, começa falando mal da polícia, o povo gosta disso, ah é pega entrevistas com a familia da sequestrada, quero essa menina virando uma santa, porra, ah é quero insinuações de abuso sexual! E entrevistas, quero especialistas, pra falar da polícia neh. E também e também....

Enfim ...

Notícias.


EX-NAMORADO TARADO SEQUESTRA EX E A MANTÉM REFÉM EM SUA PRÓPRIA CASA.
Policia tenta negociações.

"Nós resolveriamos tudo em nove horas"- declara general da Swat.

"A gente teria atirado pra matar. Quero ver quem era o primeiro filho da puta que ia falar em direitos humanos pra mim!" - declara oficial do Bope

"Eu teria" - declara advogado dos direitos humanos.

"Deviam ter votado contra o desarmamento" - declara fanático pela paz.

"Bem lembrado, e o referendo sobre o fuzo horário?" - jornalista blogueiro chato sobre assuntos pouco sensacionalistas.

"O jornalismo atual prefere criar novelas da vida real para alienar a população com relação as questões que realmente importam, a crise econômica e..." - acadêmico de comunicação e discusso repetitivo toda vez que surge assunto sensacionalista na tv (mas que ele acompanhou tudo acompanhou)

"Fizemos a greve na hora errada, ninguém presta mais atenção" - declara oficial mal pago da polícia civil.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto V, parte 1

Canto V – A Tragédia de Paulo

Na cidade natal, Chico chegando
não quis saber de descanso
Saiu na cidade a pesquisar
Informações que pudessem ajudar

Saiu perguntando com muito jeito
Pessoas que soubesse dizer direito
A história, os atos e os feitos
E a localização do Bicho Feio.

Chegaram então a um bar
A todos começaram a indagar
Mas ali só tinha bebo tonto
Que não tinham respostas a dar.

Tadeu percebeu um velho embriago
Na parede dos fundos do bar encostado
Tinha na boca um sorriso largo
De quem tem um segredo a ser contado

“Vocês querem saber do Bicho Feio
Esse é um caminho sem jeito
É melhor pensarem bem agora
Se ouvirem minha história
O caminho não tem volta”

“Pois pare de ficar enrolando
Respondeu logo o Moreno
A história do Bicho vá contando
Que não sou de ficar me tremendo.
E se o senhor diz que o caminho é sem volta
É porque esse Bicho eu vou botar na cova”

“Pois então vou lhe contar o que sucedeu
Há muitos anos nessa cidade,
Vou lhe contar como o bicho feio nasceu
E virou tão assombrosa entidade.”

“Morou nessas matas, Paulo um homem correto
Pai atencioso, esposo dedicado
E apesar de ser assim tão honesto
Acabou sendo assassinado
Pois Ilza a mulher mais bela da cidade
Havia por ele se apaixonado
Largando Camargo o valentão
Tendo com Paulo casado
Tiveram dois filhos e viviam felizes
Mas seus destinos estavam selados
Pois Camargo de ódio inflamado
De Paulo jurou se vingar
Por lhe ter a mulher roubado”

O velho se levantou do chão
E cambaleante se encostou no balcão
“Com muito prazer lhes conto de graça
O resto desta triste e verdadeira saga
Só gostaria de molhar a garganta
Com um golinho de cachaça
Mas como sou pobre e velho
Não tenho dinheiro para a paga”

Chico Moreno, curioso como estava
Comprou-lhe logo uma garrafa
Depois de um gole longo
O velho continuou com seu conto.

“Vivia o casal feliz numa casinha de paxiúba
E na noite pra lá foi Camargo
Até os dentes armado,
Pra deixar a ex-namorada viúva.
Já chegou xingando e derrubando tudo
‘Paulo vem cá, seu Puto
Que hoje tu me paga
Vou te enterrar em cova rasa.’
‘Nessa casa ele não está
Saiu pra mata a caçar
Vai-te embora Camargo
Ou a polícia vou chamar’
Era Ilza quem lhe falava
Mas isso não lhe bastava
Tinha vindo ver o homem assassinado
Não iria sair dali frustado
Assim o diabo se apossou de sua mente
E planejou uma vingança inclemente
Gostaria muito dessa história continuar
Mas minha garganta seca está”

Como não terminei esse canto todo e os leitores demonstraram pressa, publico então a primeira parte do canto cinco, tentarei postar mais rápido, porém o tempo me é curto, tenham paciência, ainda vai rolar muita coisa na aventura de Chico Moreno e o Bicho Feio.

Não sei se é legal manter uma história tão longa no blog, pode acabar cansando, mas é uma experiência, se eu conseguir manter a atenção de vocês que estão acompanhando a história já ganhei o dia.

Gostaria de deixar registrado a presença gramaticalmente correta do jornalista Altino Machado no blog, e também soube que o jornalista Elson Martins já nos visitou e aprovou este meu cordel. É isso aê galera tamo ficando famoso.
Até a próxima


Gildson Góes.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Retorno.... Talvez


Em respeito aos meus milhares de fãns que sentem a minha falta neste tão cogitado blog,apesar de que estou muito bem representada pelo meu dignissimo, retornarei com mais uma história de seringueiro, só falta acertar umas últimas informções com a minha mãe para postar nova história.
até lá, não se desesperem ^_^
Elynalia Lima

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

TerrorZine - Minicontos de Terror.



Pois bem, nobres senhores e belas damas, como dizia Pedro Dinis Quaderna, personagem de Ariano Suassuna, resolvi procurar expandir um pouco mais meu nome pela internet, surgiu a oportunidade com um projeto organizado por Ademir Pascale e Elenir Alves

De fato é bem interessante o projeto, eles recebem via e-mail os contos do autores interessados em participar, esses contos não devem passar das 15 linhas, com os contos deve ser enviado um pequeno perfil do autor para que se saiba que é ele.

Enfim, depois de pronto eles divulga no site que segue

AQUI!!!!

e também através dos escritores participantes e demais interessados em colaborar.
Dessa vez eu também me meti no meio aí, e achei bem interessante escrever um conto com apenas 15 linhas. Já estou pensando no próximo, então quem estiver interessado em adquirir seu exemplar, basta clicar na figura ao lado direito do blog.
Meu conto se chama "A Casa das Janelas de Vidro", espero que vocês gostem dele, comentem o que acharam.

E ajudem a divulgar esse interessante projeto.

Agradecido

Gildson Góes.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto quarto.

Canto IV – O caso o irmão assassinado.

Um dia estava Seu Chico sentado
Na varanda olhando pro mato
Quando viu ao longe chegando
Um viajante desajeitado

Vinha torto e acabado
Cansado e machucado
Sua roupa era só o farrapo
Vinha parecendo um coitado

Pra surpresa de Chico Moreno
Quem vinha ali era Chico Bento
Homem grande macho e forte
Como podia ter tido aquela sorte?

Era amigo das antigas
Na infância se metiam em muita briga
Pra provar pros mais velhos a valentia.
E quando brigavam entre si
O resultado do embate
Sempre acabava em empate.

Chegou o Bento fraco do coração
Mal tinha forças pra respiração
Se não fosse forte de fato
Já teria sofrido um infarto.

O moreno se levantou
E na cadeira, o amigo sentou
Chico quis saber o que ele tinha em mente
Devia de assunto do urgente
Pra ta assim só a bagaça
Deve ter acontecido uma desgraça.

_ Valei-me amigo Chico,
Graças a Deus cheguei
Pra lhe o contar do ocorrido
Pelo qual três dias e três noites andei.
Um caso tão sem propósito
Que quase me leva a óbito.

_Diga lá Bento meu amigo
Que tragédia deve ser essa
Que lhe deixa tão aflito?
Conte para mim
Os detalhes do ocorrido.


_ Vosso honrado e corajoso irmão
O risca faca João.
Morreu, num teve jeito
Pelas mãos do Bicho Feio.

O irmão de Chico era João Risca faca
De jovem quebra o dente
de velho quebra a chapa

Nem tão honrado assim era João
Por todos os homens era odiado
E até que eles tinham toda razão
Todos foram por ele corneados

Safado, covarde e valentão
Usava da fama do assassino seu irmão
E provando sua falta de bom senso
Comia a mulher alheia no dia do casamento.

Os cornos coitados
A tudo assistiam calados
Pois como se era sabido
Quem mata mano de Chico
Já sabe que ta fudido.

Então certa noite de chuva
João e Bento estavam em casa
Quando viram andar na mata
Uma mulher completamente nua

Como fossem homens de verdade
Não deixaram passar oportunidade
Debandaram mato adentro
Com o tesão crescendo

Agarraram logo a moça
Uma mão apalpando
A outra tirando a roupa
com todo mundo num foram logo abusando

Mal começada a transa
Já repararam coisa estranha
Que diabo de mulher esquisita
Num se meche nem sendo fodida

Analisando bem o assunto
Aquela mulher parecia defunto
E soltava uma nhaca esquisita
Parecia de carne apodrecida
João se encheu de horror
Tanto que o pinto brochou
e gritou em seu terror:
_Bento ave maria!
O que tamo fazendo é necrofilia.

Bento abobalhado
Nem percebeu que tinha brochado
Tamanho horror o havia assolado
Não podia acredita que era necrofilia
Era safado sim e muito
Mas nunca pra essa putaria.

A mulher morta agarrou João
Derrubou ele no chão
_ Chegou a hora de tu se foder
Cabra safado tem que morrer.

Com o coração no peito
Bento viu surgir o bicho feio
Era tão feia a assombração
Que parecia do cão a encarnação.

Bento correu desembestado
Sem perceber que tinha se cagado
De João só escutou o grito
Agoniado, aflito e dolorido.

No dia seguinte João foi achado
O corpo estava nu
seu pinto fora capado
E enfiado no cú.

No dia seguinte o corpo foi a terra
Não tinha ninguém no enterro
Homens fizeram uma festa
E a cidade compareceu em peso
Comemoraram com alegria e furor
A morte vergonhosa do estuprador

_ Eu tentei defender o coitado
Mas levei um murro
E cai desmaiado
Quando acordei já o tinham levado.

Bento terminou seu conto
Mudando um ou dois pontos
Pra se passar por corajoso
Apesar de ter agido como medroso

_ Tadeu prepara as malas que vamo viajar
Pra minha cidade eu vou voltar
Que esse assunto precisa de solução
Chico Moreno vai matar assombração.

Gildson Góes.

domingo, 28 de setembro de 2008

A Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto Terceiro

III – O Bicho Feio

Deus me livre e guarde!
Vamos sair daqui onde o sol não bate
Para falar desse bicho sinistro
Tomo a mão meu crucifixo

Dizem alguns da região
Que esse bicho é filho do cão
ou veio de outro planeta/
a espantosa aberração
Diz uma facção religiosa
Embora essa seja opinião duvidosa
Que ele é o anjo de deus
Que vem cobrar os pecados teus


É tão feio que te mata no olhar
Dizem que faz defunto levantar,
Que convoca assombração
Que causa ataque no coração
Dizem que é mestre em visagens
Muda como quer, bicho, planta ou paisagem
Sina pior que ele não existe
Destino ruim, cruel e triste.

O Bicho feio tinha a fama
De matar só gente injusta
E poupar gente santa
Então seja sujeito correto
Que o bicho nem passa perto
Seja um sujeito malvado
E vai ver o Bicho Feio ao teu lado.

Mas de tudo isso se dizia
Era lenda, nem medo fazia
Aconteceu que um dia
Um cabra metido a macho
Matou a esposa e o amigo na faca
Pensando ter sido enganado
Ao ver o erro cometido
Correu pro mato fugido.

O caso causou comoção
O povo ficou espantado
Exigiram punição
Pelo crime do casal assassinado.
E qual não foi a surpresa
Da justiça ao entrar no mato
Nem mesmo precisou correr
O encontraram na castanheira, enforcado.

_ Lá está ele enforcado – disse o guarda
Mas quem o terá lá amarrado?
_ Naquela altura deve ter dado um trabalho do cão
Só pode ter sido assombração. – disse outro
_ Só uma vez ouvi falar desse feito
E foi obra do Bicho Feio
_ Será esse troço real?
Que Deus nos livre de mal!
_ Olha que eu posso ta errado,
Mas se isso for certo,
Tudo que é bandido ta ferrado.

Foi assim que recomeçou
A lenda do Bicho Feio
Que fez valentão do mal
Borrar as calças de medo

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto Segundo

II-Chico Moreno

Era lá seu Chico Moreno
Temido assassino, famoso jagunço
Se botava o dedo no gatilho
Tava encerrado o assunto.

Não havia cemitério na região
Onde não houvesse sepultado
Algum coitado infeliz
Que Seu Chico tivesse matado

Na cama, dizem as moças
Era ele como um rei
Dizem ainda, que era bem dotado
Mas isso eu não sei.

O que sei é que causava medo como o cão
Na arma, na faca ou na mão
Homem, frangote ou machão
Querendo, ele derrubava no chão.

Não tinha medo de nada
Qualquer fera da mata enfrentava
Matava onça era na dentada
Seu calcanhar nem cobra picava

Morava em local afastado
Num varadouro escuro de dar medo
Lá não pisava bicho do mato
Mas sobrava assombração
Pra matar infeliz assustado

A casa de Seu Chico tinha história esquisita
Dizem que o pai,
Tinha matado a filha mais a amiga
A amiga tinha esquartejado
Da filha abriu a barriga
No dia seguinte encontraram a mãe
Comendo carne de defunto cozida

Seu Chico gostou da história
Quem lhe contou foi o guarda de polícia.
Pegou o facão e abriu caminho no mato
E na casa assombrada fez moradia

Esse era seu Chico moreno
Assassino impiedoso
Humano nenhum com ele podia
Só a besta fera com ele se atrevia

Mas Seu Chico era justo
Matava qualquer um
Pelo devido custo

Como uma vez um garoto melado
De lama, areia e barro
Chegou caído por terra
Pedindo pra ter seu pai vingado.
Pois este fora mais um
A Seu Chico encomendado
Chico moreno ouviu atento
Ao pedido do coitado.

_ Valdomiro o maldito – disse o jovem-
Encomendou a morte de meu pai
Por sua mão e por seu tiro!
E agora para me vingar
Venho aqui prostrado em joelhos
A morte dele encomendar

_ Pois estou de disposto a aceitar
Disse seu Chico Moreno –
Mas como pensa em me pagar?

_ Só posso lhe pagar
Oferecendo meus serviços
Até minha dívida cessar.
Mas lhe adianto que serei fiel
Nem a morte me fará recuar
Nem dinheiro ou benefícios
A minha honra irá manchar

Assim Seu Chico ganhou
Um escudeiro de verdade
E a Valdomiro matou
Com requintes de crueldade.

Essa era sua Profissão
Assassino alugado
Fosse honesto ou ladrão
Ele matava se lhe tivessem pagado.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio. - Canto primeiro

I – Introdução

Aproximem-se senhoras e senhores
Pois vos tenho uma historia a contar
Dispensem as crianças
Pois será um conto de assombrar
Em prosa e verso vou cantar
Um épico sem precedentes
Igual a este, no mundo não há.

Pois está e a historia de Chico Moreno
Assassino chegado a tiroteio
E do horror da região, temor de machos e mulheres
O terrível Bicho Feio.

Venham, venham, queiram sentar
A noite está fresca, o céu estrelado
E brilha o luar
É hora para contos de terror
Verídica essa história é
Garanto pra senhora e pro senhor.

Então para começar
Como manda as regras da educação
Nossos heróis vou apresentar...

P.s. a história de Chico Moreno e o Bicho feio, surgiu como um conto primeiramente, depois evoluiu para algo maior, é provavel que eu me resolva a transformar ela em livro, e pra variar um pouquinho a história vai ser contada como prosa e poesia, então periódicamente estarei postando os cantos que eu criar.
Poucas vezes me arrisquei com poesia, portanto leitores antigos e novos, postem notas de 0 a 10 nos comentários.
Atenciosamente,

Gildson Góes.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

E o escritor vence a Preguiça.

Senta-se na frente do computador, página virtual em branco à sua frente, o teclado imóvel a sua frente, uma página em branco, devia a inspiração para um universo inteiro de histórias envolventes, cativantes, engraçadas e tristes, emocionantes afinal, a página em branco é porta para milhões de universos paralelos e ele é o porteiro, com a chave, a capacidade. A mulidão está ávida, por mais, por mais, por mais, queremos histórias, queremos histórias.

Porém...

Lá vem a boa e velha preguiça...
_ Então, vou escrever alguma coisa no meu blog.
_ Pra que? Primeiro olha esse site de imagens engraçadas, olha essa do cara sem calças, hahahaha.
_ Ta ok, é engraçado mesmo, mas agora vou escrever.
_ Pera aí, olha o site de tirinhas, eles postaram uma nova é pra morrer de rir.
_ É mesmo, mas isso é por que eles postam! vou escrever.
_ Mas e esse vídeo olha aí é interessante.
_ Puta que pariu! Me deixa escrever preguiça! Num escrevo, mas fico olhando esses sítes, sua hipócrita.
_ Mas o vídeo...
_ Para o diabo com o vídeo, já disse que vou postar no blog e vou.
_ Pois eu não deixo, ó já ta na hora de sair. E você perdeu tempo em sites de piadinhas idiotas. Hahahahah babaca.
_ Babaca é você, se acha que essa sua conversa mole cola comigo então olha só. Já escrevi um texto, infeliz.
_ FILHO DA.....

Sua postagem foi publicada!



Gildson Góes.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Zeca e Joca em Conversas no Front de Batalha.

Ainda na grandiosa revolução acreana...

_ Ô Zeca olha lá do outro lado. - falou Joca.
_ Que foi homi?
_ É o Juan Pablo Assuncion de Las Casas. Aquele que era nosso cumpadi!
_ Ah tá to lembrado. Quede ele?
_ Ta ali atirando em nois, vou dar uma palavrinha com ele.
Joca mira sua arma bem no chapeu de Juan e atira. Acena do outro lado.
_Ô Juan, como é que vai cumpadi.
_ Ola amigo, esta tudo bien por aqui, como estão ustedes?
_ Tamo por aqui matando uns boliviano.
_ Yo estoi mantando uns brasileiro, já matei uns cinco.
_ Pois eu já matei bem um vinte boliviano.
_ Ah eu disse cinco? Quis decir veinte cinco.
_ Ah ta eu sei boliviano safado. Oh o Zeca ta aqui também atirando comigo!
_ Ola Zeca!
_ Como vai cumpadi Pablo! E a mulher?
Nessa hora, Zeca entrou em tiroteio acirrado como um boliviano bom de tiro, depois de alguns minutos de grande duelo, bala ia, bala vinha, ele finalmente acertou uma na testa do infeliz. Enquanto isso a conversa continuava animada entre Joca e Juan, terminada a batalha Zeca se escondeu na trincheira pra descansar.
_ Poxa até que enfim. Um descanso pra variar. E aí o Juan já foi?
_ É... foi sim...
_ Nem ouvi o que ele me respondeu da mulher dele.
_ Ah sim eu ouvi, ta muito bem de saúde, forte, pena só que recentemente a bichinha enviuvou.
_ E ta viuva a mulher do Juan? Coitado ele deve ta.... - só então caiu a ficha. - Tu matou ele num matou?
_ Num me olha assim não Zeca, amigos-amigos, guerra é a parte.
_ Pior é que é mermo.
_ Ó lá, ja voltaram.
_ O povinho pra num saber descansar.
E continuam os tiroteios.


Gildson Góes.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Mar das Névoas na Mídia.



SOCIEDADE EM FOCO.

Apesar de várias entrevista que eu dei para a divulgação do Mar das Névoas, (com jornalistas como Jorge Said e Joceli Abreu) com toda certeza essa foi a melhor delas. Portanto, faço questão de divulga-la aqui no Blog.
Não percam este Sábado, ás 8:30 da noite, no terceiro bloco do Programa Sociedade em Foco, a entrevista com Gildson Góes sobre o lançamento de seu segundo livro o Mar das Névoas, pela editora All Print.

Vale lembrar também que o livro já está disponível a venda, nas livrarias Nobel, Paim e Betel, bem como em diversas bancas de revistas pelo centro da cidade.
Também podem ser adquiridos comigo o autor, pelo telefone 9977-1090. Lembrando que ainda está válida a promoção de 2 livros por R$ 25,00 (Guerreiros da Noite e Mar das Névoas).


Gildson Góes.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Amanhã é o Grande Dia.

Enfim, amanhã é o grande dia do Lançamento, mais exposição de arte. Lançamento do Livro Mar das Névoas e exposição de três artistas plásticos. São eles: Gildson Góes, Ìtalo Christofer e Marcelo Zuza.

A partir das 19:00h na Tentamem.

Ótimo programa, espero meus milhares de fieis leitores do blog lá. Conto com Vocês.

Participe!!!!!

sábado, 9 de agosto de 2008

Os Pesadelos do trabalhador honesto à meia noite - ou - O Psicótico do Cutelo*

Aquela vida de horas extras não era para ele, o honesto trabalhador, se via obrigado a voltar para casa no último ônibus, bem sabia ele da má fama das ruas de seu bairro durante a noite, mas o que fazer, havia trabalho e tinha que ser feito, pelo menos a hora extra daria para comprar aquele vestido para o aniversário da mulher e mais algumas coisas para as crianças é claro, quem sabe até sobrasse um dinheirinho para fazer uma festa, a patroa certamente iria gostar.
Porém, tudo nessa vida possui um problema, e um deles era aquele sujeito no fundo do ônibus, antipatisara com ele desde o momento em que vira aquela expressão débil, de olhos arregalados e de boca aberta, e o velho maluco parecia ter fixado sua atenção nele, vez ou outra o trabalhador honesto voltava seu olhar para os fundos do ônibus, assim desfarçadamente, e lá estava aquela expressão idiota e apavorante, olhando, encarando, escondando uma gama de pensamentos terríveis sob aquele rosto. O velho parecia assutado, mas era o trabalhador honesto quem realmente estava assustado, e um tanto quanto revoltado, quem diabos era aquele velho para lhe estar incomodando a essas horas da noite? Já não era o suficiente trabalhar horas a mais do que já devia trabalhar? Assim era demais.
Pelo menos era hora de sair do ônibus, iria se livrar do velho esquisito, qual nada. Lá estava, enquanto o honesto trabalhador seguia seu rumo para a rua, lá estava o velho, em pé e parado, na parada, olhando para ele se distanciar, não se movia, nem mesmo um pouco.
O trabalhador, seguiu seu rumo, ainda assustado, não gostava da sensação de estar sendo perseguido, afinal, não trabalhava honestamente? Não conseguia dinheiro com seu suor? Não era correto e religioso, não pagava seus impostos? Por que afinal devia passar semelhante e incomoda situação? Já não era o bastante ter seu chefe lhe amolando, querendo tudo para a amanhã de manhã, sendo que lhe passou serviço faltanto quinze minutos para terminar o horário de serviço, claro, o chefe ia embora em seu carro do ano, e no horário, devia estar transando com as putas em algum motel nesse momento, algum motel caro. Que pege AIDS filho da puta! pensa o honesto trabalhador. E ele obrigado a andar nas ruas escuras, iluminadas por miseráveis postes alaranjados que só fazer é aumentar o ar tenebroso da rua, com um velho esquisito que - Queira Deus - ainda está lá parado na parada.
Ele realmente não estava afim de olhar para trás, só para ver aqueles terriveis olhos esbugalhados e aquela expressão morta viva, vindo lentamente em sua direção. Certamente, ele não estava ali, era tudo paranóia, era isso de voltar a meia noite para casa. Mas e se o velho estivesse ali, não havia realmente acontecido casos de assassinato na cidade? Era o psicótico do cutelo como os jornalistas - ô racinha essa!!!! - o chamaram? Seria ele? Não, maluquice. E por que não? Ele era estranho suficiente para isso, não era? É só um bêbado. Não é só um bebado, corre! Que correr que nada afinal já estou quase em casa! Corre ele ta chegando, não ta ouvido? O que, só o ruido dos ar-condicionados. Seu idiota, não tá escutando essas batidas, parecem passos não, chegando, chegando, perto, perto, atrás de Você!
De fato, passos, perto. Ele não quis olhar, estava perto demais, não podia ser o velho, ele estava lá, distante, parado na parada. Mas esses malucos sempre têm um jeito. Ai meu Deus! Eu não vou olhar, vou correr. Não seja idiota olhe, vai ver que não é nada.
Chegando, chegando, chegando.
Com uma rápida guinada ele olha. E vê a coisa mais inesperada que já viu.
Um cachorro carregava em seu dentes um cesto de lixo, o só de passos, não era mais que o só do cesto de plástico batendo contra as patas do cachorro. O cachorro continuou, tranquilamente e calmamente, seus passos em direção a um portão de ferro, lançou aquele olhar de - como vai compadre - despreocupação na direção do trabalhador honesto. Chegando no portão começou a bater nele com sua pata.
_ Cachorro esperto esse. - acho que vou comprar um com o dinheiro das horas extras, pensou o trabalhador.
E seguiu, tranquilo e calmo, seu caminho para a sua casa, não estava realmente muito mais longe dali.
Chegou ao portão, abriu o cadeado, com a tranquilidade e a calma que só os honestos trabalhadores e cumpridores do seu dever, podem ter. Lançou novamente um olhar para cachorro, por simples curiosidade, para ver ser este já havia entrado em casa e caso não para testemunhar novamente o divertido episódio do cesto de lixo.
Pena que o chachorro jamais entraria em casa.
A cabeça canina estava suspensa na esquerda de um velho psicótico, extendida para o alto como um ritual, o corpo jazia no chão sangrando pelo grande buraco que fora o pescoço do cachorro. Na mão direita do algoz havia um cutelo refletindo a luz alaranjada do poste. O assassino olhou para o honesto trabalhador, que a essa altura já estava com o coração na mão e uma imensa necessidade de utilizar o banheiro, era o velho do ônibus, ele constatou, entrou em casa, trancou o portão, a porta, as janelas.
Naquela noite, depois de dar o costumeiro beijo de boa noite em sua esposa, olhando para o teto e revendo a cena grotesca, ele pensou.
Acho que vou mesmo é comprar um carro.


Gildson Góes.

* Levemente baseado em fatos reais. Muito levemente.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Motivação Revolucionária.

Escondidos atrás das trincheiras Zeca e Joca atiravam nos inimigos. Era a Grande Revolução Acreana.
_ ô Joca, mas afinal de contas, qual o sentido disso tudo? Essa revolução tem sentido mesmo, não são eles seres humanos também, eles também não têm mulher em casa, não vão deixar orfãos, afinal de contas, talvez nem quisessem ta no exército, só tão recebendo ordens dos generais nessa guerra que não trazer nada de melhor na vida deles. Pra que tudo isso hein? Por que tamos atirando nesses bolivianos?
_ porque senão o general Plácido fuzila a gente.
_ Ah. verdade.
Mais tiroteio.
_ mas ô Joca. O que acontece se os bolivianos vecenrem essa guerra, afinal a terra era deles segundo o tratado de Ayacucho num é? Isso que tamos fazendo não seria um roubo? Essa terra num é direito deles não?
_ pode até ser Zeca, mas se eles ganham eles expulsam o coronel e nós fica desempregado. Então atira!
Zeca fica parado uns instantes refletindo...
_ ô Bolivianos desgraçados.
E voltamos aos tiroteios.


P.s. crítica histórica sem embasamento nenhum, sem moral e sem sentido.

Feliz 6 de Agosto!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Aguardem....

No Mes que vem (a partir de amanhã)

Teremos as aventuras de Chico Moreno, Assassino Profissional e o terrível BICHO FEIO!

Até lá.... o/

Os Fiados de Seu Francisco. Parte 5 - Em que nossos personagens encontram seu fim.

E para fechar o mês......


Ainda lembrava seu Francisco, das gloriosas noites de choperia, dos porres homéricos, das conversas altamente intelectuais, dos risos, das alegrias, da movimentação que havia naquela cidade desde a fundação do empreendimento. Dos domingos de futebol, da sexta de música ao vivo, tudo era agora apenas um lembrança de Seu Francisco. Passou o resto de seu dias a beber e relembrar do mais precioso momento de sua vida.
_ Jamais uma cerveja será tão boa quanto a da minha choperia. - falava seu Francisco.
Ele cansou da cidade e de seus reclamantes cidadãos, foi-se embora para a cidade grande. Lá virou um velho bêbado e amargurado que caminhava pelas ruas, com uma buchudinha na mão, pedindo esmolas e pratos de comida e falando da lenda que ele era.
_ Nunca, nunca aquela cidade ingrata viu uma Choperia como a minha. Eu me tornei uma lenda entre os botequeiros, eu ousei fazer o melhor ponto de bebida daquele interior e fui traiçoeiramente enganado. Ingratos, velhacos. Que bebam em seus botecos fedidos eu num to mais nem aí. Mas eu era uma lenda. - falou ele para um jovem que estava sentado ao seu lado em um banco. E para esse jovem ele contou toda a sua história, o jovem ouviu e não a esqueceu.

Alguns anos depois, aquele jovem desceu de um ônibus em uma pequena cidadezinha do interior e procurou um local onde comprasse algo gelado para beber, lá encontrou um boteco onde dois velho bebiam. Pediu um refrigerante e ouviu a conversa dos bêbados.
_ Nunca tem nada para se fazer nessa cidade, sem alguém ao menos fosse homem para fazer um empreendimento de verdade, aposto que teria sucesso, mas que a porqueira desse boteco.
_ E ninguém nunca tentou nada? - perguntou o jovem.
_ Até tentou meu filho, o Seu Francisco, e a Choperia o Ciclista Bêbado, mas num foi pra frente não e ficamos aqui, com o boteco do Ruivo. Mas aquela choperia é uma lenda até hoje ainda a gente fala, essa cerveja não é tão boa quanto a da Choperia do Francisco.
O jovem não pode conter a surpresa ao saber da realidade da história do velho mendigo das ruas.
_ E o Seu Ruivo, o que houve com ele?
_ Então, depois que seu Francisco se mandou daqui, o Ruivo tomou o porre mais lendário dessa cidade, esgotou o bar dele, deu cerveja de graça para a cidade todinha. Ai depois do Dia do Porre, encontramos seu Ruivo afogado no posso. Morreu todo sorridente o traíra, esse negócio de botequeiro deixa as pessoas birutas. Hehehehehehehehehe, num é nãoTião?
_ É mermo. - falou Tião. - Acho que o Seu Francisco é que foi esperto, deve ta fazendo sucesso lá pela cidade grande, embebedando até o prefeito. Do jeito que era o velho. hehehehe. Num é não Raimundo.
_ Pois é?
_ E onde ficava a choperia? - perguntou o jovem.
_ Fica uns quinze minutos mais pra lá, tu pode ir andando se quiser, inda da tempo de pegar o ônibus.
E lá foi o jovem, não demorou encontrou o espaço em ruinas. Não havia mais nada, só o espaço, as cadeiras, a máquina de chopp, as geladeira da cerveja, a televisão, o som, as mesas e cadeira tudo havia ido embora. O jovem se encostou na varanda e viu o enorme vale preenchido de bois e pasto, ao longe, a sombra longíqua de uma área ainda florestada.
Seu Francisco não teve sucesso na cidade grande, isso era coisa demasiada difícil, ele apenas se tornara um mendigo, e uma bela manhã o jovem estava passando pela praça e viu seu corpo ser posto dentro de um saco preto e ser levado para o IML, morreu como indigente sem nome e sem família.

Quando foi embora, os dois velhos ainda bebiam no velho bar do ruivo. Estavam pedindo mais uma quando o jovem embarcou no ônibus.
Cervejaria e cervejeiro passam, mas a cerveja continua - pensou o jovem.
O ônibus zarpou, a única coisa em movimento na cidade de Parado.

FIM!!!!!!!!

Gildson Góes.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Os Fiados de Seu Francisco. Parte 4 - Falência

_ Mah rapá Seu Ruivo. - falou Raimundo. - Tu tava era muito do seu enganado ta sabendo, o Seu Francisco é gente fina. Fiou a noite toda pra nóis.
_ Num é. Aquilo é homem com coração de ouro. - falou Antonio.
_ Coração grande que não cabe no peito. Tão generoso nunca vi. - falou Tião.
_ E quando os senhores pensam em pagar? - perguntou o Ruivo. - Afinal de contas, fiado não é dado, e aí?
_ Ora, pois no fim do mês o dinheiro todo estará nas mão do Francisco, num é não? - falou Raimundo.
_ É mermo. - falou Antonio.
_ Pois num é. - falou Tião.

Ora, a semente maligna do ruivo já estava lançada. Ninguém distribuiria cerveja no seu monopólio, e se ele era visto como ambicioso e mão de vaca e Seu Francisco como generoso e mão aberta, pois então ele mostraria como mão aberta de seu Antônio o levaria a queda.
Naquela noite o próprio ruivo foi à Choperia de O Ciclista Bêbado e durante toda noite bebeu fiado.
_ Deixe estar seu Ruivo, bem sei que seu boteco anda meio ruim de freguesia, acho até que tem um pouco de culpa minha nisso, por isso, o senhor bebe e fiado e fiado com desconto.
_ Os boatos não mentem Seu Francisco, o Senhor tem o coração de ouro, quase não cabe nesse peito.
No dia seguinte Seu Ruivo colocou em prática a segunda parte de seu maligno plano, e na noite do dia seguinte, todo o ouvido que possuia a capacidade de escutar em Parado sabia do coração de ouro de Seu Francisco, e naquela noite todo mundo resolveu economizar algumas notinhas para feira do fim de semana, ou para aquelas compras na cidade, e tantos outros gastos extremamentes necessários.
O pobre Seu Francisco, cuja maior qualidade era também seu maior defeito, não sabia dizer não e tão compreensivel era, compreendia cada uma daquelas compras e ainda por cima entendia a grande necessidade que era a cervejinha para tirar o stress da cansativa vida da cidade.
E assim continuou, a necessidade econômicas aumentando e aumentando, e Seu Francisco sempre sorrindo, sempre complacente ia concendendo, só mais um dia de fiado, que mal havia.
Todos os dias o velho, ambicioso e mal amado ruivo bebia solitário sentado à frente de seu boteco, sempre rindo, as vezes até gargalhando sozinho. Seu plano funcionava às mil maravilhas, não poderia ser melhor.
E realmente só não foi melhor por falta de gente na cidade. Ao fim do mês cada habitante daquela cidade devia à Seu Francisco um quantia exorbitante de dinheiro, e como Seu Francisco já não mais recebia à noite, não teve mais como pagar a bebida e logo começou a faltar, a Tv por assinatura foi cortada, junto com a luz já que a conta não tinha sido paga. Logo depois cortaram a água também. E Seu Francisco decidiu, tristonho e choroso, declarar o fim de seu empreendimento.

_ Acontece Seu Francisco, essas coisas de bar tem que se ter coração forte. - falou o Ruivo, quando Seu Francisco apareceu em seu boteco e gastou tudo o que lhe tinha sobrado no maior porre da sua vida.

Continua...
onde esses personagens encontraram seu fim.

Gildson Góes.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Os Fiados de Seu Francisco. Parte 3 - O Sucesso.

A choperia "O Ciclista Bêbado", já nasceu em berço esplêndido desde sua concepção. Acontece que seu dono aconteceu de ser Seu Francisco, e acontece de Seu Francisco ser um homem de visão. Isso quer dizer que, ao invés de ter montado mais um boteco. Ele realmente montou uma área de lazer alcoolico de luxo. Algo nunca antes nem ao menos imaginado pelos bons cidadão de Parado.
Ela ficava logo no início da cidade, exatamente no cume de um morro, propriedade que Seu Francisco sempre pensou em utilizar na vida, mas nunca antes havia achado uma boa razão.
_ Mas por que raios logo aqui Francisco, num é melhor perto do ponto de ônibus pros turistas. - perguntou Seu Raimundo.
_ Deixe meu amigo. - respondia sorridente o seu Francisco. - Esta vai ser a noite de inauguração, e aí vocês vão ver.
_ É? Mas por que?
_ Você vai ver, você vai ver.
Ora, o motivo pelo qual nosso personagem principal sempre achou que aquele lugar lhe daria futuro apresentou-se naquela noite, no formato de uma lua imensa e resplandecente que encheu de luz prateada todo o campo lá embaixo, uma visão esplêndida, o céu estrelado parecia mais perto da terra e a vista alcançava longe aquela visão, era possível ver os farois dos carros surgindo longíquos da escuridão.
Estava então inaugurada a choperia, tv de 21 polegadas, som estéreo, musica ambiente, espaço para sinuca, dominó e carteado, além do chop mais gelado daquela região.
Não deu outra, a choperia virou um sucesso, todos os dias que abria lotava, varias pessoas iam e vinham, até mesmos as impopulares viagens norturnas dos ônibus, ganhou uma nova clientela, toda interessada em passar algumas horas no ambiente alternativo e legal da choperia, os intelectuais adoravam sentar na varanda e discutir os eternos e muito sérios problemas do mundo moderno, muitos ainda preferiam sentar ao balcão e ter uma boa prosa com seu Francisco sempre apto a discutir todos os temas existentes.
A choperia de seu Francisco, virou mais que um sucesso, mais que uma referência aos bares da região, mais que o melhor ponto de parada de ônibus de toda a cidade (o ponto de ônibus mudara de local desde a fundação da choperia), a Choperia O Ciclista Bêbado virou uma lenda local, que por muitos anos seria lembrada.
Porém, nada nem sempre são flores, e foi num belo dia de verão escaldante, que o inimigo começou seu plano maligno.
_ Ô Ruivo, você devia deixar seu boteco que nem o do Francisco, lá da gosto de ir.
_ Pode até ser. Mas aposto que o velho egoísta nao fia pra vocês.
_ Mas é claro que fia, homem. Deixe de besteira, mas nunca ninguém precisou.
Seu Raimundo saiu de sua conversa com o Ruivo encafifado, será que o Francisco fiava mesmo. Ora, pois ele iria descobrir. E assim começou o ciclo que levaria a ruina a boa idéia de Seu Francisco.
Naquela mesma noite, Raimundo sentou a beira do balcão e falou.
_ E aí Francisco, manda um Chop fiado aí pro seu velho amigo?

Continua....

Gildson Góes.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Os Fiados de Seu Francisco. Parte 2 - O Empreendimento.

Foi um único momento, um lampejo, uma visão, que levou seu Francisco a realizar seu empreendimento. Foi uma situação que este vivenciou em mais um de seus tediosos dias, esperando pela morte. Foi uma frase, que mais tinha chacota que de sugestão. Nem mesmo devia ser uma critica construtiva, apenas um desabafo de uma vaijante vagabundo e cansado. Nada mais, mais foi o estopin para Seu Francisco.
Quando naquele dia escaldante, chegou aquele viajante, um vagabundo vagando pelo mundo. Que por coincidência parou naquela cidade, em sua bicicleta importada, chegou ao bar do ruivo e pediu uma cerveja para amenizar o calor, aquele viajante que sessenta quilômetros adiante, encontraria seu destino embaixo de algumas toras de madeira de um caminhão não licenciado, nas mãos de um motorista cansado. Ele bebeu seu gole e falou, a todos que queriam ouvir.
_ Lembro-me, senhores, que na minha cidade havia uma choperia, com bebida geladinha, som ambiente de qualidade, tv para o futebol, maço de cigarro para os fumantes e banheiros tão limpos que fazia gosto neles mijar, de fato alguns, ao invés de fazer em casa, cagavam lá. Quantas saudades eu sinto daquela choperia. O Chopp saía espumante e gelado, como a antártida, da máquina. Tinha carteado, dominó, som ao vivo as sextas feiras. Tudo do bom e do melhor. Pena aqui só tem boteco, mas pelo menos a cerveja é gelada.
Calmo Ruivo aguentou o comentário do viajante bebum, e Seu Francisco, que por acaso aquela manhã também saíram em busca duma amenização para o calor. Ouviu a lorota, que lhe surgiu como ideia. Uma Choperia, por que não, um fim para o marasmo que era a sua vida. Pra que ficar em casa envelhecendo mais a cada dia, viramdo mumia viva? Ele iria abrir o melhor boteco que aquela cidade já viu. Ele iria criar o melhor ponto para bebados de toda a região.
E assim, com o dinheiro que tinha na poupança, Seu Francisco montou o seu empreendimento, o ponto de diversão de segunda a segunda.
A Choperia O Ciclista Bêbado, nasceu, na terra onde só o tédio e a chatisse floresciam, ele trouxe o explendor da bebida alcoolisada e da diversão. E por muito tempo, aquilo foi bom.

Mas como sempre....
continua....

Gildson Góes.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Os Fiados de Seu Francisco. Parte 1 - O Lugar.

Havia uma cidade, na verdade um vilarejo, na verdade um conjunto de cinco ruas interligadas por pequenas e não pavimentadas travessas, aliás, pavimentada mesmo só a principal, a que cortava a cidade no meio, que era a Br, o resto no máximo, tinha um pouco de piçarra. A cidade era pequena, parada e pobre. Toda a vida da cidade se concentrava na Br é claro, por onde passavam carros, caminhões e ônibus. Paravam, lanchavam, iam no banheiro, iam embora. Era sempre a mesma rotina. Era uma vila de certa forma bem esquecida pelos governos locais. Bem, na verdade, isso é uma injustiça, afinal, a BR foi pavimentada e suas margens calçadas, luminárias em formatos europeus agora iluminavam a noite, baquinhos de madeira para a população espairecer com um belo por do sol a tarde, foram fixados e uma pracinha central foi construida, mantendo sem ao menos derrubar uma árvore das que já existiam, a noite não havia coisa mais bonita no pequeno vilarejo do que a pracinha iluminada por luzes alaranjadas, a menina dos olhos da população. Nunca tanta coisa havia sido feita pela bela cidadezinha.

Havia um posto de saúde, só não havia remédios, o médico aparecia lá de vez em quando, mas nas campanhas de vacinação, era sagrado as vacinas estarem lá, essa época não fazia muito sucesso entre as crianças. Havia também uma escola, que havia recentemente sofrido uma bela reforma, tudo ficou arrumado e bem feito, só faltavam os professores. Mas isso nem era lá um problema muito grave. Não havia também muitas crianças.

Essa era um pequeno incoveniente na cidade, ela estava envelhecendo, cerca de 80% de sua população passava dos cinquenta anos, entre os homens e dos quarenta entre as mulheres, os jovens a maioria morava com parentes na capital. Era uma cidade bem parada, sem o que fazer, os velhos na maior parte das vezes passavam o dia sentados nos bancos olhando para o nada e repassando entre si as últimas notícias, os óbitos eram bem frequentes nessas conversas, na verdade, um assunto até certo ponto bem popular. Então o que dizer, a pobre cidade estava morrendo.

Até os velhos já estavam reclamando que não havia nada de diferente pra se fazer na cidade, já haviam cansado do velho Bar do Ruivo, até mesmo cerveja, petisco e futebol nos domingos cansa nessa cidade. Os viajantes vinham, comiam, bebiam, cagavam e iam embora pensando: "nossa que lugar parado", até mesmo o velho (m)hotel do Azevedo fechara. Tudo faltava na cidade, e ela definhava pouco a pouco, com sua população envelhecida e cansada, da rotina, do marasmo, da paz reinante. Nem mesmo lembravam mais a ultima pessoa esfaqueada alí.

Foi nesse clima de tédio desesperador que surgiu Seu Francisco, veterano da cidade, com espiríto empreendedor adquirido em muitas viajens pelo mundo afora. Surge ele com uma idéia que poderia revolucionar o espiríto moribundo da cidade.

Para ressucitar a boa e velha cidade de PARADO.

continua na parte dois "O Empreendimento"

Gildson Góes.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Mar das Névoas


Miguel, o detetive, procura resolver o caso do desaparecimento de uma cidade, apenas um jovem louco escapou de lá, ao interrogá-lo o louco lhe fala do Mar das Névoas. Em busca da solução para tal lenda ele descobre que sua própria família pode ter a chave para esse segredo.
Do outro lado da cortina de névoas que paira sobre o oceano, o rei dos vampiros, Lucas, planeja sua vitória sobre a barreira final dos magos e marcha triunfante para o mundo dos humanos sem saber dos terríveis perigos que lhe cercam.
Marcos é um prisioneiro que se liberta e recebe a arma para enfrentar o Rei.
Manuela esposa do rei, humana seqüestrada e transformada numa criatura da noite, num vampiro, vê sua humanidade se esvaindo cada vez mais.
Percorrendo caminhos distintos todos eles avançam em direção ao mar das névoas, a ponte de ligação dos dois mundos e cada vez mais a noite eterna e seus guerreiros se aproximam.


Enfim, esse livro está concluído desde 2006 e só agora consegui publica-lo de verdade, também é meu segundo trabalho, meu primeiro com uma editora, por isso esse aí pode ser econtrado na internet, porém principalmente comigo.
Ah o preço? Uma bagatela, apenas 20 reais.
O livro tem cerca de 152 páginas, pode ser enquadrado como aventura com um ou dois toques de terror (ou no minimo tentativas disso).
Ele a continuação do primeiro que eu escrevi, dos quais ainda tenho alguns exemplares que vendo por 10 reais, caso estejam interessados.
Faço o pacote dos dois juntos por 25 reais. Imperdível!
Então se você se interessou entre em contato através dos comentário no blog, ou no orkut cujo link está no meu nome na coluna ao lado.
É um bom investimento. Garanto (¬¬ opinião imparcial)
Para encerrar essa campanha publicitária, algumas informações

1º Livro
Nome: Guerreiros da Noite.
114 páginas.
Conta a história de Manuela, cuja mãe se apaixonou por um vampiro e fugiu ao saber o destino de sua filha, ser a mãe de uma nova raça de vampiros, resistentes a luz e possuidores da alma de um ser humano. Anos mais tarde seu irmão Manuel, um vampiro puro, vem para busca-la na pequena cidade de Rosário e levá-la até seu rei Lucas, que também possuí o sangue de humanos nas veias. Descobrimos a existência de um mundo de sombras habitado pelo vampiros expulsos do convivio da humanidade, essa ilha é comanda pelo grande rei João, porém seu reinado é ameaçado por Lucas, que além de travar uma guerra contra seus semelhantes prentende guerrar contra o mundo inteiro, e assim dominá-lo. Muitas vítimas terá essa guerra.

"Guerreiros da noite foi lançado em 2004 com a ajuda do SESC e da Fundação de Cultura Elias Mansour, pode ser econtrado nas livraria Nobel, Paim para vender, também na Biblioteca do Sesc e na Biblioteca da Floresta Marina Silva, apenas para leitura, ou com seu autor (eu neh).

2º Livro
Nome: Mar das Névoas
152 páginas
All Print Editora
Seguindo a história dos vampiros, da enfase a passagem dos vampiros de seu mundo para o mundo dos homens. Trata das ultimas guerras contra a nação dos magos e dominio do mundo humano pelos vampiros e como Lucas se tornou o Imperador absoluto, embora perturbado por diversas revoltas de humanos e vampiros. Também continua a história dos sobreviventes dos acontecimentos do primeiro livro, como Marcos que de uma criançaassustada que teve o pai assassinado na sua frente se tornou um guerreiro, ou Dimitri, o último lider dos magos que falhou em salvar Manuela e agora tem a missão de guiar seus novos protegidos para a ultima batalha. E a apresentação de novos personagens como Julia, futura esposa de Marcos e valente guerreira, Miguel, que investigou o desaparecimento das cidades e descobriu em sua familia o segredo do mar das nevoas e Gabriela, filha de Manuela e Lucas que será a esperança de redenção no futuro.
E é dada mais enfase as passagem pelo Mar das Nevoas que liga os mundos.

"Esse segundo livro ainda não foi lançado oficialmente, mas entrando em contato garanto cópias originais autografadas, então quando minha trilogia tiver bombando em Hollywood você pode dizer eu tenho a cópia autografada, vender a milhares de dolares na internet e coisa e tal..."

3º Os Filhos do Sol (titulo provavel)
Sem páginas definidas
possivelmente pela mesma editora.
Esse será a conclusão da história, (trilogia é clichê, e aí?) trará novos personagens e abordará a questão da origem dos vampiros em tempos biblicos pré-diluvianos (viagem...) além de flertar com o Apocalipse com referências a Besta e coisa e tal. Está em processo de escrita, com um ou dois anos deve chegar ao mercado, paciência!

Então se você se interessou pela obra, colabore comprando, assim poderei pagar os custos (hehehehe) (mas sério foi caro).

Colabora com a literatura fantástica acreana!

Gildson Góes.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A Misteriosa Chacina do Ônibus Sobral.*

_ Que parada é aquela alí? (personagem 1)

_ Onde? (personagem 2)

_ Alí meu, no vidro? É sangue? (personagem 1)

_ É não pô, deve ser tinta. (personagem 2)

_ Que tinta pô, aquilo alí é sangue. Tem boca eu perguntar? (personagem 1)

_ Pergunte. (personagem 2)

_ Ô cobradora! Aquilo alí na janela é sangue? (personagem 1)

_ Não sei não, acabei de entrar nesse ônibus. (cobradora)

_ Ô meu, o mistério do ônibus sobral (voz macabra) (personagem 1)

_ Hum. (personagem 2)

_ Hei mano! (para terceiro personagem) (personagem 1)

_ Eu (terceiro personagem)

_ Cê ta vendo sangue alí na janela? (personagem 1)

_ Tô (personagem 3)

_ Que que foi aquilo? (personagem 1)

_ Num sei. (personagem 3)

_ Égua. Que parada estranha mano. (personagem 1)

_ Hum. (personagem 2)

_ Mas e aí, e as gatas? (personagem 1)

_ Ah tenho uma. (personagem 2)

_ Ah ta de boa. (personagem 1)

Gildson Góes

*Baseado em fatos reais

terça-feira, 24 de junho de 2008

(Ir)revoluções acreanas

Montado sobre seu corcel o valente general preparou-se para seu discurso. O alimento da alma dos revolucionários, o prenúncio de novos tempos e novas existências. A partir daquele dia a história das tierras non discubiertas seria mudado para sempre. A terra do Acre, via amanhecer um novo dia.
_ Caros amigos! Eis que iniciamos uma nova era. Brasileiros somos e brasileiros seremos para sempre! Por esse ideal lutaremos e morreremos. Pelo nosso direito de ser brasileiros. De ser integrados ao território nacional, sob a mesma bandeira, o mesmo hino, a mesma constituição. E o mesmo fuso-horário.
_VIVA! VIVA! VIVA!
_ Resta ainda a algum dentre vocês dúvidas?
_ A mim senhor!
_ Diga companheiro.
_ O que é um fuso-horário?

Gildson Góes.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A Pressão


Pressão no trabalho ta só na nossa cabeça, aprendi isso hoje a tarde no trabalho.

Tenho que escrever uma história sobre isso.

Mas de qualquer maneira, apesar de faltar a monografia.

ACABOU A FACULDADE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Inté

Gildson Góes.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A Balada de Leithian

II - De Lúthien a Amada*
Tais ágeis membros não mais correrãona verde terra debaixo do Sol;
tão bela uma donzela não mais serádesde a aurora ao anoitecer,
desde o Sol ao Mar.
O seu vestido era azul como os céus de Verão,
mas cinzentos como o entardecer eram os seus olhos;
o seu manto bordado com belos lilios,mas escuros como as sombras os seus cabelos.
Os seus pés eram rápidos como um pássaro a voar,
o seu riso alegre como a Primavera;
o esbelto salgueiro, o dobradiço junco,
a fragrância de um prado florido,a luz sobre as folhas das árvores,
a voz da água, mais que tudo istoera a sua beleza e bem-aventurança,
a sua glória e encanto.
Ela habitava na terra encantada enquanto o poder élfico ainda dominavaos bosques entrelaçados de Doriath:
ninguém nunca para ai encontrou o caminhosem ser convidado,
nem a beira da florestase atreveu a passar, ou agitar as folhas atentas.
Para norte ficava uma terra de medo,
Dungortheb onde todos os caminhos acabavamem colinas de sombras escuras e frias;
para lá era o domínio da Mortífera Floresta sob a Noite na crescente sombra de Taur-nu-Fuin,onde o Sol era doentio e a Lua pálida.
Para Sul a grande terra inexplorada;
para Oeste o antigo Oceano troava,não navegado e sem costas, i
menso e selvagem;para Leste em picos de azul empilhadas,em silêncio envolvidas, encimadas de névoa,as montanhas do mundo exterior.
Assim Thingol no seu belo salãoentre as altas Mil Cavernasde Menegroth como rei vivia:
para ele nenhuma estrada mortal levava.
Ao seu lado sentava-se a sua rainha imortal,a bela Melian,
que tecia invisíveisredes de encantamentos em redor do seu trono,
e feitiços eram postos em árvore e pedra:
aguçada era a sua espada e alto o seu elmo,o rei da faia, carvalho e olmo.
Quando a erva era verde e as folhas longas,
quando o tentilhão e o tordo cantavam a sua canção,ai por baixo dos ramos e debaixo do Solna sombra e na luz corria
a bela Lúthien a dama élfica,dançando em vales e verdejantes clareiras.

Enfim, apenas uma singela balada, essa história se encontra no livro O Silmarillion de J.R.R.Tolkien e para mim é uma das mais belas histórias já contadas.
E a razão de isto está aqui é simplismente para homenagear o Dia dos Namorados e a minha própria Luthien tão querida e amada.

ESSA É PRA TU AMOR!!!!!!!!!!!!!!!!

*http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=42973

Gildson Góes.

domingo, 8 de junho de 2008

Chico Fuleiro e o Diabo - (Climax)

Não foi de graça que Chico Fuleiro se tornou uma boa pessoa, sua boas e impensadas ações lhe custaram boa parte da fortuna, entregava o seu dizimo com tanta frequência e tantas vezes por mês que o próprio pastor estava constrangido. Sua obras de caridade deviam ser caras e midiáticas, queria que todo o mundo no mundo inteiro, visse e contemplasse sua conversão. Desse modo milhonários poderiam fazer o mesmo ao redor do mundo e assim Chico Fuleiro fazia sua parte na construção de um mundo mais cristão e fraterno.

Porém...

A nova falta de ambição de Seu Chico Fuleiro lhe custou porcentagens extranbolicas do seu dinheiro, a esposa, o respeito do filho, suas amantes. Ninguém gostou do novo e cristianizado Chico, e assim pouco a pouco sua fortuna, erguida no sangue imoral de uma pequena cidadezinha do interior começou a ruir por terra. Mas Chico estava feliz, finalmente iria vencer o Diabo.

Em sua varanda, com a Biblia Sagrada na mão, mal prestava atenção ao feitos de Moisés, só pensava em como depois de um vida de vícios ainda teria uma confortavel mansão no céu. Nada mais brilhante, bom e correto que isso, seria o homem perfeito, feliz e cheio de graça, passaria a perna no cão e mostraria como era poderosa a esperteza de Chico Fuleiro.

Chico apobreceu, apobreceu, ficou tão pobre, tudo o que tinha vendeu, agora morava num pequeno e minúsculo apartamento, não havia mais glamour, não havia mais mulheres, não havia mais dinheiro, mas tudo valeria a pena, pelo Reino Celeste do Pai. Então o telefonema...

_Seu Chico, a Graça esteja com o Senhor Irmão, você foi aprovado a passar pelo portão do perdão, seus feitos mostram que você está redimido dos seus pecados, venha e liberte-se.

Tão feliz foi Chico ao encontro do seu perdão.

_ Seu Chico! - disse uma voz. Lá estava o Capeta em pessoa.
_ Seu Capeta, sinto muito, mas não estou disponível para ir com o senhor hoje! Nem nunca, vou é para a casa de Nosso Pai Celestial.
_ Isso eu to vendo, mas você ainda não esqueceu nosso acordo, não foi Seu Chico? Sua alma é minha.
_ É coisissima nenhuma, ele é muito é minha e de Jesus, e se o Senhor me der licença tenho um portão pra passar.
_ E se por acaso o senhor não passasse pelo tal portão, afinal, o senhor não se arrepende nenhum pouco do que fez seu Chico.
_ É mas vou passar e ninguém vai me impedir. Fui glorioso, fui rico, fui bondoso, vou agora receber o que eu mereço e você, você Seu Capeta, quero mais é que o Diabo lhe carrege!
_ Mas vai carregar você também Chico, você também.
_ Já não lhe falei que vou passar pelo port.... port... p...
Alí, naquela rua movimentada, carros passavam em alta velocidade e seu Chico parado na borda da calçada encarava a aberração mais feia que já vira na vida. As pernas bambearam, a fala sumiu, o coração foi pra garganta.
_ Buhhh - falou o Diabo.
_ VALHA ME DEUS, NOSSA SENHORA, CRUZ CREDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Tão aterrorizado ficou o pobre Seu Chico que nem ao menos reparou que sua corrida desembestada o levou diretamente ao meio da movimentada rua. Nem mesmo sentiu a roda da carreta esmagar seu crânio ou que parte de seu cerebro acabou caindo num bueiro, ou ainda, nem mesmo percebeu que seus olhos ainda viam a bestial criatura, o Leviatã, o pesadelos dos pesadelos, ainda que fossem apenas duas esferas oculares girando no asfalto, até que um providencial cachorro os engoliu.

Enfim adeus seu Chico Fuleiro,
foi divertido enquanto durou,
não sei o que houve à sua alma,
se descansa no céu ou se o diabo a levou.

Morreu seu Chico num trágico acidente
os garis lavaram seu sangue
que manchou calçadas e muros
foi enterrado como indigente

Não choremos por Chico Jumento
se achava tão esperto
foi desafiar o diabo
acabou se fudendo.

FIM

Gildson Góes.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Chico Fuleiro e o Diabo - Parte 3

Então...

_Cadê minha recompensa, a corja ta tudo pros quinto dos inferno! Agora eu quero meu dinheiro.
_ É bem verdade Seu Chico, o senhor trabalhou até muito bem. - falou o Diabo. - E vai receber a justa recompensa pelos seus serviços, mas não se esqueça que sua alma ainda é minha. Até mais ver.

Então passou o tempo. Seu Chico enricou depressa, logo era empresário, magnata, business man. Chutou a velha feia que chamava de mulher, arranjou logo uma modelo famosa, com vicio contido por doces, teve um filho macho, esperto que só o pai, quanto ao resto? Nem lembrava mais, tudo bastardo. Viveu o bom que a vida lhe deu. Agora era homem da elite, conheceu gente famosa, falou com o presidente, apresentou programa de TV, fez plástica no Rosto, apareceu em Revistas, era famoso, podre de rico, escandalosamene rico, comprou uma ferrari, comprou casas, tomou café na França, almoçou na Italia, jantou na Espanha, atuou numa novela, publicou uma autobiografia, que vale a nota se chamava "De Chico a Francisco - minha história de sucessos", gravou um Cd, e teve um video seu com a amante transando numa praia deserta publicado na internet. Falou publicamente que a Monalisa era Feia, que Rambo era filme de viado e que Tom Jobim era o pior músico do Brasil. Porém não durou.

A idade chegou para seu Chico Fuleiro e nem mesmo o homem mais esperto do mundo podia escapar dar garras geladas da morte, que iria lhe arrastar pelo cangote para as hordas infernais, o suplício eterno, a dor e o ranger de dentes. E ele pensou matutou, tinha de haver um jeito de passar a perna no Diabo. Aflito, pensativo, Seu Chico teve uma ideia iluminada.

Certo pastor anunciou o portão do perdão, quem por alí passasse seria perdoado de todos os seus crimes, a chance perfeita para uma pessoa necessitada como nosso amigo Chico Fuleiro.

Aconteceu que Seu Chico se converteu, como da água para o vinho, ou da cachaça para o suco de uva, Seu Chico era um homem mudado, aceitou Jesus em seu coração, mudou de vida. Fez o bem, fez caridade, estendeu a mão a quem precisava. Era um novo homem, jamais se sentiu tão bem. Como era feliz ajudando os próximo, salvando o meio ambiente, diminuindo a fome, a miséria e o analfabetismo. Esse era o novo Chico, rara vezes na história do mundo alguém se tornou tão bom homem quanto este homem. O novo bom samaritano.

Enfim.... seria digno de atravessar O Portão do Perdão. Iria para o Céu, enfim havia vencido o Diabo.

Ainda assim....
Continua....................

Gildson Góes.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Interlúdio... (um conto civilizado)

Personagem n°1

_ Puta que o pariu, a porra desse transito num anda mais não caralho!!!!

Personagem n°2

_ É bem acidente.

Dialogo:
n°1 com feliz traseunte.

_Tu sabe que foi que houve alí na frente?

_Acidente, seguido de roubo e um assassinato.

_Puta que pariu como é que é?

_ Um carro bateu no outro, daí os dois começaram a briga, um bandido aproveitou a confusão e roubou uma caralhada de carteira, casa e até a pistola do guarda, daí um dos motoristas muito emputecido agarrou o ladrão, encheu o coitado de porrada e descarregou a arma no outro condutor. Foi só.

_ Puta merda SÓ! Imagina se tivesse sido alguma coisa. E tu tava lá é?

_ Tava mermo, é que o outro ladrão tinha um parceiro mané, que sou eu. Então passa logo a grana, a joias da moça aí e me descola um cigarro.

Operação efetuada, ladrão com a grana, relógio e um cigarro.

_ Fogo aí mermão? - pergunta personagem n°1

_ Só mané.

_ Então toma aqui vagabundo filho da puta!!!!

Personagem n°1 descarrega seu calibre 38 no feliz transeunte.

Epílogo.
Logo alí havia uma casinha, toda jardinhada, o portão e as grades, tinham pouco mais que meio metro de altura. Uma pequena estradinha de chão batido levava a uma modesta casinha de madeira, pequena e confortável, lá um rádio tocava e no escuro, sentado, iluminado pela luz da lamparina um velho descansava, embalando-se em sua cadeira de balanço de madeira e tela.

_ No meu tempo, essa cidade era calma, nem precisava fechar a porta, num tinha transito, não tinha arma, só os policial, arma mermo era a faca. Sem tv, só rádio, sem engarrafamento, sem violência, só em bar. Eram bons tempos, tempos seguros.

Um garoto está ao lado do velho, ouvindo atentamente as palavras dele e retruca:

_ Pois é vô, naquela época era tudo primitivo, agora ta chegando a civilização. Olha lá na rua.
Agora aqui é tudo quase civilizado, só falta um fast-food.

Rindo o velho se levanta.

_ Hehehehehe é pode ser, vou me deitar. Passe o cadeado no portão meu filho.

E volta para o seu pequeno pedaço do primitivo e atrasado que tantas saudades lhe dava.

Gildson Góes.