sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Uma Fábula!


Havia certa vez, em uma terra cujo nome não quero me lembrar, três porquinhos, três irmãos porquinhos mais especificamente, vinham descendo uma estrada de terra, carregavam suas trouxas em suas costas e procuravam um lugar para morar.

Até que acharam, um terreno, vasto, amplo e verde onde a terra era fértil e, principalmente, corria a rede de saneamento e eletricidade. Com tão boas condições de moradia os porquinhos resolveram ali habitar e ocuparam o terreno.

O porquinho mais velho, achou melhor fazer tudo dentro dos padrões da legalidade e antes mesmo de começar a construir sua casa, foi atrás de regularizar a documentação do terreno junto a prefeitura. Seus irmãos, mais preguiçosos riram e começaram a construir logo suas casas, que esses papos de regularização a gente resolve depois.

As casas dos irmãos mais novos estava quase pronta e o irmão mais velho ainda estava na Prefeitura tentando arrumar a documentação necessária, depois de uma pequena odisséia ele finalmente estava com toda a documentação em mãos e pronto pra começar a construir sua casa. Enquanto isso seus irmão já tinham se mudado e estavam providenciando o gato de água e energia.

Finalmente, depois de uma batalha burocrática ele conseguiu construir sua casa e ainda foi atrás do Termo de Habite-se. Seus irmãos riram novamente dele por estar dormindo a luz de velas, pois os técnicos da empresa de eletricidade ainda não tinham aparecido, os de água, quem sabe até o fim do mês. Mas depois alguns dias e ameaças junto ao direito do consumidor, o diabo da casa tava pronta. Enfim. E assim os três porcos tiveram onde morar.

O tempo passou e certo dia apareceu por ali o Sr. Lobo, fiscal da Prefeitura, vinha atrás de um lugar para construir um condomínio de casas populares para beneficiados nos programas sociais e olhe que o dito cujo não achou que achar perfeito o terreno dos nossos porquinhos. Ora, naquela área não constava como habitacional no plano diretor, logo aquele povo ali era invasão.  E lá foi ele bater na porta do povo e pedir a papelada.

É claro que os irmãos mais novos não tinham a papelada, não tinham era nada e até a luz era gato, o Sr. Lobo viu isso e exigiu que ele abandonassem na hora o imóvel, nada feito dali eles só sairiam mortos, simples, o Sr. Lobo bufou, soprou e sacou o celular institucional, em poucos minutos a polícia tava no local, com mandando judicial em mãos e ameaçando arrombar com tudo. Os irmãos porquinhos chamaram a televisão, apareceram chorando abraçados no programa policial enquanto a policia botava tudo abaixo. O apresentador e o povo indignaram-se com a truculência, como sempre, não deu em nada e os porcos ficaram sem as casas.

O Sr. Lobo tava cheio de si e já chegou botando a banca com a policia atrás dele na casa do porco mais velho. Indignado com a ousadia o porco sacou a papelada e praticamente esfregou na cara do Sr. Lobo, esse deu uma bela olhada e viu que tava tudo em ordem, frustrado mandou a policia ir embora, pediu desculpas e foi embora. Mas desculpas é  uma ova, por que o porco mais velho tinha feito contatos e tão puto ficou com aquela invasão a sua propriedade que falou com esse contato e aquela contato lá até que chegou no prefeito em si e ameaçou processar a prefeitura se eles não lhe vendessem os terrenos de seus irmãos de volta. Dito e feito o porco comprou os terrenos e mandou refazer a casa dos irmãos.

Estes vieram contentes e sorridentes ao irmão mais velho agradecendo o presente e a bondade. Presente onde, cara pálida? indagou o mais velho. Logo tratou de empurrar o contrato de locação para os irmãos.

Hoje o porco mais velho vive bem de vida como dono de condomínio e os três irmãos tiveram que arranjar dois empregos pra poderem pagar o aluguel com água e energia por fora.

Fim.

Gildson Góes