O delegado Pereira Machado jogou fora o toco de cigarro, ajeitou os óculos e saíu da viatura. Lá dentro os rapazes da perícia já tiraram fotos e jogavam produtos químicos aqui e alí. Um polícial passava o cordão de isolamento pela sala de estar de uma típica casa de suburbio. A mãe da família, chorava abraçada a sua filha, que mostra uma anormal fascinação por tudo, já o pai discutia com um polícial o porque de ele estar levando o Peru da ceia.
_ Isso são evidências senhor, a perícia precisa analiasar. - retrucava o policial.
O delegado se chegou perto do sargento fulano de tal.
_ Então o que temos sargento?
_ Um maluco chegou pelo telhado com um bando de viadinhos iluminados e gritando ho ho ho feito um doido varrido, depois entra na casa carregando um saco nas costas. Sabe Deus o que ele queria fazer com aquilo. Olha a criança tadinha, tá em choque.
Nos braços da mãe a menina gritava.
_ Mamãe, mamãe, eu vi Papai Noel, eu vi Papai Noel.
_ Um horror. - comentou o policial.
_ É, um horror. O mesmo se repetiu em outras residências, parece que temos um maníaco de Natal a solta. Eu quero fazer umas perguntas a criança e quero todas as equipes na rua. Esse ano eu pego esse tal Papai Noel.
sábado, 19 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
O Diarios Secretos de Seu Zé do Churrasquinho.
Olá, eu sou o Zé.
Meu trabalho é fazer churrasquinhos.
Faço espetinhos de carne, misto de carne e toscana, carne e frango e só frango. Um real o espetinho, e é um dos melhores da cidade. De acompanhamento vem farofa e macaxeira no copinho. Tenho muitos clientes, mais de cem em noites movimentadas, param alunos de escola, pessoas saindo do trabalho, policiais e até alguns deputados vem da Assembléia até minha humilde banca, de carro é claro.
De fato, é muita gente pegando no espeto e botando a macaxeira na boca. (desculpem, não resisti a piadinha).
Minha rotina é a seguinte.
Acordo de manhã, lá pelas nove, afinal chego em casa para dormir de madrugada, vou ao supermercado comprar as melhores carnes para o churrasquinho da noite, compro alguns kilos de toscana e uns tantos peitos de frango, não muito, o frango vende pouco. Depois, vou ao mercado lá no velho Chiquinho do Macaxeirão (não pensem besteira), compro as melhores manteiguinhas que ele tem e depois com um quilo de farinha de Cruzeiro do Sul, volto pra casa para preparar tudo.
Corto a carne, a toscana, o frango, preparo meu tempero especial (meu velho pai me ensinou), deixo as carnes lá de molho, menos a toscana. Descasco a macaxeira e corto meu dedo, de praxe, deixo-a cozinhando e daí vou pra farofa.
Tudo pronto é hora de passar a carne no espeto, como preparo muitos espetos essa é uma atividade que leva a minha tarde inteira. Mas as cinco horas estou lá, firme e forte, vendendo churrasquinho.
Esse é meu dia a dia todas as semanas. Mas as vezes acontece algo fora de rotina.
Fim de semana passado por exemplo meu cunhado me liga, diz pra mim ir lá na casa dele no domingo, ir cedo, ele queria me falar alguma coisa. Então vou, chego as nove horas da matina e descubro que ele, minha irmã, mamãe e até minha esposa, tinham me preparado uma festa surpresa. Lá estava uma faixa escrito: PARABÉNS ZÉ, havia um bolo e uns cajuzinhos. Fazia muito tempo que não tinha uma festa, na verdade nem lembrava que era meu aniversário.
_ E aí Zé, resolvemos fazer alguma coisa diferente esse ano, uma festa surpresa. - disse meu cunhado já trazendo uma latinha de cerveja. - Um Churrasco de aniversário.
Bebi um gole de cerveja.
_ Nossa... um churrasco...
Apesar de viver de churrasco a minha vida toda, resolvi aceitar, pelo menos seria um sabor de churrasco diferente.
_ Beleza, e cadê o churrasco. - perguntei.
_ Então. - disse ele - como você é o melhor churrasqueiro da família, pensei que poderia assar a carne logo né. Mas relaxa meu irmão, já comprei tudo, você só tem que descarcar e cozinhar agora, e pode deixar que eu preparo o fogo.
_ Quer dizer que vou fazer churrasco no meu aniversário? Realmente você sabe fazer surpresa.
Pensando bem, não foi nada fora de rotina.
Ass. Seu Zé.
P.S. Odeio meu cunhado.
Gildson Góes.
Esse conto é uma obra de ficção, qualquer semelhança com qualquer Zé do Churrasquinho real é mera coincidência.
Meu trabalho é fazer churrasquinhos.
Faço espetinhos de carne, misto de carne e toscana, carne e frango e só frango. Um real o espetinho, e é um dos melhores da cidade. De acompanhamento vem farofa e macaxeira no copinho. Tenho muitos clientes, mais de cem em noites movimentadas, param alunos de escola, pessoas saindo do trabalho, policiais e até alguns deputados vem da Assembléia até minha humilde banca, de carro é claro.
De fato, é muita gente pegando no espeto e botando a macaxeira na boca. (desculpem, não resisti a piadinha).
Minha rotina é a seguinte.
Acordo de manhã, lá pelas nove, afinal chego em casa para dormir de madrugada, vou ao supermercado comprar as melhores carnes para o churrasquinho da noite, compro alguns kilos de toscana e uns tantos peitos de frango, não muito, o frango vende pouco. Depois, vou ao mercado lá no velho Chiquinho do Macaxeirão (não pensem besteira), compro as melhores manteiguinhas que ele tem e depois com um quilo de farinha de Cruzeiro do Sul, volto pra casa para preparar tudo.
Corto a carne, a toscana, o frango, preparo meu tempero especial (meu velho pai me ensinou), deixo as carnes lá de molho, menos a toscana. Descasco a macaxeira e corto meu dedo, de praxe, deixo-a cozinhando e daí vou pra farofa.
Tudo pronto é hora de passar a carne no espeto, como preparo muitos espetos essa é uma atividade que leva a minha tarde inteira. Mas as cinco horas estou lá, firme e forte, vendendo churrasquinho.
Esse é meu dia a dia todas as semanas. Mas as vezes acontece algo fora de rotina.
Fim de semana passado por exemplo meu cunhado me liga, diz pra mim ir lá na casa dele no domingo, ir cedo, ele queria me falar alguma coisa. Então vou, chego as nove horas da matina e descubro que ele, minha irmã, mamãe e até minha esposa, tinham me preparado uma festa surpresa. Lá estava uma faixa escrito: PARABÉNS ZÉ, havia um bolo e uns cajuzinhos. Fazia muito tempo que não tinha uma festa, na verdade nem lembrava que era meu aniversário.
_ E aí Zé, resolvemos fazer alguma coisa diferente esse ano, uma festa surpresa. - disse meu cunhado já trazendo uma latinha de cerveja. - Um Churrasco de aniversário.
Bebi um gole de cerveja.
_ Nossa... um churrasco...
Apesar de viver de churrasco a minha vida toda, resolvi aceitar, pelo menos seria um sabor de churrasco diferente.
_ Beleza, e cadê o churrasco. - perguntei.
_ Então. - disse ele - como você é o melhor churrasqueiro da família, pensei que poderia assar a carne logo né. Mas relaxa meu irmão, já comprei tudo, você só tem que descarcar e cozinhar agora, e pode deixar que eu preparo o fogo.
_ Quer dizer que vou fazer churrasco no meu aniversário? Realmente você sabe fazer surpresa.
Pensando bem, não foi nada fora de rotina.
Ass. Seu Zé.
P.S. Odeio meu cunhado.
Gildson Góes.
Esse conto é uma obra de ficção, qualquer semelhança com qualquer Zé do Churrasquinho real é mera coincidência.
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