Então...
_Cadê minha recompensa, a corja ta tudo pros quinto dos inferno! Agora eu quero meu dinheiro.
_ É bem verdade Seu Chico, o senhor trabalhou até muito bem. - falou o Diabo. - E vai receber a justa recompensa pelos seus serviços, mas não se esqueça que sua alma ainda é minha. Até mais ver.
Então passou o tempo. Seu Chico enricou depressa, logo era empresário, magnata, business man. Chutou a velha feia que chamava de mulher, arranjou logo uma modelo famosa, com vicio contido por doces, teve um filho macho, esperto que só o pai, quanto ao resto? Nem lembrava mais, tudo bastardo. Viveu o bom que a vida lhe deu. Agora era homem da elite, conheceu gente famosa, falou com o presidente, apresentou programa de TV, fez plástica no Rosto, apareceu em Revistas, era famoso, podre de rico, escandalosamene rico, comprou uma ferrari, comprou casas, tomou café na França, almoçou na Italia, jantou na Espanha, atuou numa novela, publicou uma autobiografia, que vale a nota se chamava "De Chico a Francisco - minha história de sucessos", gravou um Cd, e teve um video seu com a amante transando numa praia deserta publicado na internet. Falou publicamente que a Monalisa era Feia, que Rambo era filme de viado e que Tom Jobim era o pior músico do Brasil. Porém não durou.
A idade chegou para seu Chico Fuleiro e nem mesmo o homem mais esperto do mundo podia escapar dar garras geladas da morte, que iria lhe arrastar pelo cangote para as hordas infernais, o suplício eterno, a dor e o ranger de dentes. E ele pensou matutou, tinha de haver um jeito de passar a perna no Diabo. Aflito, pensativo, Seu Chico teve uma ideia iluminada.
Certo pastor anunciou o portão do perdão, quem por alí passasse seria perdoado de todos os seus crimes, a chance perfeita para uma pessoa necessitada como nosso amigo Chico Fuleiro.
Aconteceu que Seu Chico se converteu, como da água para o vinho, ou da cachaça para o suco de uva, Seu Chico era um homem mudado, aceitou Jesus em seu coração, mudou de vida. Fez o bem, fez caridade, estendeu a mão a quem precisava. Era um novo homem, jamais se sentiu tão bem. Como era feliz ajudando os próximo, salvando o meio ambiente, diminuindo a fome, a miséria e o analfabetismo. Esse era o novo Chico, rara vezes na história do mundo alguém se tornou tão bom homem quanto este homem. O novo bom samaritano.
Enfim.... seria digno de atravessar O Portão do Perdão. Iria para o Céu, enfim havia vencido o Diabo.
Ainda assim....
Continua....................
Gildson Góes.
Um comentário:
Esse Chico tá é cum "amuage". Gostei do interlúdio também, é bem realista!
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