Há alguns anos atrás, num local seco e desolado, um homem está parado em frente ao corpo ressecado e defunto de um boi. Zeca, muito mais moço, olha com tristeza para a carcaça velha, lá ao longe, surge uma sombra, ao se aproxima vemos que é Joca quem vem.
_ Ô Zeca! Como vai cumpadre?!
_ Ô Joca, to vendo aqui, meu ultimo boi morreu. Ô solzinho fila da puta.
_ Viveu foi muito, o meu já morreu faz três meses, e mês passado enterrei o Tonho.
_ Teu cunhado morreu Joca?!!!
_ O cunhado não burro, o jumento.
_ Ah sim, mas essa tua de da o nome do teu cunhado pro jumento.
_ Pois é neh, o jumento era tão esperto, merecia mesmo não.
_ Bem, mas vamos lá em casa tomar um café.
Já na velha tapera de barro e palha...
_ O seca desgraçada, nem orar pra Padre Cícero ta dando jeito. – disse Zeca desesperançoso. _ Que se faz?
_ Vamo pro Acre, lá a gente enrica, o pessoal diz que chove chega alaga, é melhor do que viver nesse inferno quente.
_ É verdade, vamo mermo, que essa aqui..., ô terrinha pra fazer sol.
Alguns anos depois, nossos heróis, velhos, raquíticos e pobres, sentam-se na varanda do asilo para idosos, olhando para o jardim, coberto de água, já é o terceiro dia de chuva e sem partida de dominó.
_ Ô terrinha essa pra chover viu! – declarou Zeca com um suspiro.
_ Pois é, lembra como lá no sertão fazia sol. Ô coisa boa que era. – concordou Joca com olhar saudoso.
_ Saudades!
Gildson Góes.
Comentário: Nunca ouvi falar em alagação em Abril, mas pelo amor de Deus, o que é isso gente, é muita chuva, enquanto isso lá no sertão, já vai sete meses que não chove. Quem vai entender? E falando em água é tempo de peixe, se alguém for fazer uma muqueca de semana santa, me chame fazendo o favor.
Ótimo feriado, lembre que Jesus (e não o Lula) é o CARA!
E para os católicos a programação é, na Sexta Feira Santa, procissãozinha clássica, ás cinco da tarde (tomara que não chova, que aí fica foda), e Domingão acordar às quatro da matina e ir pra Concha Acústica (tomara que não chova também que fica mais foda ainda) para o Alvorecer da Ressurreição.
Um comentário:
É o tempo passa...e a programação da Páscoa sempre a mesma! Mais deixa pra lá. Gostei do texto Dia de chuva. O ser humano nunca se contenta não é mesmo?!
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