A noite de 18 de abril de 2015 marcou mais um show da turnê de divulgação do disco Espera a Chuva Passar da banda Os Descordantes, o show aconteceu no Teatro Plácido Castro, vulgo Teatrão. Os Descordantes são conhecidos na cena acreana, especialmente em Rio Branco, onde já fizeram shows em festivais, pubs, bares, DCE's, Saraus e até um marcante show no quintal da casa do vocalista. Com esforço, dedicação, suor e muito amor ao que fazem eles foram construindo seu nome para além das fronteiras acreanas participando de festivais em outros Estados e sendo (bem) reconhecidos pela cena nacional.
Esse ano foi uma coroação para todo os esforços da banda, com o lançamento oficial do disco, verdade que já tinham lançado "on line" ano passado, mas agora ele veio em formato físico, palpável e muito mais real, também para os ouvintes, mas principalmente para a própria banda. Gravaram no Estúdio Show Livre, onde vários artistas da cena independente já participaram e até mesmo alguns do "mainstream" como Sepultura por exemplo. Na sequência a banda saiu em turnê por vários Estados do Brasil com resultados que deixaram os membros da banda bastante satisfeitos.
Depois dessa volta pelo litoral brasileiros a banda volta pra casa, no meio na Amazônia e aqui faz o lançamento oficial do seu primeiro disco e de quebra faz a gravação de seu primeiro DVD, toca música nova e presta homenagem à música acreana, particularmente a Tião Natureza e Jorge Cardoso. E claro, apresenta seu rock romântico, ora pop, ora brega, ora samba, a banda gosta de variar nos ritmos. Teve participações especiais Heriko Rocha, conhecido músico da cena local, Thiago Melo que inclusive toca com o vocalista Dito nos Velhos Cowboys, quem frequenta os pubs acreanos, já viu! E a banda Capuccino Jack que participou na homenagem a Tião Natureza.
A formação estava azeitadíssima, com uma alteração, que foi a volta do tecladista/pianista e co-fundador da banda Sóstenes de Andrade. Diego Torres (ou Dito pra abreviar) o frontman, vocalista e guitarrista, Saulinho no baixo, mas também mandando bem na guitarra e George Naylor bastante energético na bateria.
Difícil escolher um destaque no show, a banda tem um repertório de alta qualidade, nenhuma música era fraca ou descartável, muitas delas já são clássicos como Hombridade ou o brega de barzinho de Sair Daqui (sinto um toque de Reginaldo Rossi nessa, sou só eu?) ou ainda a beleza triste de Hoje de Manhã com uma introdução bem psicodélica e, falando em tristeza, o que dizer de Amigo Amarelo, é um samba e até bem animadinho, mas a letra é de partir do coração! Mas confesso que minhas preferências estão nas mais pesadas e rockeiras Descrença e o Porto e o Rio! E, claro, teve Enquanto Puder, inegavelmente o maior hit da banda (já disse pro Dito que é a Confortably Numb dele) é sempre a mais esperada e claro que a banda segurou ela até o final, é difícil não se deixar levar, um piano belíssimo de acento pop conduz a canção, a letra é poética e romântica (e música romântica sempre foi a preferência nacional, pergunte ao Roberto Carlos) o rock chega lá pro final da música com uma base solida de baixo e bateria sustentando um inspirado solo de guitarra, enfim toda aquela receita pra uma música que a banda deverá tocar em seus shows pro resto da vida.
É legal, é bonito, dá esperança no amanhã para a música brasileira ver essas coisas. Show autoral, o publico curtindo como se estivesse vendo uma banda clássica, ver gente disposta a sair de casa pra ver uma banda acreana, tocar música acreana, é muito bacana! Isso é sucesso de verdade! Espero de coração que Os Descordantes façam vôos ainda mais altos (Lollapalooza talvez? Quem sabe...). Enfim, hora de encerrar o texto e o que ainda tenho pra dizer é... Vida longa aos Descordantes!!!
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