sábado, 18 de dezembro de 2010

Dos gostos musicais

_ Cara teu aparelho de som tá quebrado.
_ Quebrado?
_ Quebrado
_ Mas como?
_ Sei lá, coloquei um disco pra tocar e saiu uns barulho estranho, fiquei até assustado.
_ Uns barulhos estranhos? Que tipo.
_ Sei lá véi, sei descrever não, era um barulho muito estranho mesmo.
_ Hum... acho melhor ir ver isso.

_ Oh é só colocar o cd daí fica esse silêncio, depois começa esses barulhos esquistos, ou é o som ou é o cd.
_ ...
_ Que foi? Oh se tu ta pensando que eu quebrei teu som pode tirar o cavalo da chuva, eu acabei de chegar aqui, só coloquei o cd, fiz mais nada.
_ Eh... não tem nada quebrado aqui cara.
_ Então o que diabos é essa barulhera esquisita!?
_ É Pink Floyd PORRA!!!!

Gildson Góes


P.S. Essa história não é real, qualquer semelhança com fatos ou acontecimentos reais é mera conhecidência
P.P.S Dedicado a todos que não gostam de Pink Floyd

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Equanto isso no cemitério...

O sol ia se pondo no horizonte a ultima família saía do cemitério publico local, o zelador já aguardava impaciente no portão, equanto a família se retirava, comentavam maravilhas sobre o falecido, grande homem, bom pai, homem admirável e etc. o zelador já ouvira aquelas coisas antes. Após os atrasados saírem ele fechou o portão, deu mais uma olhada nas tumbas que viravam apenas vultos no crepúsculo daquela tarde de finados. Sentiu um calafrio subir por sua espinha, trancou o portão e foi pra casa a fim de assistir a novela.

Lá, em meio a escuridão, um braço esqueletido coberto com carne apodrecida surgiu de debaixo a terra, logo outras pessoas foram aparecendo por detrás das tumbas, de dentro de gavetas, saindo de capelinhas. Zumbis, vangando pelo cemitério, cumprimentando-se uns aos outros, perguntando como ia a morte, vai bem obrigado, só esses vermes malditos, me causam coceira, nossa que arranjo lindo, ótimo gosto tem sua filha Marizette, hum até que enfim resolveram dar uma pintura nessa joça, veja que jardim lindo e etc. Logo todo tipo de comentário se ouvia, homens e mulheres, algumas crianças também e mulheres carregando natimortos. Alguns estavam bem vestidos, outros em farrapos e alguns até mesmo nus.

Mas só um parecia deprimido, Seu Francisco Falecido, estava sentado sobre sua cripta segurando moribundamente uma vela acessa. Lá veio Tonhão Bebum, morto de cirrose fazia três anos, era vizinho de Seu Francisco, vinha carregando uma garrafa de 51 nas mãos.

_ O vizinho, quer um gole? Meu filho me trouxe pro dia dos finados. Menino de ouro esse.

_ Pois é - Francisco tomou um gole e a bebida escorreu por um buraco na sua traqueia. - A gente cria esses meninos com tanto gosto, ensina respeito a eles e quando a gente morre, como é que eles agradecem, acendendo velas. VELAS!

_ Hum. O meu num acende vela não, só traz uma bebidinha, mas acho que ele pensa que quem toma é o zelador sabe.

_ Sei. Pô até o japonês recebe uma tigela de arroz.

_ É mermo neh, Oh Japa, traz o arroz aí que a gente divide a cachaça.

_ A valeu, já que não tem saquê né! - disse o japonês.

_ Vai ser a luz de velas então. - disse seu Chico Falecido colando a sua velinha no meio do trio.

_ Tu tem é sorte seu Chico. - era seu Raimundo Cabra Macho, morto numa briga de pexera envolvendo uma partida de dominós. - Eu que tiva só filha, o que elas trazem? FLORES. Flores rosas!!! Pô! Vão duvidar da minha masculinidade, o Tonhão lá da quadra 9 não para de jogar na minha cara isso, ah se me tivessem enterrado com a pexera, porra disse não sei quantas vezes, me enterrem com a porra da pexera.

_ É a morte Seu Raimundo, é a morte. - falou Seu Chico filosófico.

E assim correu a noite, quando o sol nasceu todos os arranjos de flores tavam fora do lugar, velas caidas pelo chão e pegadas em varios lugares. O zelador teve outro calafrio e começou a arrumar tudo.

Gildson Góes.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Dia em que o cidadão comum encontrou um vampiro.

Vinha por uma rua escura e deserta o cidadão comum. Voltando do trabalho, cansado, carregando sua maleta. Pensava no futebol, na sua poltrona e nas três latinhas de cerveja bem geladinhas que estava lhe esperando na sua geladeira.

Foi quando ouviu passos, olhou para trás e nada viu, continuou andando com a firme impressão que alguém lhe seguia, ou alguma coisa, teve medo e apertou o passo. Porém os passos atrás dele resolveram apertar também, logo uma mão lhe agarrou o ombro e lhe jogou contra uma parede.

Bateu com força, mas não desmaiou ainda viu a terrível criatura que se aproximava. Tinha olhos vermelhos, pálido como um cadáver, trazia no rosto um sorriso psicopata com longos e afiados caninos. O cidadão comum estava cara a cara com um vampiro.

_Vo - você vai be-ber meu sangue? - perguntou amedrontado e sem saber nada mais adequado para perguntar.

_Sim eu vou. - respondeu o vampiro, - não está na cara?

O monstro lhe agarrou pelo pescoço, trouxe até suas presas e fincou na pele até que o sangue fluísse. Bebeu e jogou o corpo de volta ao chão.

O cidadão comum se surpreendeu por ainda estar vivo.

_Estou vivo? - perguntou o cidadão comum surpreendido.

_Ao que me parece sim. - respondeu o vampiro procurando algo em sua capa escura. - Onde foi que deixei. - falou pra si mesmo.

_ Mas as histórias dizem que você devia beber meu sangue até eu morrer ou me transformar num vampiro também.

_ Bobagens do cinema garoto. Nada disso é real.

_ Então você não precisa me matar pra se alimentar?

_ É clar que não. Ah achei!!! - retirou algo do dentro da capa.

O cidadão comum já estava todo contente, pois ainda poderia ver o jogo, tomar umas cervejas e ainda faltar ao trabalho no dia seguinte, por falta de sangue, porém o som de uma arma de fogo sendo armada lhe retirouos pensamentos.

_ Nós só matamos por prazer mesmo. - falou o vampiro todo prosa.

Houve um BANG! e a bala acertou o cidadão comum, mas ele não morreu, quando acordou mais tarde, meio tonto e grogue, percebeu que o tiro pegou de raspão e o vampiro pelo visto não percebeu, foi embora. O cidadão comum se levantou, foi para sua casa.

O jogo já havia terminado, descobriu que sua mãe havia levado a poltrona emprestado, bem pelo menos tomaria as cervejas. Cambaleou até a geladeira, abriu a porta e quando o ar gelado lhe acertou o rosto viu que esquecera as três latinhas no refrigerador, podiam ser usadas como armas de tão duras.

Sentou-se em frente a geladeira só então começou a gritar....

Gildson Góes

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ANDRE MATOS NO ACRE!!!



Um dos maiores expoentes do heavy metal nacional irá se apresentar neste sábado, 23, no Quadrilhódromo do Tucumã. O show, além de contar com bandas locais, trará também outro grande nome do metal brasileiro, a banda Krisiun.

Andre Matos começou sua carreiria em 1985 quando formou a Banda Viper, que ficou famosa por criar o heavy metal melódico no Brasil, pois foi a primeira banda a misturar temas da musica classica às guitarras do metal. Matos saiu do Viper no final da decada de 80 por diferenças musicais e para continuar seus estudos na Faculdade de Música.

Já na década de 90 ele retorna ao cenário do rock e enquanto sua antiga banda seguia com uma musicalidade mais pesada, o Angra leva o metal melódico a um nível mais elevado com seu album de estréia, Angels Cry, que é até hoje um dos mais belos discos de rock já feitos no Brasil, porém não ficou limitado à musica classica, em seu segundo album, Holy Land, misturou às guitarras do Metal a musicalidade brasileira, sendo considerado por muito (inclusive eu) como o melhor album da banda.

Em 99 Andre Matos em conjunto com o baixista Luiz Mariutti e o baterista Ricardo Confessori, deixam o Angra e forma o Shaman, trazendo todo o misticismo andino para o heavy metal, a banda fez sucesso, e com Andre Matos chegou a lançar dois grandes albuns: Ritual e Reason, o primeiro é mais melódico com tematicas indígenas e um pouco de misticismo em suas letras (bruxarias, feitiços, etc.), o segundo é mais pesado e climático, com um dos melhores trabalhos de piano feitos na carreira do cantor.

Após sair do Shaman após conflitos internos Andre Matos decide lançar carreira solo, optando por um heavy metal mais clássico, ainda flertando com o melódico, porém buscando mais peso e mais inspiração nos anos 80, em seu segundo album solo, Mentalize, é possível perceber clara influencia da banda Queen em músicas como I Will Return e A Lapse in Time.

Essa será a primeira vez de Andre Matos no Acre, esperemos que não seja a última. O valor do ingresso é de 30 reais, ou meia entrada levando um kilo de alimento.

Bora lotar esse show galera!!!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Enigma do PO(l)VO



Sinto necessidade de externar minha opinião sobre o segundo turno das eleições 2010.


Voto no unico candidato em que acredito atualmente, o botazinho branco no canto da urna. Pois o que temos aí, são dois candidatos fracos, sem ideologia nenhuma, ou melhor cada qual tem sua ideologia, mas acha melhor esconder ou alugar ideologias alheias para passar uma boa imagem eleitoral.


Bem, não acredito em ninguém no momento, e minha escolha é que nenhum dos dois ganhe, que façamos eleições novas, quem sabe surge algo que preste. Duvido que vá acontecer, até arrisco palpitar um ganhador (mas não digo aqui), mas sei que nenhum dos dois que estão aí vai ganhar com meu voto.


Até daqui a quatro anos candidatos. Um abraço
P.S. Post dedicado ao Fábio, VOTE 77

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Zeca e Joca em: O Aniversário de Zeca.

Nossos velhos e bons amigos, Zeca e Joca estavam comemorando, era aniversário de %$&$ anos de Zeca e o pessoal lá do abrigo para idosos resolveram comemorar. O aniversariante ganhou vários presentes, do Seu Chico Raimundo ganhou uma dentadura nova, da Dona Feliciana um livrinho de orações e da sua própria filha ganhou um radinho de pilha novo e do seu genro um estoque de um ano de fraudas geriátricas.

Depois mandar seu genro enfiar as fraudas naquele lugar e recomendar a sua fillha que o levasse para a puta que o pariu e desejar ardentemente que o diabo o carregasse, foi a vez de receber o presente de seu velho e bom amigo. Joca.

Joca meio tímido, coisa que não era lá de seu feitio trouxe-lhe um embrulho e o deu de presente. Disse que era coisa pouca, uma besteirinha, mas que era de coração. Zeca ligeiramente emocionado aceitou de bom grado o presente. Abriu o pacote e achou um bom bocado de cuecas.

_ Joca meu cumpadi. Tava mesmo precisando. Muito obrigado.

_ Que é isso Zeca. Bobagem.

Uma semana se passou e Zeca realmente achara confortaveis aquelas cuecas, foi até Joca lhe perguntar onde tinha comprado, pra conseguir mais alguns exemplares.

_ O Joca, onde tu comprou essas cuecas. São confortavel que só. Acho até que vou comprar mais algumas.

_ Rapaz, compra mermo, é baratinho. Toma aí o endereço.

Lá foi Zeca comprar suas cuecas novas. Mas quando chegou na loja.

Grife do Zé Ruivão: Roupas Usadas.

_ Roupas usadas. - disse desolado nosso velho. - Ah como eu odeio aquele caduco de merda!

Equanto isso lá no asilo.

_ O Joca. Tu comprou mermo cueca usada pro Zeca.

_ Comprei nada seu Chico Raimundo, acha que eu ia gastar dinheiro com isso. Peguei das suas mesmo.

_ Vixe cumpádi. Mas tu num sabe que tenho incontenencia urinária?

_ Imagine quando ele descobrir. hehehehehe

FIM.

Gildson Góes.

P.S.
Pois é senhores. Eles voltaram.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Um Conto Civilizado (Parte sei lá qual)

Dez para meia noite, lá estava o cidadão comum. Sentado num banco de praça, tomava um refrigerante inocentemente, sem perceber a estranha, e um tanto assustadora, presença que se aproximava pelas suas costas. Não percebeu até que a mão da presença pousasse, de maneira ligeiramente pesada, e por isso mais ameaçadora, em seu ombro.

_ Ô tio, compra um chiclete aí. É dois real.

O cidadão comum sem querer demonstrar o susto que acabara de levar, se recompos. Respondou num tom meio inseguro, como que pra testar a reação do cidadão alí.

_ Não obrigado, não tenho dois reais.

_Tem sim tio, compra aí, é pra ajudar nas despesas lá de casa. - como todo bom vendedor ele era persistente, ou simplesmente chato.

_ Mas não tenho dois reais trocado?

_ Tem quanto aí tio, pra ver seu troco?

O cidadão comum se viu num impasse. Tinha na carteira quatro notas de cinquenta reais que imprudentemente deixara de trocar mais cedo e de forma mais imprudente ainda resolvera carregar para uma praça vazia às dez pra meia noite. Cogitou. Se era pra ser assaltado acabaria sendo de qualquer forma. Falou logo de uma vez.

_ Só tenha nota de cinquenta.

_ Tem grilo não eu troco.

_ Troca?

_ Troco mermo.

_ Então me dá um.

_ Ta aí.

O garoto pegou a nota de cinquenta reais, retirou da caixa onde carregava os chicletas um enorme, ernome mesmo, maço de notas pequenas. Contou tudo direitinho e devolveu o troco corretamente.

_ Brigadão Tio. Boa noite.

_ Hei espera aí menino! Você ganha tudo isso vendendo chicletes.

_ Também, mas só faço isso nas segundas, quartas e sextas. Fim de semana eu lavo carro.

_ E nas terças e quintas.

_ Ah aí eu assalto trouxas mermo.

_Ahn. Então tá.

_ Falou Tio, falando nisso. - puxou um relógio de dentro da caixa. - Olha só, meia noite e cinco.

Da mesma caixa o jovem e honesto vendedor e chiclete puxou uma calibre 38.

_ Vou madrugar no serviço hoje. PASSA A GRANA AÍ FILHO DA PUTA!!!!!

E assim o cidadã comum chegou em casa, sem dinheiro, sem documentos, sem celular, sem sapatos, mas pelo menos tinha um consolo de estar mastigando um delicioso chiclete.

Gildson Góes.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Momento Família.

Equanto isso, numa família feliz qualquer...

(Até um ano de idade.)

_ Fala Papai, fala filhão. Pa-Pai.

_ Pa... pai...

_ QUERIDA! QUERIDA! O Junior falou, fala de novo pro papai, fala.

(A partir dos três anos.)

_ Ô Pai, paieeee, pai, pai, hei pai.

_ Cala a boca Junior, ta vendo que eu to querendo conversar com sua mãe não. Não sei por que é que esse menino fala tanto.

Fim do momento família, reflitam sobre isso.

P.S. Pra fugir da rotina resolvi não escrever sobre carnaval. Não consegui pensar em nada interessante pra dizer mesmo.

Gildson Góes.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Sobre o cinema alternativo.

Terça Feira, 02 de fevereiro de 2010.

Estou na filmoteca acreana, assistindo a alguns curtas do 2° Festival do Juri Popular, quando escuto a seguinte crítica, vinda de um cidadão qualquer na fileira acima da minha.

"Hoje em dia qualquer coisa vira filme, e é tudo patrocinado isso, ficam gastando dinheiro com esses baitolas que não têm o que fazer"

Esse é o cinema alternativo brasileiro empolgando as massas. Enquanto isso leio no G1 que Avatar chegou a soma de 2 bilhões de dólares, tipo, dinheiro pra cacete, o tanto de dinheiro que resolveria minha vida, mesmo aos 21 anos de idade.

Sinceramente, não posso tirar a razão desse comentário, o cinema alternativo, feito sob patrocinio, através de escolas de cinema, não empolga mesmo. Muitos deles têm histórias confusas, imagem tremida, a maioria tenta passar uma mensagem, mas será que essa mensagem vale realmente a pena? Será que quem assiste vai realmente se sentir realizado em tentar descobrir um sentido nos dialogos e na montagem confusa das cenas?

O grande destaque dessa noite de terça feira foi: A Montanha Mágica, que apesar de ser uma chatisse, tem uma fotografia belíssima, o outro e o melhor da noite foi A Guerra de Arturo, da Massa Real produções, é um filme de vinte minutos, simples, mas bem feito, com uma história interessante, mas sem grandes pretenções, ou seja, um curta de verdade, seus vinte minutos passam com muito mais naturalidade do que os sete gastos em Os Inocentes por exemplo.

O festival continua pelo resto da semana, talvez eu vá assitir algum outro filme, ou talvez eu, simplesmente, continue minha leitura de O Iluminado de Stephen King.

Gildson Góes.

Bem senhores, como podem observar, ou não, estou começando hoje minha nova seção, opinião. Como é relativamente mais fácil comentar o que vejo e escuto no dia a dia, do que ficar inventando histórias, talvez o blog fique mais atualizado. Mas eu disse talvez.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O Preço do Amor (com adaptações)

Uma tarde, um menino aproximou-se de sua mãe, que preparava o jantar, e entregou-lhe uma folha e papel com algo escrito.

Depois que ela secou as mãos e tirou o avental, ela leu:
_ Cortar a grama do jardim: R$ 3,00
_ Por limpar meu quarto esta semana. R$ 1,00
_ Por ir ao supermercado em seu lugar. R$ 2,00
_ Por cuidar de meu irmãozinho enquanto você ia às compras. R$ 2,00
_ Por tirar o lixo toda semana. R$ 1,00
_ Por ter um boletim com boas notas R$ 25,00 e
_ Por limpar e varrer o quintal. R$ 2,00
TOTAL DA DÍVIDA R$ 36,00

A mãe olhou o menino, que aguardava cheio de expectativa. finalmente, ela pegou um lápis e no verso da mesma nota escreveu:
_ Por levar-te nove meses em meu ventre e dar-te a vida. NADA
_ Por tantas noites sem dormir, curar-te e orar por ti. NADA
_ Pelas preocpaçõs e pelos prantos que me causates. NADA
_ Pelo medo e pelas aflições que me esperam por tua causa. NADA
_ Por comidas, roupas e brinquedos. NADA
_ Por dedicar minha vida a ti, adaptando meu trabalho, minha moradia, meu lazer. NADA.
CUSTO TOTAL DE MEU AMOR: NADA.

O menino pegou o papel das mãos da mãe, leu atentamente o que estava escrito, e falou:

_ Bem mãe, a senhora tem um argumento interessante, vamos analisar por partes, considerando que foi a senhora que decidiu em acordo com papai, que me teriam, seu primeiro argumento é invalido, e como todo bom adulto deve saber que ter filho não é brincadeira, as noites sem dormir, os prantos e as preocupações vêm todas juntas no pacote. Vou considerar a parte da cura e das orações, também vou levar em consideração as roupas e os brinquedas, quanto a alimentação é OBRIGAÇÃO de vocês me alimentarem, lembre do ECA. E que papo é esse de dedicar a vida, ora bolas. Que eu bem saiba a senhora não pensava propriamente em mim, quando decidiu me ter, a decisão da maternidade foi totalmente sua, para atender uma necessidade sua, o amor ao filho vem após o nascimento, portanto a senhora, já devia saber as privações por que passaria, então não vou contar isso. Acho que o máximo que posso fazer é lhe dar um abatimento de 20 % sobre o total e parcelar em até duas vezes sem juros, mas ande logo que é só enquanto estou emocionado.

FIM.

Com a palavra o autor:
Olá possíveis leitores, pensaram que eu ia escrever um texto decente dessavez? Bem, começando o ano fazendo uma coisa que sempre quis fazer, estragar essa maldita lição de moral, há anos que eu gostaria de fazer um final decente para essa coisa. Hoje resolvi fazer isso, não sei se foi o melhor, mas até que ficou interessante. O final verdadeiro para que não conhece esse conto é assim, após ler o bilhete da mãe o menino, com lágrimas nos olhos diz que a ama e escreve no seu bilhete TOTALMENTE PAGO. Terrivelmente BREGA não?
Transportando essa situação para vida real vejo apenas uma solução plausível, a mãe encher o muleque de peia, dizer que tudo aqui não passa da obrigação dele e vá já fazer o dever de casa. Ou coisa similar.

Até a próxima. o/