Quando conheci a banda
sueca Ghost ela já era famosa e sucesso de crítica na maioria dos sites que
acompanho, mas nunca tinha me chamado a atenção, a maquiagem do vocalista e as
vestimentas do resto da banda me fizeram pensar que se tratava de mais uma
dessas bandas de Black Metal revoltadas com Deus e fazendo um som extremo com
vocal gutural e uma bateria na velocidade da luz. Sorte minha que um amigo
(valeu Oscar) me indicou a banda e me esclareceu do que se tratava, fiquei
curioso, fui procurar e conheci uma das minhas bandas favoritas da atualidade.
Apesar de ser
recente, estrearam em 2010, o Ghost faz um som que poderia muito bem ter surgido na década de 70,
não há traços de modernidade aqui tudo soa bastante datado, embora seja muito
bem produzido. O vocalista apesar da aparência externa, um papa satânico, canta
com uma voz limpa e até mesmo lírica em alguns momentos. O som não tem
palhetadas distorcidas, efeitos eletrônicos ou coisas do gênero, ao contrário,
bebe de fontes como o rock progressivo, hard rock e o Heavy Metal dos anos 70,
tendo até mesmo traços de pop, tornando a música agradável e acessível para
todos os ouvidos, ou seja, não precisa ser um fã de metal pra ouvir Ghost.
O que talvez possa
complicar ao possível ouvinte uma audição de Ghost são suas letras,
descaradamente (e até mesmo ridiculamente) satânicas. Na verdade, são letras
bem ingênuas, um crítico descreveu-as como algo que um adolescente rebelde
poderia ter escrito pra irritar sua professora de religião. Aí é que está a
diversão, o Ghost une talento e técnica em composições belíssimas que destoam
completamente do discurso repugnante de suas letras e fazem tudo isso sem
pretensão alguma. Não há discursos filosóficos ou exortações contra cristãos,
não há críticas a Deus ou a Igreja, enfim é um satanismo “inocente”
voltado ao mero entretenimento.
Ghost não é uma banda que se deva ouvir com pretensões intelectuais ou ainda em busca de algo novo, original, o que temos é uma volta ao passado com fortes influências de bandas como Black Sabbath, Coven, Blue Öyster Cult, dentre outras. Escute Ghost com o mesmo espírito com o qual você assistiria a um bom filme de terror, sem grandes pretensões, assim sendo será diversão garantida.
O Ghost tem atualmente
dois discos lançados: Opus Eponymous de 2010, mais cru e setentista e Infestissuman
de 2013, mantendo a identidade setentista, mas com adição de elementos do Pop,
ambos excelentes, audições mais que recomendadas. Caso queria conhecer mais
sobre esses discos e sobre a banda em si indico as excelentes resenhas de
Ricardo Seelig da Collector’s Room.
Infestissuman: http://www.collectorsroom.com.br/2013/04/ghost-bc-critica-de-infestissumam-2013.html
Atualização
Comentário do Oscar Vareda: "- se o ghost fosse um filme, seria "the evil dead": bem feito, despretensioso e divertido pra caralho".
Atualização
Comentário do Oscar Vareda: "- se o ghost fosse um filme, seria "the evil dead": bem feito, despretensioso e divertido pra caralho".
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