E para fechar o mês......
Ainda lembrava seu Francisco, das gloriosas noites de choperia, dos porres homéricos, das conversas altamente intelectuais, dos risos, das alegrias, da movimentação que havia naquela cidade desde a fundação do empreendimento. Dos domingos de futebol, da sexta de música ao vivo, tudo era agora apenas um lembrança de Seu Francisco. Passou o resto de seu dias a beber e relembrar do mais precioso momento de sua vida.
_ Jamais uma cerveja será tão boa quanto a da minha choperia. - falava seu Francisco.
Ele cansou da cidade e de seus reclamantes cidadãos, foi-se embora para a cidade grande. Lá virou um velho bêbado e amargurado que caminhava pelas ruas, com uma buchudinha na mão, pedindo esmolas e pratos de comida e falando da lenda que ele era.
_ Nunca, nunca aquela cidade ingrata viu uma Choperia como a minha. Eu me tornei uma lenda entre os botequeiros, eu ousei fazer o melhor ponto de bebida daquele interior e fui traiçoeiramente enganado. Ingratos, velhacos. Que bebam em seus botecos fedidos eu num to mais nem aí. Mas eu era uma lenda. - falou ele para um jovem que estava sentado ao seu lado em um banco. E para esse jovem ele contou toda a sua história, o jovem ouviu e não a esqueceu.
Alguns anos depois, aquele jovem desceu de um ônibus em uma pequena cidadezinha do interior e procurou um local onde comprasse algo gelado para beber, lá encontrou um boteco onde dois velho bebiam. Pediu um refrigerante e ouviu a conversa dos bêbados.
_ Nunca tem nada para se fazer nessa cidade, sem alguém ao menos fosse homem para fazer um empreendimento de verdade, aposto que teria sucesso, mas que a porqueira desse boteco.
_ E ninguém nunca tentou nada? - perguntou o jovem.
_ Até tentou meu filho, o Seu Francisco, e a Choperia o Ciclista Bêbado, mas num foi pra frente não e ficamos aqui, com o boteco do Ruivo. Mas aquela choperia é uma lenda até hoje ainda a gente fala, essa cerveja não é tão boa quanto a da Choperia do Francisco.
O jovem não pode conter a surpresa ao saber da realidade da história do velho mendigo das ruas.
_ E o Seu Ruivo, o que houve com ele?
_ Então, depois que seu Francisco se mandou daqui, o Ruivo tomou o porre mais lendário dessa cidade, esgotou o bar dele, deu cerveja de graça para a cidade todinha. Ai depois do Dia do Porre, encontramos seu Ruivo afogado no posso. Morreu todo sorridente o traíra, esse negócio de botequeiro deixa as pessoas birutas. Hehehehehehehehehe, num é nãoTião?
_ É mermo. - falou Tião. - Acho que o Seu Francisco é que foi esperto, deve ta fazendo sucesso lá pela cidade grande, embebedando até o prefeito. Do jeito que era o velho. hehehehe. Num é não Raimundo.
_ Pois é?
_ E onde ficava a choperia? - perguntou o jovem.
_ Fica uns quinze minutos mais pra lá, tu pode ir andando se quiser, inda da tempo de pegar o ônibus.
E lá foi o jovem, não demorou encontrou o espaço em ruinas. Não havia mais nada, só o espaço, as cadeiras, a máquina de chopp, as geladeira da cerveja, a televisão, o som, as mesas e cadeira tudo havia ido embora. O jovem se encostou na varanda e viu o enorme vale preenchido de bois e pasto, ao longe, a sombra longíqua de uma área ainda florestada.
Seu Francisco não teve sucesso na cidade grande, isso era coisa demasiada difícil, ele apenas se tornara um mendigo, e uma bela manhã o jovem estava passando pela praça e viu seu corpo ser posto dentro de um saco preto e ser levado para o IML, morreu como indigente sem nome e sem família.
Quando foi embora, os dois velhos ainda bebiam no velho bar do ruivo. Estavam pedindo mais uma quando o jovem embarcou no ônibus.
Cervejaria e cervejeiro passam, mas a cerveja continua - pensou o jovem.
O ônibus zarpou, a única coisa em movimento na cidade de Parado.
FIM!!!!!!!!
Gildson Góes.
Ainda lembrava seu Francisco, das gloriosas noites de choperia, dos porres homéricos, das conversas altamente intelectuais, dos risos, das alegrias, da movimentação que havia naquela cidade desde a fundação do empreendimento. Dos domingos de futebol, da sexta de música ao vivo, tudo era agora apenas um lembrança de Seu Francisco. Passou o resto de seu dias a beber e relembrar do mais precioso momento de sua vida.
_ Jamais uma cerveja será tão boa quanto a da minha choperia. - falava seu Francisco.
Ele cansou da cidade e de seus reclamantes cidadãos, foi-se embora para a cidade grande. Lá virou um velho bêbado e amargurado que caminhava pelas ruas, com uma buchudinha na mão, pedindo esmolas e pratos de comida e falando da lenda que ele era.
_ Nunca, nunca aquela cidade ingrata viu uma Choperia como a minha. Eu me tornei uma lenda entre os botequeiros, eu ousei fazer o melhor ponto de bebida daquele interior e fui traiçoeiramente enganado. Ingratos, velhacos. Que bebam em seus botecos fedidos eu num to mais nem aí. Mas eu era uma lenda. - falou ele para um jovem que estava sentado ao seu lado em um banco. E para esse jovem ele contou toda a sua história, o jovem ouviu e não a esqueceu.
Alguns anos depois, aquele jovem desceu de um ônibus em uma pequena cidadezinha do interior e procurou um local onde comprasse algo gelado para beber, lá encontrou um boteco onde dois velho bebiam. Pediu um refrigerante e ouviu a conversa dos bêbados.
_ Nunca tem nada para se fazer nessa cidade, sem alguém ao menos fosse homem para fazer um empreendimento de verdade, aposto que teria sucesso, mas que a porqueira desse boteco.
_ E ninguém nunca tentou nada? - perguntou o jovem.
_ Até tentou meu filho, o Seu Francisco, e a Choperia o Ciclista Bêbado, mas num foi pra frente não e ficamos aqui, com o boteco do Ruivo. Mas aquela choperia é uma lenda até hoje ainda a gente fala, essa cerveja não é tão boa quanto a da Choperia do Francisco.
O jovem não pode conter a surpresa ao saber da realidade da história do velho mendigo das ruas.
_ E o Seu Ruivo, o que houve com ele?
_ Então, depois que seu Francisco se mandou daqui, o Ruivo tomou o porre mais lendário dessa cidade, esgotou o bar dele, deu cerveja de graça para a cidade todinha. Ai depois do Dia do Porre, encontramos seu Ruivo afogado no posso. Morreu todo sorridente o traíra, esse negócio de botequeiro deixa as pessoas birutas. Hehehehehehehehehe, num é nãoTião?
_ É mermo. - falou Tião. - Acho que o Seu Francisco é que foi esperto, deve ta fazendo sucesso lá pela cidade grande, embebedando até o prefeito. Do jeito que era o velho. hehehehe. Num é não Raimundo.
_ Pois é?
_ E onde ficava a choperia? - perguntou o jovem.
_ Fica uns quinze minutos mais pra lá, tu pode ir andando se quiser, inda da tempo de pegar o ônibus.
E lá foi o jovem, não demorou encontrou o espaço em ruinas. Não havia mais nada, só o espaço, as cadeiras, a máquina de chopp, as geladeira da cerveja, a televisão, o som, as mesas e cadeira tudo havia ido embora. O jovem se encostou na varanda e viu o enorme vale preenchido de bois e pasto, ao longe, a sombra longíqua de uma área ainda florestada.
Seu Francisco não teve sucesso na cidade grande, isso era coisa demasiada difícil, ele apenas se tornara um mendigo, e uma bela manhã o jovem estava passando pela praça e viu seu corpo ser posto dentro de um saco preto e ser levado para o IML, morreu como indigente sem nome e sem família.
Quando foi embora, os dois velhos ainda bebiam no velho bar do ruivo. Estavam pedindo mais uma quando o jovem embarcou no ônibus.
Cervejaria e cervejeiro passam, mas a cerveja continua - pensou o jovem.
O ônibus zarpou, a única coisa em movimento na cidade de Parado.
FIM!!!!!!!!
Gildson Góes.
Comentários
Muito boa a estória Gildson. Tiro o chapéu pra vc!
todos tem que morrer no final?
kkkkkkkkkkk