Quando, resolveu sair da sua vida reclusa e solitária, o velho novamente pensou: “esse tempo não é pra mim, não há mais nada”. Estava ali naquela festa, sentado só numa mesa afastada no canto do salão, olhava para o palco onde uma dupla de “muleques” de camisa quadriculada, era assim que ele definia, tocavam uma espécie de sertanejo misturado com forró e algumas guitarras. Cantavam sobre “pegação”, cerveja, sexo e carros turbinados enfim, os temas de sempre, mas ainda assim, não funcionava para ele. Aquele velho vivera sua juventude nos longínquos anos 70, viveu fora do Brasil viajando como um errante pelos EUA e Europa, vivendo intensamente cada dia, dias estes que a memória fraquejava em lembrar, mas ainda recordava as drogas e orgias, os carros velhos que pifavam no meio da estrada, as garotas, das quais não lembrava mais os nomes, cujos rostos confundiam-se com um único, de uma única garota, a única que ele levaria na memória até sua morte. Lembrou a fome, das noi...
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