segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Iron Maiden - The Book of Souls


Tudo começa com uma introdução climática no sintetizador, quase espacial, lembra antigos filmes de ficção científica, a voz de Bruce Dickinson entra, empostada como quem canta de uma grande distância, frase por frase ele vai meio cantando meio recitando, a música é If Eternity Should Fail, uma das melhores canções de introdução dessa última encarnação Iron Maiden.

Estamos ouvindo The Book of Souls, 16º disco do Maiden, um disco superlativo, nem para o bem, nem para o mal, isso depende de como você encara a nova fase da banda. Mas pode enterrar suas esperanças de um retorno àquele Maiden dos anos 80 que nós conhecemos e aprendemos a amar. Isso é ruim? Novamente, depende do seu ponto de vista. Digo isso porque fica evidente nesse disco que o Maiden agora é uma banda de rock progressivo, mas com um pé na NWOBHM, o metal britânico clássico do qual a banda é um dos expoentes, mantém-se também as caracterísitcas clássicas da banda no que se refere a riff, solos, o baixo galopante de Steve Harris e o vocal forte de dramático de Bruce Dickinson.

O que foi agregado de novo ao Maiden foi a extensão e complexidade das canções, coisa que começou de fato no disco A Matter of Life and Death de 2006 com resultados bastante irregulares, cito, canções desnecessariamente longas, repetições de refrões ao ponto de você enjoar da música na primeira audição e composições fracas no que devia ser o carro chefe do disco, as músicas rápidas. Em 2010 veio The Final Frontier, um registro ainda mais longo que o anterior, praticamente todas as músicas eram grandes, os toques progressivos estavam mais evidentes, como exemplo a primeira música na verdade são duas unidas Sattelite 15/The Final Frontier e fica evidente a transição de uma para outra, a canção seguinte El Dorado vêm emendada com Final Frontier de forma que para ter a experiência completa você tem que ouvir as duas em sequência e por aí vai. Esse disco já foi bem melhor que o anterior, composições mais fortes e memoráveis.

Agora estamos em 2015, nesse meio tempo tivemos British Lion, projeto solo de Harris, Awoken Broken, projeto solo de Adrian Smith, tivemos o Iron revisitando o passado em turnês e recolhendo um ordenado da galera saudosa ao redor do mundo e por fim um disco de inéditas. As esperanças começaram a cair com o anúncio de um disco duplo, caíram ainda mais quando a duração das canções foi divulgada, PORRA, todas longas, até as curtas são longas ao seu modo, e que diabos é aquilo de 18 minutos, gente.. para! As perspectivas não eram boas.

Mas não é que o disco ficou bom! É enorme, o maior da carreira da banda, mas ouví-lo do início ao fim não cansa como ouvir um minuto de For The Great Good of God (música do Matter... caso você não saiba) e o motivo disso eu percebi logo na primeira audição. Primeiro, novos elementos nas canções, não é que o Iron tenha mudado radicalmente seu estilo, longe disso, você identifica a banda na primeira audição, ainda que não tivesse visto o disco. O que houve aqui foi uma agregação de novas idéias que, somadas ao estilo característico da banda, trouxeram um novo ar, uma variação maior de sonoridades para você ouvinte apreciar, o que também dá uma personalidade maior para cada canção, seja longa ou curta. Segundo, maior variedade nas composições, se nos discos anteriores Harris parecia fazer questão de assinar, nem que fosse parte, todas as composições, aqui as coisas ficaram mais abertas, com uma maior participação de Dickinson e Smith, dois caras que além de ótimos músicos são compositores criativos.

De Dickinson são minhas duas canções favoritas, a primeira If Eternity Should Fail, uma canção quer devia ter sido de um projeto solo, mas acabou no Iron, ainda bem, assim ela ganha toda a admiração que merece e a ultima, o épico Empire of The Clouds, ainda comentarei ela aqui.

Vamos ao disco em si, após uma excelente primeira impressão o disco segue com Speed of Light, conhecida já, terra firme do Iron Maiden, rápida, cheia de riffs e solos, refrão grudento, música pra tocar em rádios, até aqui já vimos o excelente trabalho de Smith/Dickinson no novo disco, mas o chefão chega na sequencia com The Great Unknown (Smith/Harris), boa música, bem típica dessa nova safra, ainda que não tenha maiores atrativos além de ser uma boa e sólida composição, mantém o pique do disco. Em The Red and The Black (Harris) o chefão mostra que também andou testando umas coisas novas por aí, essa é grande, mais de treze minutos, mas não cansa em momento nenhum, uma introdução acústica e flamenca começa a canção que segue em ritmo galopante, vocal compassado, riff marcante, muitos solos, ótimo refrão e o típico momento uÔOOooOOO feito sob medida pra galera no show! Uma composição clássica do Maiden. Para além do fato de que mantém o ritmo do disco,  não tenho maiores comentários sobre When the river runs deep. E aí chegamos a faixa título The Book of Souls (Harris/Gers), uma faixa bem dramática, mais uma música que mostra porque Janick Gers permaneceu na banda mesmo com a volta de Adrian Smith, com cara de encerramento de disco, não a toa foi geograficamente ordenada como encerramento do disco 1. Mas o Iron ainda tinha o que mostrar.

O disco 2 começa com a pesadíssima Death or Glory (Dickinson/Smith) os parça mandando bem novamente, música forte, carismática, presença certa nos shows, pelo menos eu espero. Uma releitura do riff de Wasted Years da início a boa Shadows of the Valey, mas sem maiores atrativos. Smith e Harris compõe juntos uma bela homenagem a Robin Williams em Tears of a Clown, é quase uma balada, mas com peso, baseada na dramaticidade do vocal de Dickinson e no seu refrão, lembra muito Coming Home do disco anterior, o que eu gostei bastante é que a música não é de forma alguma depressiva, mas também não é alegre e de forma alguma é piegas, enfim, uma linda homenagem. Man of Sorrows é boa, mas também não empolga muito, acho que vai acabar esquecida na discografia da banda.

O Império das Nuvens

Finalmente, Empire of the Clouds, que música, um verdadeiro épico, piano e guitarra fazem uma pequena introdução botando o ouvinte no clima, o piano então assume o protagonismo sob uma base orquestrada, sim, orquestra no Maiden, a canção segue como uma suite clássica até, de leve, ir introduzindo novamente a guitarra em sequência a bateria. Dickinson aparece com seu vocal típico cantor/narrador, um talento muito particular desse grande cantor. Pelos próximos minutos a música segue uma power balada narrando poeticamente a história trágica do grande dirigível britânico R10. Há variações rítmicas e interlúdios entre essas variações, uma coisa que me trouxe a lembrança as suítes do Yes, variações também entre beleza e peso, tudo isso servindo a narrativa, desde a beleza a grandiloquência do início representando o sonho britânico de ser também um império das núvens (repare que o Império sempre foi conhecido pela sua força naval) sobram referências a navios na música, inclusive ao Titanic, ainda que na canção a palavra esteja seja usada referente ao adjetivo titânico, mas não deixa de ser interessante. A música fica mais pesada nas partes referentes ao vôo evoluindo para uma dramaticidade caótica guiada por um piano frenético quando acontece a grande catástrofe. Então, como é comum em composições progressivas, a composição volta exatamente ao princípio, novamente guiada pelo piano e da mesma forma que começou a canção termina.

Depois de tudo, valeu a pena.

Uma das melhores composições de Dickinson, uma das melhores músicas do Iron Maiden, seja nessa era ou em qualquer outra! O disco chega ao fim e ao final, o que sobra é aquela sensação, de que valeu a pena. Um dos discos do ano sem dúvida!

Não sabemos se haverá outros álbuns, acredito que sim, os caras não estão tão velhos, e demonstraram com esse disco que de forma alguma estão acomodados, mostraram que podem fazer o que quiserem, usarem as influências que quiserem, não precisam ficar presos ao seu passado, o Iron Maiden, no final das contas, não é mais uma banda dos anos 80, é uma banda de hoje, que ainda olha para o futuro, que ainda tem vontade de criar! CARA!!! Que bacana constatar isso numa banda tão clássica, principalmente para pessoas que como eu, não viveram os anos 80, mas que apesar disso estão vendo o Maiden construindo sua história mais de quarenta anos depois de sua fundação!




sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Eden: It's an endless wolrd!


"... o papai sempre me aconselhava: Você será adulto quando conseguir ser infinitamente carinhoso com aqueles que lhe são caros, e infinitamente cruel com os outros"


Até o momento em minha vida apenas dois quadrinhos conseguiram captar profundamente minha atenção e paixão, estes foram Evangelion em primeiro lugar e Eden em segundo. Entre os dois há um tema em comum, a vida da humanidade num mundo pós apocalíptico, ambos focando no drama de jovens heróis tendo que dar seu jeito de viver a vida sobre os escombros do mundo. Já a diferença entre ambos está na abordagem, enquanto Evangelion é uma ópera trágica com robôs gigantes, visuais surreais e repleto de metáforas, Eden é uma ficção cyber punk, suja e cruel mostrando como a necessidade de sobrevivência do ser humano suplanta toda questão ética e moral.

Eden chegou ao Brasil graças a editora Panini, lá em 2003, era lançado em formato simples, fininho, com regularidade mensal, daí quando as edições nacionais alcançaram as japonesas a coisa degringolou um pouco, começaram a chegar cadas vez mais espaçadas e com o tempo pararam totalmente, até que por fim, chegou a triste notícia do cancelamento em definitivo. Junto com Evangelion, Shaman King, foram os quadrinhos que marcaram minha adolescência (incluiria Full Metal Alchemist, mas a verdade dos fatos é que só gosto do primeiro anime que difere bastante do mangá) e são o conjunto de histórias às quais sempre retorno e nunca canso de ler.

Daí dá pra imaginar qual não foi minha alegria quando me deparei com um volumão enorme de Eden, lá estava ele, lindíssimo, condensado de duas edições japonesas num volume de mais de 400 páginas com a belíssima e poética capa mostrando o Enoah Ballad e Hanna Mayall, os dois personagens que dão a tônica do início da série e pais do herói principal Elijah Ballad.

Mas chega em enrolação vamos a história. Em 2086 uma peste se espalhou pelo mundo, o vírus Closer que petrifica todos os órgãos e tecidos do corpo humano e lentamente causando sua morte, ninguém sabe da onde veio o vírus, não há cura ou vacinas, sequer sabe-se ao certo como é transmitido, assim conforme o caos e o medo se espalham pelo mundo e conflitos territoriais e raciais geram guerras o vírus mata indiscriminadamente. Um grupo de cientistas refugiadas num Éden, uma instalação artificial independente que produz o próprio oxigênio, alimento e energia, um grupo de cientistas tentam descobrir uma forma de salvar o mundo. Entretanto nem todos pensam que o mundo deva ser salvo, uma sabotagem avaria o sistema independente e deixa entrar a atmosfera contaminada do exterior, assim pouco a pouco os próprios cientistas acabam sucumbindo ao virus, curiosamente, somente duas crianças parecem ser imunes a doença Enoah e Hanna. Enquanto isso. no mundo exterior onde o caos se espalha uma instituição surge e com ela a esperança da reunificação de um mundo fragmentado a Federação Propater. E isso é apenas o primeiro capitulo da história.

A ação se desenrola mesmo 20 anos depois quando o vírus, ao que parece, está controlado, o mundo começa a se reerguer das cinzas sob a bandeira da Federação Propater que substituiu todas as instituições vigentes no mundo, incluindo aí as Nações Unidas e, como sempre acontece, tornou-se totalistarista centralizando poder de várias nações. Alguns territórios recusam-se a se unir a Propater o que causa inúmeros confrontos, dentres os rebeldes está a Nômade, grupo guerrilheiro multiétnico que trava uma sangrenta guerra contra o poder bélico gigantesco da Federação. Nesse contexto aparece Elijah, filho mais velho de Enoah, que agora é um homem, não um qualquer, mas o maior chefe do maior cartel de drogas do mundo, o da Colômbia, e principal alvo da Propater, por motivos ainda não bem explicitados, só que, ninguém consegue encontrá-lo, Elijah se juntoa a Nômade enquanto tenta fugir da Propater que sequestrou sua mãe Hanna e sua irmã mais nova e por pouco não o capturou também! Há dois grandes interesses da Propater, o vírus closer e os genes imunes dos Ballard, e tentar descobrir os motivos desses interesses é uma das tônicas da série. A outra tônica são as inúmeras histórias paralelas que se intercruzam, os personagens e suas tragédias, as casualidades de um mundo violento que transforma seres humanos inocentes ora em vítimas ora em assassinos. Um mundo cruel onde ninguém está a salvo, um mundo onde o imperativo é manter-se vivo não importa quantos devam perecer para isso, um monde onde parece aceitável dizimar uma aldeia pelo simples fato que ela está no caminho de um grupo de soldados que contém uma informação que de modo algum pode cair nas mãos do inimigo. Esse o mundo de Eden. 

Poderia escrever um texto com o dobro do tamanho sobre os personagens, mas a preguiça só me permite fazer algumas considerações sobre o principal Elijah, é o primogênito de Enoah e carrega nas costas a fama do pai, o maior chefe de trafico do mundo, um personagens que em muitos ângulos lembra Shinji de Evangelion, porém com todos os defeitos de personalidades corrigidos, o que não surpreende uma vez que o próprio autor disse que veio a vontade de escrever Eden após assistir ao anime de Eva, logo acho natural essa inspiração, Elijah é uma criança jovem, inocente, meio atrapalhado, mas, diferente do cúmulo da hesitação que era Shinji, ele não se furta a fazer o necessário. Daí que é interessante e trágico ver o amadurecimento do personagem que irá transformar ele de uma criança em um homem, frio e estrategista, como nunca cheguei ao fim do mangá, fica difícil dizer se ainda haverá algum resquício daquela inocência do inicio da história, será interessante descobrir.

Ainda outro ponto de interesse da série são os questionamentos filosóficos, morais e religiosos que permeiam a história. Eles surgem de forma natural e espontânea nos diálogos dos personagens, como, é possível acreditar em Deus num mundo onde tantos inocentes morrem? É possível acreditar nos humanos? É possível acreditar na paz? Olhando as notícias desse nosso mundo real, várias dessas questões não já passaram até mesmo pela nossa mente?

Enfim, Eden é um retrato de um futuro distópico onde a liberdade foi entregue ao um poder centralizador pelo medo de uma constante ameaça representada pelo vírus, onde alguns núcleos rebeldes tentam se impor sobre o poder bélico da Propater, nem sempre de maneira ética. Por fim, é a história de um mundo cruel contatada do ponto de vista daqueles que sobrevivem, não importando o que tenham de fazer para isso!

Tecnologia, violência, sexualidade, tramas paralelas que se cruzam e uma pitada de ficção científica surreal são a tônica dessa série mangá, que se você puder, eu recomendo que acompanhe! Eu certamente acompanharei, tudo de novo!

domingo, 19 de abril de 2015

Descordantes ao vivo no Teatrão

A noite de 18 de abril de 2015 marcou mais um show da turnê de divulgação do disco Espera a Chuva Passar da banda Os Descordantes, o show aconteceu no Teatro Plácido Castro, vulgo Teatrão. Os Descordantes são conhecidos na cena acreana, especialmente em Rio Branco, onde já fizeram shows em festivais, pubs, bares, DCE's, Saraus e até um marcante show no quintal da casa do vocalista. Com esforço, dedicação, suor e muito amor ao que fazem eles foram construindo seu nome para além das fronteiras acreanas participando de festivais em outros Estados e sendo (bem) reconhecidos pela cena nacional.

Esse ano foi uma coroação para todo os esforços da banda, com o lançamento oficial do disco, verdade que já tinham lançado "on line" ano passado, mas agora ele veio em formato físico, palpável e muito mais real, também para os ouvintes, mas principalmente para a própria banda. Gravaram no Estúdio Show Livre, onde vários artistas da cena independente já participaram e até mesmo alguns do "mainstream" como Sepultura por exemplo. Na sequência a banda saiu em turnê por vários Estados do Brasil com resultados que deixaram os membros da banda bastante satisfeitos.

Depois dessa volta pelo litoral brasileiros a banda volta pra casa, no meio na Amazônia e aqui faz o lançamento oficial do seu primeiro disco e de quebra faz a gravação de seu primeiro DVD, toca música nova e  presta homenagem à música acreana, particularmente a Tião Natureza e Jorge Cardoso. E claro, apresenta seu rock romântico, ora pop, ora brega, ora samba, a banda gosta de variar nos ritmos. Teve participações especiais Heriko Rocha, conhecido músico da cena local, Thiago Melo que inclusive toca com o vocalista Dito nos Velhos Cowboys, quem frequenta os pubs acreanos, já viu! E a banda Capuccino Jack que participou na homenagem a Tião Natureza. 

A formação estava azeitadíssima, com uma alteração, que foi a volta do tecladista/pianista e co-fundador da banda Sóstenes de Andrade. Diego Torres (ou Dito pra abreviar) o frontman, vocalista e guitarrista, Saulinho no baixo, mas também mandando bem na guitarra e George Naylor bastante energético na bateria.

Difícil escolher um destaque no show, a banda tem um repertório de alta qualidade, nenhuma música era fraca ou descartável, muitas delas já são clássicos como Hombridade ou o brega de barzinho de Sair Daqui (sinto um toque de Reginaldo Rossi nessa, sou só eu?) ou ainda a beleza triste de Hoje de Manhã com uma introdução bem psicodélica e, falando em tristeza, o que dizer de Amigo Amarelo, é um samba e até bem animadinho, mas a letra é de partir do coração! Mas confesso que minhas preferências estão nas mais pesadas e rockeiras Descrença e o Porto e o Rio! E, claro, teve Enquanto Puder, inegavelmente o maior hit da banda (já disse pro Dito que é a Confortably Numb dele) é sempre a mais esperada e claro que a banda segurou ela até o final, é difícil não se deixar levar, um piano belíssimo de acento pop conduz a canção, a letra é poética e romântica (e música romântica sempre foi a preferência nacional, pergunte ao Roberto Carlos) o rock chega lá pro final da música com uma base solida de baixo e bateria sustentando um inspirado solo de guitarra, enfim toda aquela receita pra uma música que a banda deverá tocar em seus shows pro resto da vida.

É legal, é bonito, dá esperança no amanhã para a música brasileira ver essas coisas. Show autoral, o publico curtindo como se estivesse vendo uma banda clássica, ver gente disposta a sair de casa pra ver uma banda acreana, tocar música acreana, é muito bacana! Isso é sucesso de verdade! Espero de coração que Os Descordantes façam vôos ainda mais altos (Lollapalooza talvez? Quem sabe...). Enfim, hora de encerrar o texto e o que ainda tenho pra dizer é... Vida longa aos Descordantes!!!

domingo, 15 de março de 2015

Você precisa ouvir: HARRY



Essa semana eu fiquei empolgadíssimo com o som da banda Harry, tudo começou quando, dando uma conferida nos comentários do Régis Tadeu sobre a agenda de shows da semana, me deparei com esse comentário:

"Você sabia que uma das melhores bandas da cena eletrônica mundial é brasileira? Sim e isto mesmo. E a agora o grupo santista vai mostrar uma  faceta bem mais roqueira ao mostrar as canções de seu antológico álbum Fairy Tales (1988) em seu formato original, com as guitarras do figuraça Johnny Hansen bem mais à frente – a nova versão deste disco foi lançada recentemente, com mais nove canções inéditas, compostas entre 1985 e 2011. Não perca este show de forma alguma!"

https://br.noticias.yahoo.com/blogs/mira-regis/e-show-ou-e-fria-segunda-semana-de-marco-9-a-201951140.html

Quem conhece o histórico do Régis sabe que pra ele tecer um comentário desse a banda tem que ter gabarito, não perdi tempo e saí atrás de conhecer a banda. O que ouvi me surpreendeu mais do que eu podia imaginar, o som é um rock eletrônico com muita influência do punk e da música eletrônica europeia. Alguns ainda definem o som como Industrial, na linha de bandas como Ministry e Rammstein, ou Synth Pop. Mas definições não importam, o que importa é a absurda qualidade do som, pode ser preconceito nosso com o som pátrio, mas faz a gente se perguntar se é possível mesmo essa banda ser brasileira. 

Mas é, de Santos, e até o momento com cinco discos lançados: o Ep Caos, Fairy Tales, Vessel's Town, a coletânea Chemical Archives e mais recentemente Eletric Fairy Tales, uma releitura de alguns clássicos do segundo disco.

A banda segue em atividade pelo Brasil, certamente mais um desses casos de gente tão apaixonada pela música que não se importa com o fato de não estar no mainstream. Eles merecem e muito sua audição, não é dificil, achei três discos deles no Spotify e também no Youtube, os links seguem abaixo, junto vai uma entrevista que Johnny Hansen deu a Cesar Gavin no Vitrola Verde, vale muito a pena assistir.

Então pare de perder tempo e bora conhecer música boa feita no Brasil.

Fairy Tales - 1988


Vessel's Town


Adeptos


Entrevista

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Trios elétricos de Carnaval

Chegou o Carnaval, essa época mágica do ano onde ganhamos cinco dias seguidos pra fazer porra nenhuma de produtiva das nossas vidas. São dias para festejar, cair na gandaia, quem sabe até enlouquecer um pouco e claro, ouvir música, muita música.

E o que mais tradicional em música num Carnaval que trios elétricos. Vou postar aqui alguns bacanas, escolha o seu e siga o bloco!

Rush
Meu trio favorito, minha banda favorita tocando um de seus maiores clássicos:


Emerson, Lake and Palmer
Porque não é preciso guitarras pra fazer rock


Cream
Um supergrupo de rock, um clássico do blues de Robert Johnson


ZZ Top
Os veteranos do blues


Motörhead
Dispensa apresentações


The Winery Dogs
O recente trio formado pelo ex baterista do Dream Theater, faz um hard rock enérgico e excelente.


PHILM
O trio de Dave Lombardo, ex baterista do Slayer, muito além do heavy metal


Planet of the Abts
Rock com muito groove!


Bom carnaval!

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Os surreais clipes do RAMMSTEIN


No geral, fazer videoclipes não é o forte de bandas de Metal, porém os alemães do Rammstein são uma boa exceção. Seus clipes são bem surreais e oníricos, muitos deles lembrando pesadelos, outros são irônicos, alguns belos, alguns doentios, mas acima de tudo, todos são excelentes e fora do comum.

Rammstein é uma banda de Metal Industrial, um rótulo que tenta abordar toda a gama de sonoridades criada por eles em suas composições, sendo forte a inclusão de elementos de música eletrônica mescladas a um heavy metal pesadíssimo e de ótima qualidade. Além disso, as letras são majoritariamente cantadas em alemão nas voz grave de barítono de Till Linderman, um vocalista incrível que consegue ir do gutural ao lírico com naturalidade.

Faz relativamente pouco tempo que conheço a banda, mas desde então se tornou uma de minhas favoritas, presença constante nas minhas playlists. Recomendo vivamente que você escute!

Não vou botar todos os clipes, são muitos, aqui estão meus favoritos, em ordem cronológica:

Du Riescht So Gut



Engel
Obs: não sei pra vocês, mas esse clipe é uma clara referência à um Drink no Inferno.



Mein Herz Brennt


Sonne


Amerika


Ohne Dich


Rosenrot


Haifisch


Pussy
Obs: uma lástima, não achei uma versão sem censura. Moralismo é foda.


É isso aí minha gente, isso é Rammstein, exagerados, teatrais, subversivos, imorais, muito imorais aliás!

Bônus track:
A versão de Mein Herz Brennt ao piano, ao mesmo tempo linda e bizarra

domingo, 1 de fevereiro de 2015

2015 até agora - Janeiro

Ainda não sou muito bom com esse negócio de streaming e olha que já vai fazer um ano que assinei o Spotify. Acontece que o troço trabalha baseado na montagem de playlists e não exatamente na audição do disco inteiro, até porque hoje em dia o negócio é escutar as músicas favoritas e só, bem eu ainda sou do tipo que escuta o disco inteiro, até porque, fica na expectativa ouvindo aquela música que nem é assim tão boa enquanto aguarda a música do disco é uma experiência que pra mim faz parte da apreciação da obra do artista.

Enfim, divago! A questão é que essa montagem de playlist é uma coisa interessante quando, por exemplo, você quer reunir o que de melhor você ouviu num determinado mês, fiz uma dessas pra 2014 e agora vou fazer uma pra 2015, só que essa vou montar ao longo do ano e não tudo de uma vez como fiz com a outra e a cada mês vou postar a playlist atualizada aqui no blog com tudo o que ouvi de novo.

Caso você queira acompanhar, faça sua conta no Spotify, é grátis, com propagandas, ou você pode assinar, custa em média uns R$ 15 mensais e curtir suas músicas sem propaganda, o acervo é gigantesco e você pode utiliza-lo online, pelo pc offline, pelo smartfone/smartTV/tablet e por aí vai.

Como estamos começando não vai ter muita coisa, mas o que tem aí é coisa fina. Aprecie e até a próxima.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Algumas coisas de você devia ter ouvido em 2014.


A preguiça não me deixa esboçar uma lista completa do que vi, ouvi, li e do que achei dessas respectivas coisas em 2014, e olha que nem foram tantas assim. Mas, assim na coxa, vou compartilhar algumas coisas que, creio, você não pode deixar passar a batido.

Jack the Joker - In the Rabbit Role

Banda cearense de Metal Progressivo, faz um som excelente, tipo exportação, unindo talento, técnica e bom gosto em composições que são complexas, mas não se perdem em sua própria complexidade, erro recorrente em bandas progressivas. Percebe-se alguma coisa de Symphony X no som e ao mesmo tempo muita originalidade nas composições.

Sonzera daquelas de conquistar na primeira audição, meus destaques: Darkness No More, Nothing Last Forever e Amplitude Experience, uma faixa de instrumental que é uma verdadeira tour de force dos instrumentistas da banda, vai te jogar na estratosfera.



Machine Head - Bloodstone & Diamonds

Acabou que não foi o Mastodon nem o Slipknot que fez o melhor albúm de Heavy Metal do ano passado, essa glória foi pra os americanos do Machine Head que fizeram um que puta que pariu, que som foda do caralho! Não é educado, mas é a melhor maneira de expressa o que achei desse som.

Meus destaques: Now we Die, Night of Long Knives e Game Over, o refrão dessa última vai ficar na sua cabeça por um bom tempo.




Mastodon - The Motherload

Bem, se o Mastodon não fez o melhor disco de metal do ano, pelo menos fez o melhor clipe, jogando no mesmo caldeirão rock pesado, fuleiragem, satanismo e bundas, muitas bundas, a banda fez o clipe pornochanchada mais legal do ano.

Que de quebra ainda irritou algumas pessoas pela exposição escrachada do corpo feminino.



Robert Plant - Lullaby... And the Ceaseless Roar

Se seu negócio é arte, música daquelas pra elevar a alma, então o novo disco de Robert Plant é sua praia. É o lançamento mais lindo da música, é original, é poético, é corajoso, é rock e ao mesmo tempo é world músic, é arte. Trazendo influências dos músicos tuaregs, inclusive com a participação de um deles nas gravações Juldeh Camara, Roberto nos traz uma música transcendental, bela e contemplativa.

Pensar que um músico que tinha tudo para se acomodar e viver dos louros do passado consiga se recusar a reviver sua antiga banda, a lendária Led Zeppelin, e prefira seguir novos e incríveis rumos da música. É um exemplo de dignidade. Robert é o cara!

Pena que não acho o disco inteiro no Spotify pra linkar aqui, mas vai aí minha música de destaque Embrace Another Fall.



Muitas outras coisas aconteceram em 2014, mas essas aí em cima foram as que captaram minha atenção e fizeram boa companhia aos meus ouvidos no ano que passou.

Venha 2015!