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Mostrando postagens de 2018

PREQUELLE - Ghost se entrega ao pop e lança seu melhor disco até agora

Não é de hoje que tenho achado o Ghost um dos melhores acontecimentos no rock mundial. A banda surgiu ao mundo macabra, envolta em panos pretos, corpse paint, simbologia satânica e letras sinistras, mas quando o som começava a tocar, que surpresa, não era o peso e a brutalidade que se esperava, ele era suave, grudento, retrô, pop. Essa dicotomia entre visual e som marcou o Ghost no início de sua carreira, conquistou muitos e afastou outros tantos. As celebridades do rock pareceram abraçar a causa da banda, assim como o mundo da música. Toda a aura fúnebre emanada por Papa Emeritus e seu séquito misterioso de músicos que jamais revelavam suas identidades, os Nameless Ghouls, não demorou muito pra desvanecer. O satanismo do Ghost era uma piada e assim a banda o tratava, assim a aura de mistério foi dando lugar a um humor despojado. Papa Emeritus Segundo começou a aparecer sem maquiagem em Las Vegas, acompanhado de modelos e lançando sua própria linha de brinquedos sexuais. Papa Emer...

Boarding House Reach de Jack White

Jack White não entra em estúdio pra fazer feio. Seu terceiro disco é fácil um dos melhores lançamentos de 2018. É um disco bem difícil de classificar já que ao que parece White usou todas as referências musicais que ele possui em sua composição. São treze canções que variam entre o hard rock, o blues, o noise, o psicodélico, o jazz, a poesia, enfim uma grande mistura que poderia soar insano, mas não soa, pelo contrário, é muito bom! O disco começa pomposo com "Connected by Love" com andamento mais lento e corais gospel, fica ainda mais lento e mais pomposo com "Why Walk a Dog" e seus órgãos de igreja pra cair num groove dançante na animada "Corporation", onde Jack recita a letra e grita com a potência de uma sirene sobre uma base musical sólida e suingada. Destaque ainda para o poema recitado ao som de piano e violino em "Abulia and Akrasia" e a canção final "Humoresque" adaptação do músico erudito Antonín Dvorák. Seria fútil t...

Spartacus (1960)

De todos os filmes que já vi de Stanley Kubrick, Spartacus é o que menos parece um Kubrick. Primeiro porque, na verdade, era o filme de Kirk Douglas, ator principal e produtor executivo, segundo porque começou dirigido por Anthony Mann, com quem Douglas brigou por diferenças artísticas na concepção do filme e só então chamou um ainda jovem Stanley Kubrick para a direção, que aliás também teve discussões com Douglas quanto ao direcionamento do filme, mas acabou tendo que se submeter ao ator, depois disso Kubrick teria tomado a resolução de somente fazer filmes em que ele tivesse amplo controle criativo. Isso não tira o mérito do filme de ser uma verdadeira obra de arte, nem de seu diretor pelo brilhante trabalho. Um épico histórico com mais de três horas de duração, produção impecável e efeitos especiais decentes, principalmente considerando que foi feito quando nem se cogitava computação gráficas nos filmes. O filme conta a história de Spartacus, nascido escravo é vendido pa...

Maria Madalena

A iniciativa de filmar uma história de Cristo do ponto de vista de Maria Madalena basta, por si só, para ser polêmica. Afinal, o novo filme de Garth Davis (diretor de Lion) é uma história de Cristo, no fim das contas. O filme busca uma nova visão para uma das mais injustiçadas figuras bíblicas. Erroneamente tratada, durante séculos, como prostituta redimida por Cristo e constantemente confundida com a prostituta salva do apedrejamento por Jesus. Cena clássica que é sequer mencionada nesse filme.  O diretor nos apresenta uma Maria Madalena de grande sensibilidade e empatia que se sente deslocada no papel que lhe é designado pela família, a obrigação de casar e ter filhos. Esse deslocamento faz sua família acreditar que a mesma esteja possuída por demônios o que os fazem chamar o curador que passava na região, Jesus. O encontro dos dois é o ponto culminante para que Maria decida deixar tudo para trás e seguir o Rabi. Em momento nenhum ela esclarece para alguém ou para si mesma o...

Crítica: A Forma da Água

Chega certa época na carreira de um diretor que parece que ele se sente na obrigação de fazer um filme fofo. Foi assim com Scorcese quando filmou A Invenção de Hugo Cabret, Spielberg sentiu esse necessidade logo cedo com seu ET, fico imaginando quando essa necessidade imperativa de ser fofo no cinema vai acometer Tarantino, tamos aí no aguardo.  De qualquer forma, essa é a vez de Guilhermo Del Toro, excelente diretor que já nos presenteou com o sensacional Labirinto do Fauno, nos divertiu com um pastiche de anime chamado Pacific Rim e vá lá, nos entendiou um pouco com Colina Escarlate. Agora ele chegou para encantar com um conto de fadas de época sobre a luta por um amor impossível. Todos os elementos estão lá, desde a ambientação de época, os anos 60 no caso, a trilha sonora, as referências a filmes clássicos, musicais antigos, de preferência, além dos personagens, todos essencialmente bons, mas vivendo a margem da sociedade que basicamente, os despreza. Mas Del Toro é ...

Os 10 anos de Breaking Bad

Há dez anos atrás Heisenberg e Walter White entravam na cultura pop para marcar época. Para mim passou batido, primeiro porque há dez anos atrás eu nem era de assistir séries, também passou batido nos anos seguintes, só depois da série já ter se encerrado e por recomendação de um amigo é que fui encarar as cinco temporadas da história do professor de química com câncer que se transforma num  maligno traficante de drogas. Muita gente considera, meu amigo inclusive, essa como a melhor série de todos os tempos. É interessante pensar o que faz dessa série tão impactante para os fãs. Certamente um desse elementos é atuação fenomenal de Brian Cranston como Walter White evoluindo de um pacato, medroso e fracassado professor química e lavador de carros para um cruel assassino, sangue frio e temido chefe de tráfico Heisenberg. E seguindo a fórmula de sucesso de Conan Doyle, o personagem principal precisa de seu parceiro, esse é Jesse Pinkerman, personagem do qual vamos sentir pena, ...

Crítica: Jumanji - Bem Vindo a Selva

Jumanji é um filme do qual eu não esperava gostar. Como era o melhor da programação do cinema aqui de Rio Branco, tirando Star Wars que eu já tinha visto, fui sem compromisso e sem nenhuma expectativa. E para minha surpresa adorei o filme. É aventuresco, é divertido, lúdico com clima de sessão da tarde para curtir com toda a família. Minha maior preocupação era que o filme fosse uma repetição do original dos anos 90 com as tais atualizações para soar mais moderno. Bem, as atualizações estão lá, mas não é de forma alguma uma repetição da formula do filme original. O novo Jumanji tem um pé inteiro na comédia e faz paródia com diversos clichês dos video-games, o próprio personagem principal vivido por Dwayne Johnson é uma, o Professor de faculdade fortão com pintas de Indiana Jones ou ainda a personagens de Karen Gillian que usa roupas minúsculas mesmo no meio da selva, além do coadjuvantes Kevin Hart e Jack Black interpretando um biólogo baixinho e um professor gordinho e são os...