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Mostrando postagens de outubro, 2008

A casa das janelas de vidro.

“Senhor Antônio, definitivamente preciso comprar esta casa!” falou o Senhor Juvenal, insistia em comprar a casa, com belas janelas de vidro, cobertas por cortinas brancas. Seu Antônio, não a vendia por nada, era da sua família havia anos, não a venderia por nada. Naquela noite desabou uma forte tempestade, e Seu Antônio foi se deitar mais cedo. Lá deitado, começou a escutar uns murmúrios, como unhas arranhando a janela de vidro. Ele resolveu sair para investigar, foi lá fora na chuva, rodeou a casa. Nada. Já na sala novamente ouviu, os arranhados, vinham lá de fora, sem dúvida, mas de onde ele não sabia, esperou, e aquele arranhado nos vidros continuava, como não era homem de sentir medo, verificou as janelas, nada, apenas escuro e chuva lá fora, só então percebeu que o som vinha da janela de cortinas fechadas, num repente abriu as cortinas, qual não foi seu horror, havia ali uma face ensangüentada de mulher, molhada pela chuva o rosto deformado pela dor, as sangrentas unhas arranhando...

A Balada de Chico Moreno e Bicho Feio. Canto quinto - parte 2

“Ô velho do capeta Tu ta fazendo a gente de besta?” Bradou Bento enraivecido Chico acalmou o amigo “Te acalma bento Esse velho de trapaceiro tem talento Mas não posso esquecer a missão Mandar o Bicho Feio pro cão Anda sua desgraça Pede logo tua cachaça” Retardando ainda mais o conto O velho tomou gole mais longo Não se fazia de rogado Esvaziava a garrafa num só trago “Então meu generoso senhor Agora lhe conto ainda com pavor Do que fez o cabra afoito Agiu que nem um doido Frustrada a sua vingança Se voltou contra a criança A filha mais jovem chamada Esperança. Bebe ainda novo Tomou-a nos braços a atirou no fogo! Que tamanha tragédia! A mãe ficou histérica Pulou em cima de Camargo com um grito E na testa levou um tiro O filho mais velho pra mata tentou escapar No intuito de seu pai avisar Mas para não deixar testemunho ocular Camargo correu atrás para o capturar Rápido correu o fugitivo Mas Camargo foi expedito P...

Silverinha - O Editor

Em mais um estressante dia de trabalho Silverinha entra em seu escritório, com a caneca de café na mão apagando a ressaca de mais um final de semana. Sim, é plena segunda feira. Dia de notícia boa, furo de reportagem, alguma coisa lhe dizia que algo extraordinário iria lhe acontecer naquele dia. Ora, mal sentou na cadeira, a porta se abre num estrondo, Daniel, o repórter que Silverinha mais detesta entra na sala, há meses Silverinha está atrás de demitir o infeliz, mais um daqueles filhos da puta com maniazinha de jornalista investigativo, até o zelador já tava sendo processador por causa dele. Quem sabe hoje não era o dia, mas o infeliz sempre dava um jeito de convencer Silverinha a manter ele alí, de fato, as reportagens que davam mais ibope vinham dele. Então foda-se. _Diga lá Daniel, quem o corrupto da vez. - falou Silverinha, servindo-se de um bom gole de café. _ Nenhum Silverinha, é um artigo político que escrevi, bastante interessante, acho que o senhor devia dar uma olhada, vai...

Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto V, parte 1

Canto V – A Tragédia de Paulo Na cidade natal, Chico chegando não quis saber de descanso Saiu na cidade a pesquisar Informações que pudessem ajudar Saiu perguntando com muito jeito Pessoas que soubesse dizer direito A história, os atos e os feitos E a localização do Bicho Feio. Chegaram então a um bar A todos começaram a indagar Mas ali só tinha bebo tonto Que não tinham respostas a dar. Tadeu percebeu um velho embriago Na parede dos fundos do bar encostado Tinha na boca um sorriso largo De quem tem um segredo a ser contado “Vocês querem saber do Bicho Feio Esse é um caminho sem jeito É melhor pensarem bem agora Se ouvirem minha história O caminho não tem volta” “Pois pare de ficar enrolando Respondeu logo o Moreno A história do Bicho vá contando Que não sou de ficar me tremendo. E se o senhor diz que o caminho é sem volta É porque esse Bicho eu vou botar na cova” “Pois então vou lhe contar o que sucedeu Há muitos anos nessa cidade, Vou lhe contar como o bicho feio nasceu E virou tão a...

TerrorZine - Minicontos de Terror.

Pois bem, nobres senhores e belas damas, como dizia Pedro Dinis Quaderna, personagem de Ariano Suassuna, resolvi procurar expandir um pouco mais meu nome pela internet, surgiu a oportunidade com um projeto organizado por Ademir Pascale e Elenir Alves De fato é bem interessante o projeto, eles recebem via e-mail os contos do autores interessados em participar, esses contos não devem passar das 15 linhas, com os contos deve ser enviado um pequeno perfil do autor para que se saiba que é ele. Enfim, depois de pronto eles divulga no site que segue AQUI!!!! e também através dos escritores participantes e demais interessados em colaborar. Dessa vez eu também me meti no meio aí, e achei bem interessante escrever um conto com apenas 15 linhas. Já estou pensando no próximo, então quem estiver interessado em adquirir seu exemplar, basta clicar na figura ao lado direito do blog. Meu conto se chama "A Casa das Janelas de Vidro", espero que vocês gostem dele, comentem o que acharam. E ajud...

A Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto quarto.

Canto IV – O caso o irmão assassinado. Um dia estava Seu Chico sentado Na varanda olhando pro mato Quando viu ao longe chegando Um viajante desajeitado Vinha torto e acabado Cansado e machucado Sua roupa era só o farrapo Vinha parecendo um coitado Pra surpresa de Chico Moreno Quem vinha ali era Chico Bento Homem grande macho e forte Como podia ter tido aquela sorte? Era amigo das antigas Na infância se metiam em muita briga Pra provar pros mais velhos a valentia. E quando brigavam entre si O resultado do embate Sempre acabava em empate. Chegou o Bento fraco do coração Mal tinha forças pra respiração Se não fosse forte de fato Já teria sofrido um infarto. O moreno se levantou E na cadeira, o amigo sentou Chico quis saber o que ele tinha em mente Devia de assunto do urgente Pra ta assim só a bagaça Deve ter acontecido uma desgraça. _ Valei-me amigo Chico, Graças a Deus cheguei Pra lhe o contar do ocorrido Pelo qual três dias e três noites andei. Um caso tão sem propósito Que quase me lev...