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Chico Fuleiro e o Diabo - Parte 2 (a mais sangrenta)

Logo pela manhã, ao acordar, lá estava escrito um pequeno bilhetinho, em sangretas letras dizia o nome dos futuros infelizes que passariam para o outro lado. Chico se levantou e leu à luz do sol da manhã de um domingo do ano de Nosso Senhor dois mil e umas cassetadas. Aquele dia, pensava o velho Chico, seria o dia de sua vida.
Por sete dias Chico matou, e através de ordens específicas no papel, ele matou e esquartejou cada corpo, oferecendo os corações condenados às chamas do inferno. Sete dias ele se esgueirou na noite, atraindo e matando sete dos mais poderosos homens da cidade, o delegado, o juiz, o doutor, o advogado, o fazendeiro, o jagunço, o traficante. Cada um deles morto no facão, seus pedaços foram lançados na mata, seus sangues foram misturados e lançados de uma só vez nas águas do rio. No domingo seguinte as águas amanheceram vermelhas com o sangue da corja da cidade, dos violentos, trapaceiros, estupradores, dos maus, dos hereges, dos infames, dos poderoso e impiedosos. Poucos lhes choraram as mortes. E na noite daquele domingo...
Cansado e abatido, a roupa ainda ensanguentada, dormiu na mata todos os sete dias, mas enfim lá estava ele, mais uma vez pronto para encarar o diabo, cobraria sua parte do acordo.
Dinheiro, fama e poder além do imaginado.
O Diabo apareceu....

Continua..............

Gildson Góes.

Comentários

Danna disse…
Que historinha legal!! É, voltei à minha mania de criar blogs e deixá-los à deriva na internet... fazer o quê?
Como tá a vida Skizito?
(Ah, ainda tá a fim de ver aquelas edições do Neon Genesis Evangelion?)
;) Abraço
Danna disse…
Ei, mas eu não traduzi La Fontaine. Deixei a bibliografia com o nome da tradutora, tá?!
Apesar disso, sô uma tradutora razoável. :P
Pois é...

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