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Resenha: A Estrada da Noite, de Joe Hill – Um terror sobrenatural e visceral

Com a estreia de O Telefone Preto 2 nos cinemas, me lembrei do autor da história original, Joe Hill, e do meu primeiro contato com sua obra: o livro A Estrada da Noite (Heart-Shaped Box, no original).

Filho do lendário Stephen King, Hill mostra neste romance que o talento para o terror é, de fato, hereditário — mas com uma voz e estilo próprios que o diferenciam completamente do pai.

Um astro do rock e um paletó assombrado

A trama acompanha Judas Coyne, um ex-astro do rock pesado que vive recluso em uma fazenda, longe das turnês, drogas e da fama. Com um gosto peculiar por objetos macabros — como livros de receitas para canibais e fitas com assassinatos reais —, Jude leva uma vida excêntrica até decidir comprar, em um leilão online, um paletó “assombrado” pelo espírito do antigo dono, Craddock McDermott.

O que parecia uma simples brincadeira mórbida se transforma em um verdadeiro pesadelo. O fantasma de Craddock passa a atormentar Jude com aparições assustadoras, um cheiro intenso de morte e uma promessa de vingança. Tudo está ligado ao suicídio da ex-namorada de Jude, e o que começa como uma maldição sobrenatural se torna uma jornada sombria por culpa, redenção e confrontos com o passado.

Estrada, culpa e redenção

Ao lado de sua jovem namorada gótica, Jude foge desesperadamente pela estrada, tentando escapar do fantasma que o persegue. Durante essa fuga, ele enfrenta não apenas o sobrenatural, mas também seus próprios demônios — lembranças dolorosas, relações quebradas e o peso de uma vida de excessos.
Joe Hill cria aqui uma narrativa eletrizante, repleta de tensão e momentos de introspecção, que mistura terror psicológico com drama humano de forma magistral.

Estilo de Joe Hill: autenticidade e ritmo

O que mais me marcou na escrita de Hill é sua intensidade e ritmo ágil. Diferente das narrativas longas e climáticas de Stephen King, o autor aposta em um terror mais direto, quase cinematográfico, que prende o leitor desde as primeiras páginas.
Foi uma grata surpresa perceber que Hill não tenta imitar o pai — ele cria seu próprio caminho no gênero. A Estrada da Noite é uma leitura envolvente, sombria e emocional, capaz de agradar tanto aos fãs de terror clássico quanto aos leitores que buscam algo novo e moderno.

Considerações finais

Se você gosta de livros de terror com atmosfera sobrenatural e personagens complexos, A Estrada da Noite é leitura obrigatória. Minha edição é antiga, da Editora Sextante, mas a Editora Arqueiro lançou uma versão mais recente, com um projeto gráfico belíssimo.
Um livro intenso, assustador e, ao mesmo tempo, profundamente humano — daqueles que te fazem virar as páginas sem perceber o tempo passar.

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