Canto IV – O caso o irmão assassinado.
Um dia estava Seu Chico sentado
Na varanda olhando pro mato
Quando viu ao longe chegando
Um viajante desajeitado
Vinha torto e acabado
Cansado e machucado
Sua roupa era só o farrapo
Vinha parecendo um coitado
Pra surpresa de Chico Moreno
Quem vinha ali era Chico Bento
Homem grande macho e forte
Como podia ter tido aquela sorte?
Era amigo das antigas
Na infância se metiam em muita briga
Pra provar pros mais velhos a valentia.
E quando brigavam entre si
O resultado do embate
Sempre acabava em empate.
Chegou o Bento fraco do coração
Mal tinha forças pra respiração
Se não fosse forte de fato
Já teria sofrido um infarto.
O moreno se levantou
E na cadeira, o amigo sentou
Chico quis saber o que ele tinha em mente
Devia de assunto do urgente
Pra ta assim só a bagaça
Deve ter acontecido uma desgraça.
_ Valei-me amigo Chico,
Graças a Deus cheguei
Pra lhe o contar do ocorrido
Pelo qual três dias e três noites andei.
Um caso tão sem propósito
Que quase me leva a óbito.
_Diga lá Bento meu amigo
Que tragédia deve ser essa
Que lhe deixa tão aflito?
Conte para mim
Os detalhes do ocorrido.
_ Vosso honrado e corajoso irmão
O risca faca João.
Morreu, num teve jeito
Pelas mãos do Bicho Feio.
O irmão de Chico era João Risca faca
De jovem quebra o dente
de velho quebra a chapa
Nem tão honrado assim era João
Por todos os homens era odiado
E até que eles tinham toda razão
Todos foram por ele corneados
Safado, covarde e valentão
Usava da fama do assassino seu irmão
E provando sua falta de bom senso
Comia a mulher alheia no dia do casamento.
Os cornos coitados
A tudo assistiam calados
Pois como se era sabido
Quem mata mano de Chico
Já sabe que ta fudido.
Então certa noite de chuva
João e Bento estavam em casa
Quando viram andar na mata
Uma mulher completamente nua
Como fossem homens de verdade
Não deixaram passar oportunidade
Debandaram mato adentro
Com o tesão crescendo
Agarraram logo a moça
Uma mão apalpando
A outra tirando a roupa
com todo mundo num foram logo abusando
Mal começada a transa
Já repararam coisa estranha
Que diabo de mulher esquisita
Num se meche nem sendo fodida
Analisando bem o assunto
Aquela mulher parecia defunto
E soltava uma nhaca esquisita
Parecia de carne apodrecida
João se encheu de horror
Tanto que o pinto brochou
e gritou em seu terror:
_Bento ave maria!
O que tamo fazendo é necrofilia.
Bento abobalhado
Nem percebeu que tinha brochado
Tamanho horror o havia assolado
Não podia acredita que era necrofilia
Era safado sim e muito
Mas nunca pra essa putaria.
A mulher morta agarrou João
Derrubou ele no chão
_ Chegou a hora de tu se foder
Cabra safado tem que morrer.
Com o coração no peito
Bento viu surgir o bicho feio
Era tão feia a assombração
Que parecia do cão a encarnação.
Bento correu desembestado
Sem perceber que tinha se cagado
De João só escutou o grito
Agoniado, aflito e dolorido.
No dia seguinte João foi achado
O corpo estava nu
seu pinto fora capado
E enfiado no cú.
No dia seguinte o corpo foi a terra
Não tinha ninguém no enterro
Homens fizeram uma festa
E a cidade compareceu em peso
Comemoraram com alegria e furor
A morte vergonhosa do estuprador
_ Eu tentei defender o coitado
Mas levei um murro
E cai desmaiado
Quando acordei já o tinham levado.
Bento terminou seu conto
Mudando um ou dois pontos
Pra se passar por corajoso
Apesar de ter agido como medroso
_ Tadeu prepara as malas que vamo viajar
Pra minha cidade eu vou voltar
Que esse assunto precisa de solução
Chico Moreno vai matar assombração.
Gildson Góes.
Um dia estava Seu Chico sentado
Na varanda olhando pro mato
Quando viu ao longe chegando
Um viajante desajeitado
Vinha torto e acabado
Cansado e machucado
Sua roupa era só o farrapo
Vinha parecendo um coitado
Pra surpresa de Chico Moreno
Quem vinha ali era Chico Bento
Homem grande macho e forte
Como podia ter tido aquela sorte?
Era amigo das antigas
Na infância se metiam em muita briga
Pra provar pros mais velhos a valentia.
E quando brigavam entre si
O resultado do embate
Sempre acabava em empate.
Chegou o Bento fraco do coração
Mal tinha forças pra respiração
Se não fosse forte de fato
Já teria sofrido um infarto.
O moreno se levantou
E na cadeira, o amigo sentou
Chico quis saber o que ele tinha em mente
Devia de assunto do urgente
Pra ta assim só a bagaça
Deve ter acontecido uma desgraça.
_ Valei-me amigo Chico,
Graças a Deus cheguei
Pra lhe o contar do ocorrido
Pelo qual três dias e três noites andei.
Um caso tão sem propósito
Que quase me leva a óbito.
_Diga lá Bento meu amigo
Que tragédia deve ser essa
Que lhe deixa tão aflito?
Conte para mim
Os detalhes do ocorrido.
_ Vosso honrado e corajoso irmão
O risca faca João.
Morreu, num teve jeito
Pelas mãos do Bicho Feio.
O irmão de Chico era João Risca faca
De jovem quebra o dente
de velho quebra a chapa
Nem tão honrado assim era João
Por todos os homens era odiado
E até que eles tinham toda razão
Todos foram por ele corneados
Safado, covarde e valentão
Usava da fama do assassino seu irmão
E provando sua falta de bom senso
Comia a mulher alheia no dia do casamento.
Os cornos coitados
A tudo assistiam calados
Pois como se era sabido
Quem mata mano de Chico
Já sabe que ta fudido.
Então certa noite de chuva
João e Bento estavam em casa
Quando viram andar na mata
Uma mulher completamente nua
Como fossem homens de verdade
Não deixaram passar oportunidade
Debandaram mato adentro
Com o tesão crescendo
Agarraram logo a moça
Uma mão apalpando
A outra tirando a roupa
com todo mundo num foram logo abusando
Mal começada a transa
Já repararam coisa estranha
Que diabo de mulher esquisita
Num se meche nem sendo fodida
Analisando bem o assunto
Aquela mulher parecia defunto
E soltava uma nhaca esquisita
Parecia de carne apodrecida
João se encheu de horror
Tanto que o pinto brochou
e gritou em seu terror:
_Bento ave maria!
O que tamo fazendo é necrofilia.
Bento abobalhado
Nem percebeu que tinha brochado
Tamanho horror o havia assolado
Não podia acredita que era necrofilia
Era safado sim e muito
Mas nunca pra essa putaria.
A mulher morta agarrou João
Derrubou ele no chão
_ Chegou a hora de tu se foder
Cabra safado tem que morrer.
Com o coração no peito
Bento viu surgir o bicho feio
Era tão feia a assombração
Que parecia do cão a encarnação.
Bento correu desembestado
Sem perceber que tinha se cagado
De João só escutou o grito
Agoniado, aflito e dolorido.
No dia seguinte João foi achado
O corpo estava nu
seu pinto fora capado
E enfiado no cú.
No dia seguinte o corpo foi a terra
Não tinha ninguém no enterro
Homens fizeram uma festa
E a cidade compareceu em peso
Comemoraram com alegria e furor
A morte vergonhosa do estuprador
_ Eu tentei defender o coitado
Mas levei um murro
E cai desmaiado
Quando acordei já o tinham levado.
Bento terminou seu conto
Mudando um ou dois pontos
Pra se passar por corajoso
Apesar de ter agido como medroso
_ Tadeu prepara as malas que vamo viajar
Pra minha cidade eu vou voltar
Que esse assunto precisa de solução
Chico Moreno vai matar assombração.
Gildson Góes.
Comentários
Parabéns Gildson.