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Mostrando postagens de 2008

Zeca e Joca em: Depois do Natal.

Aconteceu num belo dia nublado de 26 de dezembro, num velho asilo para soldados da borracha, lá ainda viviam Zeca e Joca. _ ô Zeca! _ Que foi Joca? _ Que que tu ganhou de natal cumpadi? _ Um Panetone do governo. _ Olha aí eu também, ah, que pena que o natal passou. _ E por que? _ Ué, é um epoca bonita de amor, de paz, de confraternizações. _ Realiza Joca, somos velhos, decrépitos, inúteis, nossos parentes nos jogaram esquecidos aqui, e nem mesmo telefonaram pra desejar feliz natal. A gente tá é esquecido aqui. Eis que vem uma voz do outro lado da varanda. _ Olha que coincidência, eu também to esquecido, aquele barrigudo vermelho, o que ele tem que eu não tenho? Distribui presentes, e eu? Distribuí Paz, Amor, Salvação eterna para a alma, porra, fui crucificado pra salvar esses ingratos, olha que o Cão inda me avisou, mas não, eu estava cheio de amor pra dar, é assim, é assim. Mas eu to legal, pelo menos ainda tenho os religiosos.... eu to fudido mesmo. _ Esse aí fica rabugento no Natal,...

Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto Sexto parte 2

Chico Moreno puxou as armas Mandou logo umas quatro balas Derrubou três camaradas Em resposta lá veio uma saraivada Da multidão ainda embasbacada. Chico Moreno e seus amigos Se esconderam dentro do bar Pra não morrerem com tanto tiro Mas nosso herói não aceita de desaforo Da sua arma veio um pipoco Lá se foi mais quatro tiro E em resposta quatro grito. Passou a arma pra Tadeu Que logo o atendeu “Recarregue sem demora Enquanto atiro com a outra pistola” E assim a batalha continuava Secava a pistola Tadeu a carregava. “O bar vamos cercar Pra infeliz não escapar!” Ordenava o Sereno “É a melhor a gente parar Esse sujeito vai é nos matar!” Replicou um homem tremendo. “Deixa de tremer seu corno manso E vai logo fazer o que mando!” Gritou o Sereno furioso E la se foi o bando medroso. O moreno não dava descanso Era toda hora atirando E os defunto se acumulando Os homi tudo afrouxando O cerco tava ficando bambo. O Sereno viu que ia da em merda Resolveu por logo fim nessa baderna “Oh Chico Moren...

As Rosas Vermelhas.

Num dia chuvoso um casal andava vagarosamente pelo parque. Camila e Flavio eram seus nomes. Camila não fazia a mínima idéia do porque deveriam passear naquele frio, ambos molhados e tremendo, não era o tipo de diversão que ela curtia. É aqui, anunciou ele, O que fazemos aqui, perguntou ela. Havia uma bela roseira branca. As flores não murcharam mesmo sob os pingos de chuva. Uma poderosa planta, pensou Camila, e de uma beleza contagiante também. Flávio catou uma rosa e lhe deu. O espinho da rosa cortou seu dedo. Uma gota de sangue caiu e tingiu a pétala de uma flor, mas esta logo absorveu o sangue, e somente o mais perfeito branco restou. Camila estranhou aquilo. Essa flor representa o amor, que nem mesmo a morte pode abalar, falou Flávio, mesmo morta eu a amo. Mas não estou morta, respondeu Camila. E eu não falava de você, ele olhou para a roseira. Você ama uma roseira? Perguntou ela olhando na mesma direção, mal pôde conter o grito, dentro da roseira havia olhos, de um vermelho famint...

Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto sexto, parte 1

De como Chico Moreno, em uma tarde, matou cem homens. Meus senhores e minhas senhoras vou cantar a segunda parte dessa história mas antes devo cantar esse episódio por ser feito muito heróico. Mal sairam Chico Moreno e companhia para o forte e quente sol do meio dia ouviram misteriosa gritaria e viram se aproximar multidão enraivecida vinham homens até os dentes armados com espingardas, pistolas e até mesmo machados vinha a frente um homem com cara de brabo pra fazer com Chico Moreno um certo trato "Oh famoso Chico Moreno Eu sou Alberto Sereno precisamos ter um conversação pra que você desista dessa missão" "E o que lhe faz pensar senhor Cristão Que vou desisitir de missão" "Acontece que aqui o Bicho Feio é amigo nos livrou dos machões e do perigo nós agora vivemos em paz viver com medo não queremos mais mas se o senhor vem ao Bicho Feio ameaçar aqui mesmo vamos te matar!" "Que bando mais corajoso feito só de homem medroso - replicou o Moreno desdenho...

A casa das janelas de vidro.

“Senhor Antônio, definitivamente preciso comprar esta casa!” falou o Senhor Juvenal, insistia em comprar a casa, com belas janelas de vidro, cobertas por cortinas brancas. Seu Antônio, não a vendia por nada, era da sua família havia anos, não a venderia por nada. Naquela noite desabou uma forte tempestade, e Seu Antônio foi se deitar mais cedo. Lá deitado, começou a escutar uns murmúrios, como unhas arranhando a janela de vidro. Ele resolveu sair para investigar, foi lá fora na chuva, rodeou a casa. Nada. Já na sala novamente ouviu, os arranhados, vinham lá de fora, sem dúvida, mas de onde ele não sabia, esperou, e aquele arranhado nos vidros continuava, como não era homem de sentir medo, verificou as janelas, nada, apenas escuro e chuva lá fora, só então percebeu que o som vinha da janela de cortinas fechadas, num repente abriu as cortinas, qual não foi seu horror, havia ali uma face ensangüentada de mulher, molhada pela chuva o rosto deformado pela dor, as sangrentas unhas arranhando...

A Balada de Chico Moreno e Bicho Feio. Canto quinto - parte 2

“Ô velho do capeta Tu ta fazendo a gente de besta?” Bradou Bento enraivecido Chico acalmou o amigo “Te acalma bento Esse velho de trapaceiro tem talento Mas não posso esquecer a missão Mandar o Bicho Feio pro cão Anda sua desgraça Pede logo tua cachaça” Retardando ainda mais o conto O velho tomou gole mais longo Não se fazia de rogado Esvaziava a garrafa num só trago “Então meu generoso senhor Agora lhe conto ainda com pavor Do que fez o cabra afoito Agiu que nem um doido Frustrada a sua vingança Se voltou contra a criança A filha mais jovem chamada Esperança. Bebe ainda novo Tomou-a nos braços a atirou no fogo! Que tamanha tragédia! A mãe ficou histérica Pulou em cima de Camargo com um grito E na testa levou um tiro O filho mais velho pra mata tentou escapar No intuito de seu pai avisar Mas para não deixar testemunho ocular Camargo correu atrás para o capturar Rápido correu o fugitivo Mas Camargo foi expedito P...

Silverinha - O Editor

Em mais um estressante dia de trabalho Silverinha entra em seu escritório, com a caneca de café na mão apagando a ressaca de mais um final de semana. Sim, é plena segunda feira. Dia de notícia boa, furo de reportagem, alguma coisa lhe dizia que algo extraordinário iria lhe acontecer naquele dia. Ora, mal sentou na cadeira, a porta se abre num estrondo, Daniel, o repórter que Silverinha mais detesta entra na sala, há meses Silverinha está atrás de demitir o infeliz, mais um daqueles filhos da puta com maniazinha de jornalista investigativo, até o zelador já tava sendo processador por causa dele. Quem sabe hoje não era o dia, mas o infeliz sempre dava um jeito de convencer Silverinha a manter ele alí, de fato, as reportagens que davam mais ibope vinham dele. Então foda-se. _Diga lá Daniel, quem o corrupto da vez. - falou Silverinha, servindo-se de um bom gole de café. _ Nenhum Silverinha, é um artigo político que escrevi, bastante interessante, acho que o senhor devia dar uma olhada, vai...

Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto V, parte 1

Canto V – A Tragédia de Paulo Na cidade natal, Chico chegando não quis saber de descanso Saiu na cidade a pesquisar Informações que pudessem ajudar Saiu perguntando com muito jeito Pessoas que soubesse dizer direito A história, os atos e os feitos E a localização do Bicho Feio. Chegaram então a um bar A todos começaram a indagar Mas ali só tinha bebo tonto Que não tinham respostas a dar. Tadeu percebeu um velho embriago Na parede dos fundos do bar encostado Tinha na boca um sorriso largo De quem tem um segredo a ser contado “Vocês querem saber do Bicho Feio Esse é um caminho sem jeito É melhor pensarem bem agora Se ouvirem minha história O caminho não tem volta” “Pois pare de ficar enrolando Respondeu logo o Moreno A história do Bicho vá contando Que não sou de ficar me tremendo. E se o senhor diz que o caminho é sem volta É porque esse Bicho eu vou botar na cova” “Pois então vou lhe contar o que sucedeu Há muitos anos nessa cidade, Vou lhe contar como o bicho feio nasceu E virou tão a...

TerrorZine - Minicontos de Terror.

Pois bem, nobres senhores e belas damas, como dizia Pedro Dinis Quaderna, personagem de Ariano Suassuna, resolvi procurar expandir um pouco mais meu nome pela internet, surgiu a oportunidade com um projeto organizado por Ademir Pascale e Elenir Alves De fato é bem interessante o projeto, eles recebem via e-mail os contos do autores interessados em participar, esses contos não devem passar das 15 linhas, com os contos deve ser enviado um pequeno perfil do autor para que se saiba que é ele. Enfim, depois de pronto eles divulga no site que segue AQUI!!!! e também através dos escritores participantes e demais interessados em colaborar. Dessa vez eu também me meti no meio aí, e achei bem interessante escrever um conto com apenas 15 linhas. Já estou pensando no próximo, então quem estiver interessado em adquirir seu exemplar, basta clicar na figura ao lado direito do blog. Meu conto se chama "A Casa das Janelas de Vidro", espero que vocês gostem dele, comentem o que acharam. E ajud...

A Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto quarto.

Canto IV – O caso o irmão assassinado. Um dia estava Seu Chico sentado Na varanda olhando pro mato Quando viu ao longe chegando Um viajante desajeitado Vinha torto e acabado Cansado e machucado Sua roupa era só o farrapo Vinha parecendo um coitado Pra surpresa de Chico Moreno Quem vinha ali era Chico Bento Homem grande macho e forte Como podia ter tido aquela sorte? Era amigo das antigas Na infância se metiam em muita briga Pra provar pros mais velhos a valentia. E quando brigavam entre si O resultado do embate Sempre acabava em empate. Chegou o Bento fraco do coração Mal tinha forças pra respiração Se não fosse forte de fato Já teria sofrido um infarto. O moreno se levantou E na cadeira, o amigo sentou Chico quis saber o que ele tinha em mente Devia de assunto do urgente Pra ta assim só a bagaça Deve ter acontecido uma desgraça. _ Valei-me amigo Chico, Graças a Deus cheguei Pra lhe o contar do ocorrido Pelo qual três dias e três noites andei. Um caso tão sem propósito Que quase me lev...

A Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto Terceiro

III – O Bicho Feio Deus me livre e guarde! Vamos sair daqui onde o sol não bate Para falar desse bicho sinistro Tomo a mão meu crucifixo Dizem alguns da região Que esse bicho é filho do cão ou veio de outro planeta/ a espantosa aberração Diz uma facção religiosa Embora essa seja opinião duvidosa Que ele é o anjo de deus Que vem cobrar os pecados teus É tão feio que te mata no olhar Dizem que faz defunto levantar, Que convoca assombração Que causa ataque no coração Dizem que é mestre em visagens Muda como quer, bicho, planta ou paisagem Sina pior que ele não existe Destino ruim, cruel e triste. O Bicho feio tinha a fama De matar só gente injusta E poupar gente santa Então seja sujeito correto Que o bicho nem passa perto Seja um sujeito malvado E vai ver o Bicho Feio ao teu lado. Mas de tudo isso se dizia Era lenda, nem medo fazia Aconteceu que um dia Um cabra metido a macho Matou a esposa e o amigo na faca Pensando ter sido enganado Ao ver o erro cometido Correu pro mato fugido. O caso ...

A Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio - Canto Segundo

II-Chico Moreno Era lá seu Chico Moreno Temido assassino, famoso jagunço Se botava o dedo no gatilho Tava encerrado o assunto. Não havia cemitério na região Onde não houvesse sepultado Algum coitado infeliz Que Seu Chico tivesse matado Na cama, dizem as moças Era ele como um rei Dizem ainda, que era bem dotado Mas isso eu não sei. O que sei é que causava medo como o cão Na arma, na faca ou na mão Homem, frangote ou machão Querendo, ele derrubava no chão. Não tinha medo de nada Qualquer fera da mata enfrentava Matava onça era na dentada Seu calcanhar nem cobra picava Morava em local afastado Num varadouro escuro de dar medo Lá não pisava bicho do mato Mas sobrava assombração Pra matar infeliz assustado A casa de Seu Chico tinha história esquisita Dizem que o pai, Tinha matado a filha mais a amiga A amiga tinha esquartejado Da filha abriu a barriga No dia seguinte encontraram a mãe Comendo carne de defunto cozida Seu Chico gostou da história Quem lhe contou foi o guarda de polícia. Pegou...

A Balada de Chico Moreno e o Bicho Feio. - Canto primeiro

I – Introdução Aproximem-se senhoras e senhores Pois vos tenho uma historia a contar Dispensem as crianças Pois será um conto de assombrar Em prosa e verso vou cantar Um épico sem precedentes Igual a este, no mundo não há. Pois está e a historia de Chico Moreno Assassino chegado a tiroteio E do horror da região, temor de machos e mulheres O terrível Bicho Feio. Venham, venham, queiram sentar A noite está fresca, o céu estrelado E brilha o luar É hora para contos de terror Verídica essa história é Garanto pra senhora e pro senhor. Então para começar Como manda as regras da educação Nossos heróis vou apresentar... P.s. a história de Chico Moreno e o Bicho feio, surgiu como um conto primeiramente, depois evoluiu para algo maior, é provavel que eu me resolva a transformar ela em livro, e pra variar um pouquinho a história vai ser contada como prosa e poesia, então periódicamente estarei postando os cantos que eu criar. Poucas vezes me arrisquei com poesia, portanto leitores antigos e novos...

E o escritor vence a Preguiça.

Senta-se na frente do computador, página virtual em branco à sua frente, o teclado imóvel a sua frente, uma página em branco, devia a inspiração para um universo inteiro de histórias envolventes, cativantes, engraçadas e tristes, emocionantes afinal, a página em branco é porta para milhões de universos paralelos e ele é o porteiro, com a chave, a capacidade. A mulidão está ávida, por mais, por mais, por mais, queremos histórias, queremos histórias. Porém... Lá vem a boa e velha preguiça... _ Então, vou escrever alguma coisa no meu blog. _ Pra que? Primeiro olha esse site de imagens engraçadas, olha essa do cara sem calças, hahahaha. _ Ta ok, é engraçado mesmo, mas agora vou escrever. _ Pera aí, olha o site de tirinhas, eles postaram uma nova é pra morrer de rir. _ É mesmo, mas isso é por que eles postam! vou escrever. _ Mas e esse vídeo olha aí é interessante. _ Puta que pariu! Me deixa escrever preguiça! Num escrevo, mas fico olhando esses sítes, sua hipócrita. _ Mas o vídeo... _ Para...

Zeca e Joca em Conversas no Front de Batalha.

Ainda na grandiosa revolução acreana... _ Ô Zeca olha lá do outro lado. - falou Joca. _ Que foi homi? _ É o Juan Pablo Assuncion de Las Casas. Aquele que era nosso cumpadi! _ Ah tá to lembrado. Quede ele? _ Ta ali atirando em nois, vou dar uma palavrinha com ele. Joca mira sua arma bem no chapeu de Juan e atira. Acena do outro lado. _Ô Juan, como é que vai cumpadi. _ Ola amigo, esta tudo bien por aqui, como estão ustedes? _ Tamo por aqui matando uns boliviano. _ Yo estoi mantando uns brasileiro, já matei uns cinco. _ Pois eu já matei bem um vinte boliviano. _ Ah eu disse cinco? Quis decir veinte cinco. _ Ah ta eu sei boliviano safado. Oh o Zeca ta aqui também atirando comigo! _ Ola Zeca! _ Como vai cumpadi Pablo! E a mulher? Nessa hora, Zeca entrou em tiroteio acirrado como um boliviano bom de tiro, depois de alguns minutos de grande duelo, bala ia, bala vinha, ele finalmente acertou uma na testa do infeliz. Enquanto isso a conversa continuava animada entre Joca e Juan, terminada a bat...

Os Pesadelos do trabalhador honesto à meia noite - ou - O Psicótico do Cutelo*

Aquela vida de horas extras não era para ele, o honesto trabalhador, se via obrigado a voltar para casa no último ônibus, bem sabia ele da má fama das ruas de seu bairro durante a noite, mas o que fazer, havia trabalho e tinha que ser feito, pelo menos a hora extra daria para comprar aquele vestido para o aniversário da mulher e mais algumas coisas para as crianças é claro, quem sabe até sobrasse um dinheirinho para fazer uma festa, a patroa certamente iria gostar. Porém, tudo nessa vida possui um problema, e um deles era aquele sujeito no fundo do ônibus, antipatisara com ele desde o momento em que vira aquela expressão débil, de olhos arregalados e de boca aberta, e o velho maluco parecia ter fixado sua atenção nele, vez ou outra o trabalhador honesto voltava seu olhar para os fundos do ônibus, assim desfarçadamente, e lá estava aquela expressão idiota e apavorante, olhando, encarando, escondando uma gama de pensamentos terríveis sob aquele rosto. O velho parecia assutado, mas era o ...

Motivação Revolucionária.

Escondidos atrás das trincheiras Zeca e Joca atiravam nos inimigos. Era a Grande Revolução Acreana. _ ô Joca, mas afinal de contas, qual o sentido disso tudo? Essa revolução tem sentido mesmo, não são eles seres humanos também, eles também não têm mulher em casa, não vão deixar orfãos, afinal de contas, talvez nem quisessem ta no exército, só tão recebendo ordens dos generais nessa guerra que não trazer nada de melhor na vida deles. Pra que tudo isso hein? Por que tamos atirando nesses bolivianos? _ porque senão o general Plácido fuzila a gente. _ Ah. verdade. Mais tiroteio. _ mas ô Joca. O que acontece se os bolivianos vecenrem essa guerra, afinal a terra era deles segundo o tratado de Ayacucho num é? Isso que tamos fazendo não seria um roubo? Essa terra num é direito deles não? _ pode até ser Zeca, mas se eles ganham eles expulsam o coronel e nós fica desempregado. Então atira! Zeca fica parado uns instantes refletindo... _ ô Bolivianos desgraçados. E voltamos aos tiroteios. P.s. crí...

Os Fiados de Seu Francisco. Parte 5 - Em que nossos personagens encontram seu fim.

E para fechar o mês...... Ainda lembrava seu Francisco, das gloriosas noites de choperia, dos porres homéricos, das conversas altamente intelectuais, dos risos, das alegrias, da movimentação que havia naquela cidade desde a fundação do empreendimento. Dos domingos de futebol, da sexta de música ao vivo, tudo era agora apenas um lembrança de Seu Francisco. Passou o resto de seu dias a beber e relembrar do mais precioso momento de sua vida. _ Jamais uma cerveja será tão boa quanto a da minha choperia. - falava seu Francisco. Ele cansou da cidade e de seus reclamantes cidadãos, foi-se embora para a cidade grande. Lá virou um velho bêbado e amargurado que caminhava pelas ruas, com uma buchudinha na mão, pedindo esmolas e pratos de comida e falando da lenda que ele era. _ Nunca, nunca aquela cidade ingrata viu uma Choperia como a minha. Eu me tornei uma lenda entre os botequeiros, eu ousei fazer o melhor ponto de bebida daquele interior e fui traiçoeiramente enganado. Ingratos, velhacos. Qu...

Os Fiados de Seu Francisco. Parte 4 - Falência

_ Mah rapá Seu Ruivo. - falou Raimundo. - Tu tava era muito do seu enganado ta sabendo, o Seu Francisco é gente fina. Fiou a noite toda pra nóis. _ Num é. Aquilo é homem com coração de ouro. - falou Antonio. _ Coração grande que não cabe no peito. Tão generoso nunca vi. - falou Tião. _ E quando os senhores pensam em pagar? - perguntou o Ruivo. - Afinal de contas, fiado não é dado, e aí? _ Ora, pois no fim do mês o dinheiro todo estará nas mão do Francisco, num é não? - falou Raimundo. _ É mermo. - falou Antonio. _ Pois num é. - falou Tião. Ora, a semente maligna do ruivo já estava lançada. Ninguém distribuiria cerveja no seu monopólio, e se ele era visto como ambicioso e mão de vaca e Seu Francisco como generoso e mão aberta, pois então ele mostraria como mão aberta de seu Antônio o levaria a queda. Naquela noite o próprio ruivo foi à Choperia de O Ciclista Bêbado e durante toda noite bebeu fiado. _ Deixe estar seu Ruivo, bem sei que seu boteco anda meio ruim de freguesia, acho até que...

Os Fiados de Seu Francisco. Parte 3 - O Sucesso.

A choperia "O Ciclista Bêbado", já nasceu em berço esplêndido desde sua concepção. Acontece que seu dono aconteceu de ser Seu Francisco, e acontece de Seu Francisco ser um homem de visão. Isso quer dizer que, ao invés de ter montado mais um boteco. Ele realmente montou uma área de lazer alcoolico de luxo. Algo nunca antes nem ao menos imaginado pelos bons cidadão de Parado. Ela ficava logo no início da cidade, exatamente no cume de um morro, propriedade que Seu Francisco sempre pensou em utilizar na vida, mas nunca antes havia achado uma boa razão. _ Mas por que raios logo aqui Francisco, num é melhor perto do ponto de ônibus pros turistas. - perguntou Seu Raimundo. _ Deixe meu amigo. - respondia sorridente o seu Francisco. - Esta vai ser a noite de inauguração, e aí vocês vão ver. _ É? Mas por que? _ Você vai ver, você vai ver. Ora, o motivo pelo qual nosso personagem principal sempre achou que aquele lugar lhe daria futuro apresentou-se naquela noite, no formato de uma lua ...

Os Fiados de Seu Francisco. Parte 2 - O Empreendimento.

Foi um único momento, um lampejo, uma visão, que levou seu Francisco a realizar seu empreendimento. Foi uma situação que este vivenciou em mais um de seus tediosos dias, esperando pela morte. Foi uma frase, que mais tinha chacota que de sugestão. Nem mesmo devia ser uma critica construtiva, apenas um desabafo de uma vaijante vagabundo e cansado. Nada mais, mais foi o estopin para Seu Francisco. Quando naquele dia escaldante, chegou aquele viajante, um vagabundo vagando pelo mundo. Que por coincidência parou naquela cidade, em sua bicicleta importada, chegou ao bar do ruivo e pediu uma cerveja para amenizar o calor, aquele viajante que sessenta quilômetros adiante, encontraria seu destino embaixo de algumas toras de madeira de um caminhão não licenciado, nas mãos de um motorista cansado. Ele bebeu seu gole e falou, a todos que queriam ouvir. _ Lembro-me, senhores, que na minha cidade havia uma choperia, com bebida geladinha, som ambiente de qualidade, tv para o futebol, maço de cigarro ...

Os Fiados de Seu Francisco. Parte 1 - O Lugar.

Havia uma cidade, na verdade um vilarejo, na verdade um conjunto de cinco ruas interligadas por pequenas e não pavimentadas travessas, aliás, pavimentada mesmo só a principal, a que cortava a cidade no meio, que era a Br, o resto no máximo, tinha um pouco de piçarra. A cidade era pequena, parada e pobre. Toda a vida da cidade se concentrava na Br é claro, por onde passavam carros, caminhões e ônibus. Paravam, lanchavam, iam no banheiro, iam embora. Era sempre a mesma rotina. Era uma vila de certa forma bem esquecida pelos governos locais. Bem, na verdade, isso é uma injustiça, afinal, a BR foi pavimentada e suas margens calçadas, luminárias em formatos europeus agora iluminavam a noite, baquinhos de madeira para a população espairecer com um belo por do sol a tarde, foram fixados e uma pracinha central foi construida, mantendo sem ao menos derrubar uma árvore das que já existiam, a noite não havia coisa mais bonita no pequeno vilarejo do que a pracinha iluminada por luzes alaranjadas, ...

O Mar das Névoas

Miguel, o detetive, procura resolver o caso do desaparecimento de uma cidade, apenas um jovem louco escapou de lá, ao interrogá-lo o louco lhe fala do Mar das Névoas. Em busca da solução para tal lenda ele descobre que sua própria família pode ter a chave para esse segredo. Do outro lado da cortina de névoas que paira sobre o oceano, o rei dos vampiros, Lucas, planeja sua vitória sobre a barreira final dos magos e marcha triunfante para o mundo dos humanos sem saber dos terríveis perigos que lhe cercam. Marcos é um prisioneiro que se liberta e recebe a arma para enfrentar o Rei. Manuela esposa do rei, humana seqüestrada e transformada numa criatura da noite, num vampiro, vê sua humanidade se esvaindo cada vez mais. Percorrendo caminhos distintos todos eles avançam em direção ao mar das névoas, a ponte de ligação dos dois mundos e cada vez mais a noite eterna e seus guerreiros se aproximam. Enfim, esse livro está concluído desd...

Chico Fuleiro e o Diabo - (Climax)

Não foi de graça que Chico Fuleiro se tornou uma boa pessoa, sua boas e impensadas ações lhe custaram boa parte da fortuna, entregava o seu dizimo com tanta frequência e tantas vezes por mês que o próprio pastor estava constrangido. Sua obras de caridade deviam ser caras e midiáticas, queria que todo o mundo no mundo inteiro, visse e contemplasse sua conversão. Desse modo milhonários poderiam fazer o mesmo ao redor do mundo e assim Chico Fuleiro fazia sua parte na construção de um mundo mais cristão e fraterno. Porém... A nova falta de ambição de Seu Chico Fuleiro lhe custou porcentagens extranbolicas do seu dinheiro, a esposa, o respeito do filho, suas amantes. Ninguém gostou do novo e cristianizado Chico, e assim pouco a pouco sua fortuna, erguida no sangue imoral de uma pequena cidadezinha do interior começou a ruir por terra. Mas Chico estava feliz, finalmente iria vencer o Diabo. Em sua varanda, com a Biblia Sagrada na mão, mal prestava atenção ao feitos de Moisés, só pensava em c...

Chico Fuleiro e o Diabo - Parte 3

Então... _Cadê minha recompensa, a corja ta tudo pros quinto dos inferno! Agora eu quero meu dinheiro. _ É bem verdade Seu Chico, o senhor trabalhou até muito bem. - falou o Diabo. - E vai receber a justa recompensa pelos seus serviços, mas não se esqueça que sua alma ainda é minha. Até mais ver. Então passou o tempo. Seu Chico enricou depressa, logo era empresário, magnata, business man. Chutou a velha feia que chamava de mulher, arranjou logo uma modelo famosa, com vicio contido por doces, teve um filho macho, esperto que só o pai, quanto ao resto? Nem lembrava mais, tudo bastardo. Viveu o bom que a vida lhe deu. Agora era homem da elite, conheceu gente famosa, falou com o presidente, apresentou programa de TV, fez plástica no Rosto, apareceu em Revistas, era famoso, podre de rico, escandalosamene rico, comprou uma ferrari, comprou casas, tomou café na França, almoçou na Italia, jantou na Espanha, atuou numa novela, publicou uma autobiografia, que vale a nota se chamava "De Chic...

Interlúdio... (um conto civilizado)

Personagem n°1 _ Puta que o pariu, a porra desse transito num anda mais não caralho!!!! Personagem n°2 _ É bem acidente. Dialogo: n°1 com feliz traseunte. _Tu sabe que foi que houve alí na frente? _Acidente, seguido de roubo e um assassinato. _Puta que pariu como é que é? _ Um carro bateu no outro, daí os dois começaram a briga, um bandido aproveitou a confusão e roubou uma caralhada de carteira, casa e até a pistola do guarda, daí um dos motoristas muito emputecido agarrou o ladrão, encheu o coitado de porrada e descarregou a arma no outro condutor. Foi só. _ Puta merda SÓ! Imagina se tivesse sido alguma coisa. E tu tava lá é? _ Tava mermo, é que o outro ladrão tinha um parceiro mané, que sou eu. Então passa logo a grana, a joias da moça aí e me descola um cigarro. Operação efetuada, ladrão com a grana, relógio e um cigarro. _ Fogo aí mermão? - pergunta personagem n°1 _ Só mané. _ Então toma aqui vagabundo filho da puta!!!! Personagem n°1 descarrega seu calibre 38 no feliz transeunte....

Chico Fuleiro e o Diabo - Parte 2 (a mais sangrenta)

Logo pela manhã, ao acordar, lá estava escrito um pequeno bilhetinho, em sangretas letras dizia o nome dos futuros infelizes que passariam para o outro lado. Chico se levantou e leu à luz do sol da manhã de um domingo do ano de Nosso Senhor dois mil e umas cassetadas. Aquele dia, pensava o velho Chico, seria o dia de sua vida. Por sete dias Chico matou, e através de ordens específicas no papel, ele matou e esquartejou cada corpo, oferecendo os corações condenados às chamas do inferno. Sete dias ele se esgueirou na noite, atraindo e matando sete dos mais poderosos homens da cidade, o delegado, o juiz, o doutor, o advogado, o fazendeiro, o jagunço, o traficante. Cada um deles morto no facão, seus pedaços foram lançados na mata, seus sangues foram misturados e lançados de uma só vez nas águas do rio. No domingo seguinte as águas amanheceram vermelhas com o sangue da corja da cidade, dos violentos, trapaceiros, estupradores, dos maus, dos hereges, dos infames, dos poderoso e impiedosos. Po...

Chico Fuleiro e o Diabo. - Parte 1

Certa vez houve, por essas matas verdejantes, um certo senhor chamado Chico, sujeito casado, com filhos, com amantes e bastardos, desses de não gostar de trabalhar, esperto que só vendo o Senhor Francisco Fuleiro para acreditar em tamanha esperteza, roubava nas cartas, no dominó, no dado, na sinuca, na conta da cerveja e até mesmo no resultado do jogo de futebol. Era um sujeito esperto, ainda assim era pobre. Claro que isso desagradava muito nosso amigo Chico Fuleiro. Dias e dias, meses e meses, anos e anos ele matutou em como enricar, mas a riqueza não chegava não. Ela parecia até mesmo se esconder dele. Nada do que tentava parecia valer a pena, sempre meios espertos é claro, seu Chico tinha uma filosofia de que só os espertos enricavam nesse mundo e claro, ser esperto é ser malandro, é ser fuleiro. Isso seu Chico era de mão cheia. Nunca foi homem religioso, tinha lá suas superstições, mas jamais fora religioso. As únicas vezes que foi à igrejinha local, arranjara um modo de roubar pa...

Chico Papagaio e Zé Cachorro (tragedia in due atti)

Ato I - FALL Seu Chico Papagaio caminhava feliz, pelos altos dos muros, pelos altos telhados, pelas altas calhas, tudo alto, tudo belo de se ver por seus belos e alaranjados olhos de papagaio. Desconhecia sua origem, também, pouco se importava com ela. Ele queria saber de céu azulado, de nuvens brancas, de vento nas penas. Seu Chico era um papagaio feliz. Mas tinha ambições, entre elas estava o coqueiro, tão alto e esplendoroso, suas ramificações pareciam tocar o véu azul do céu, lá se sentiria entre as nuvens, voando qual fênix, estaria alto, no alto, mais alto do que qualquer momento em sua vida de papagaio de casa, cantante, falante, bicante, de riso fácil, de raiva fácil. Come muito e muito caga. Era um papagaio, era da família e era amado. Ele também gostava daqueles estranhos sujeitos da terra, que riam e gostavam das estranhas palavras que repetia. E ria-se do que repetia aquela fala tão interessante e engraçada. Ele tinha uma vida feliz. Ao não ser por seu Zé. Ô bicho rabug...

A Balada da Meia Noite.

O jovem senhor andava pelas ruas, as estrelas no céu, a lua cheia pairava num devaneio ilusório, cinco minutos faltavam para a meia noite. A rua esguia, calçada em tijolos, onde almas repousavam naquela noite, menos a do andarilho. A sombra do chapéu cobria seus olhos. Lá estava o velho casarão mal-assombrado, ele e seus fantasmas do passado, da janela uma sombra etérea aparecia, o fantasma da garotinha, ela lhe acenava, ele lhe retribuiu o aceno. E seguiu com a doce melodia do vento a lhe fazer companhia. O som das árvores e ar-condionados, seus passos seguiam o ritmo daquela noite profunda, a balada da meia-noite tocava, os fantasmas cantavam em um único som, suas almas se erguiam do solo, e mil coros de vozes defuntas entoavam aquela canção, era uma bela noite. O intrépido rapaz não se assutava, ele até gostava da companhia dos mortos, eles lhe aplaudiam. O jovem andarilho levava o buquê para sua amada. Lá estava a janela, ele entrou, depositou o buquê ao lado da jovem....